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sábado, 10 de março de 2007

Os novos rumos do trânsito na região Novo diretor da Unidade Regionalizada do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) em Marabá, no comando desde 15 deste mês, o ex-prefeito de Itupiranga (1983/1988) José Milesi já radiografou boa parte dos problemas que herdou na instituição. “Havia aqui um problema sério – o conflito entre o PSDB, que nomeou o coronel Simões para esta agência, e o PDT, que indicou Sérgio Correia para o Detran regional. A disputa chegou a provocar o fechamento do único acesso interno entre as duas instituições, que ocupam o mesmo prédio”, disse ele a Política & Desenvolvimento. Os problemas são muitos, diz Milesi. Por conta deles, já elencou reivindicações que tem por prioritárias e encaminhou-as a seu superior, Joércio Barbalho. Milesi propôs esta semana a criação da agência de trânsito na sua Itupiranga, cuja sede está pronta desde janeiro recente, mas faltam a mão-de-obra treinada e os equipamentos; o leilão de motos e carros apreendidos e que se deterioram no pátio municipal; a construção da sede definitiva e de uma pista de testes e exames para os candidatos à habilitação; a criação de postos avançados nos bairros e em municípios jurisdicionados, com terminal eletrônico, para descentralizar (e desafogar) o atendimento ao público; o retorno, a Marabá, da autonomia para a confecção de CNH e documentação de veículos; a redução de preço do IPVA – que é alto e gera evasão de receita; a aquisição de meio de transporte para o setor administrativo e para a banca itinerante, além de arquivos para documentos (atualmente, as pastas estão literalmente empilhadas dentro do banheiro e num canto atrás da mesa do diretor). Milesi também pontua que as 15 auto-escolas estão cobrando a presença da banca examinadora itinerante, mas faltam recursos para custeio das diárias, transporte e até autorização de Belém. Hoje, além de Marabá, a 4ª. Regional Pólo de Transito jurisdiciona Nova Ipixuna, Jacundá, São João do Araguaia, Palestina, São Domingos do Araguaia, Bom Jesus do Tocantins, Itupiranga, Brejo Grande do Araguaia, Piçarra e Rondon do Pará. De sua parte, o novo diretor da Ciretran, Aderson Mutran Júnior (ex-vereador aqui entre 1993/1996) queixa-se da falta de pessoal. “Precisamos de pelo menos mais 12 funcionários, porque, por exemplo, quando a banca examinadora viaja para outros municípios, a pedido dos prefeitos, a sede fica desfalcada e temos dificuldade para atender a demanda”, disse ele. Sua prioridade, como disse, é o atendimento ao público. Neste sentido, admite ter encontrado uma “estrutura de corrupção” que sangrava o bolso da clientela com a cobrança de propina até para a entrega de documentos. “Estou disposto a acabar com isso, já reuni com todos e suspendi qualquer tipo de cobrança aqui dentro na entrega da papelada. Não concordo com isso”, protestou. Aderson Mutran Júnior diz que sua função no órgão e administrá-lo e “fazer política”, o que também fica evidente nas declarações de José Milesi. Ambos foram nomeados por interveniência do deputado federal Asdrúbal Bentes – a quem, parece, estão entregues todos os órgãos do governo estadual nesta cidade – e que não esconde sua candidatura à sucessão municipal em 2008.
Justiça acata Ação Popular O juiz Marcelo Andrei Simão Santos, da 3ª. Vara Cível, determinou nessa terça-feira (27), a citação pessoal de cada um dos doze vereadores de Marabá, assim como dos representantes legais da Câmara Municipal, para apresentarem contestação no prazo de vinte dias à Ação Popular proposta pelo advogado e jornalista responsável por esta página. Serão intimados pessoalmente os seguintes edis: Maurino Magalhães, Leodato Marques, Miguel Gomes Filho, Júlia Maria Rosa, Vanda Américo Gomes, Adelmo Azevedo, Elton Mamoré, Ademar de Alencar, Sebastião Neto, Zezito, Antônio Dias (Bibi) e Ronaldo da 33. A prefeitura também deverá ser citada. Em seu despacho, o magistrado deferiu o pedido de exibição de centenas de documentos referentes à gestão 2005-2006, inclusive declaração de bens e prestação de contas dos vereadores, estas relativas à rubrica “verba de gabinete” no período, com os quais o autor da ação pretende demonstrar a malversação de quase 2,5 milhões de reais com supostas diárias, locação de veículos, empréstimos a terceiros e pagamento de fretes. Adverte o juiz que devem ser juntados aos autos todos (sic) os documentos indicados, porque “são públicos, não sigilosos”, e o descumprimento da sua imediata apresentação resulta em pena de crime de desobediência. Quanto ao pedido de liminar para a suspensão dos atos “reputados ilegais e imorais”, lesivos ao patrimônio público e suportados pelos contribuintes, Dr. Andrei Santos reserva-se a apreciá-lo após as contestações. Amargo regresso Ex-prefeito de Marabá (de 1989 a 1992, quando foi cassado um mês antes do término do mandato), o médico Nagib Mutran Neto ensaia voltar à política. Primeiro teria cogitado candidatar-se à prefeitura de São Domingos das Latas. Agora, segundo uma fonte, ele já se contentaria em concorrer a uma vaga na Câmara de Marabá, com apoio do PMDB local. Há também quem garanta que a ex-vereadora e ex-deputada estadual Elza Miranda também sonha aventurar-se na tentativa de eleger-se vereadora por Marabá em 2008. Enchente “Diário do Pará” de ontem diz, em matéria de Rosângela Gusmão, que a enchente em Marabá já chegou aos 16 metros acima do nível e atingiu 644 famílias, totalizando 3.220 pessoas. Desse total, 253 famílias ou 1.265 pessoas estão desabrigadas, ou seja, não têm para onde ir e estão em abrigos. O temor agora é com as águas de março, quando Itacaiúnas, Tocantins e Araguaia voltam a subir. Faltou acrescentar que a água que inundou bairros em Imperatriz (MA) virá para cá, e que o Itacaiúnas, a maior bacia fluvial do interior do Pará, está com todos os seus afluentes passando pela maior enchente dos últimos tempos. Enquanto isso, segundo o chefe da assessoria de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros, major Augusto Lima, o município ainda não decretou situação de emergência, o que já deveria ter ocorrido na marca dos 12,10 m. Lima explicou que sequer conseguiu contato com o prefeito Sebastião Miranda Filho. Em função disso, o Estado não pode entrar com a ajuda suplementar, como fornecimento de cestas básicas, levantamento da situação dos atingidos e dos desabrigados. Sinceramente, não sei o que as pessoas ainda esperam da solidariedade humana e vontade política do prefeito Sebastião Miranda, que parece jamais ter ido a um único bairro da periferia carente, e que desde o ano passado mandou murar a feirinha desativada da Velha Marabá e a área ao lado do colégio Gaspar Viana, que até então serviam de abrigos aos flagelados de todos os anos. Atrocidade O garoto não aparentava mais que 12 anos, se tanto. Uma criança. Pedalava a bicicleta vermelha com os olhos esbugalhados e sua pele negra esbranquiçava-se de terror. Atrás dele, motorista e passageiros de uma caminhonete cabine dupla, cor de prata, manobravam para atingi-lo. O objetivo claro era atropelar o menino, passar com o carro por cima dele e da bicicleta. Bem em frente ao colégio Plínio Pinheiro, ao meio-dia de domingo, o negrinho desesperado sentiu que não alcançaria o sinal da Antônio Maia e deu uma guinada à direita, subiu na calçada, passou entre o muro da escola e um automóvel estacionado, e escapou por um triz quando os cidadãos da cabine dupla tentaram esmagá-lo contra a parede. Visivelmente sem fôlego, o garoto entrou pela 5 de abril, no rumo do destruído Clube de Mães. Para continuar a caçada, as pessoas de bem atravessaram o veículo em toda a largura da rua, obrigaram outros carros a freadas bruscas, e quase atropelavam uma mulher que andava sobre a calçada do CTA. Como loucos, saíram queimando pneus até que todos, indignados e aterrorizados com tanta atrocidade e disposição homicida, os perderam de vista. Pelo visto, Marabá deve absolutamente nada aos psicopatas que arrastaram por sete quilômetros e até à morte um menino de seis anos, dia 7 de fevereiro em São Paulo.
Projeto Salobo pode começar este ano O projeto de mineração de cobre Salobo, da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) no município de Marabá, deve começar já no segundo semestre deste ano com o aporte de 890 milhões de dólares em serviços de terraplanagem, topografia, construção civil e outras obras básicas, que devem gerar 3.500 empregos. Quando em funcionamento, o Salobo poderá fornecer até 2.000 empregos fixos para a produção de 540 toneladas de cobre por ano, resultantes do processamento de 24 milhões de toneladas de material primário, transportado por um mineroduto de 90 km até à pêra ferroviária de Parauapebas. A mina do Salobo fica a 240 km da cidade de Marabá. As informações foram repassadas durante o workshop “Projeto Salobo - Oportunidades de Negócios para as Empresas Paraenses”, promovido quarta-feira (07) no auditório Albano Franco, em Belém, pelo Programa de Desenvolvimento de Fornecedores do Estado (PDF), coordenado pela Federação das Indústrias do Estado (Fiepa). De Marabá, estiveram presentes o presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá, Gilberto Leite, e os associados Ítalo Ipojucan e Luis Alves; Paulo césar Lopes, presidente do Sindicom; Leonildo Borges Rocha, proprietário da siderúrgica Maragusa; Juracy Costa, da revendedora Fênix de veículos; Olavo Barros, da Arte Verde, e Hudson Jr., do grupo Chic. Representaram a CVRD, Márcio Luís Godoy, diretor do Departamento de Operações de não-ferrosos Carajás; Eduardo Caldero, gerente geral de implantação de projetos, e João Rabelo de Melo Filho, coordenador executivo de implantação de projetos. Presentes, ainda, o deputado estadual João Salame Neto, e o presidente da Fiepa, Dr.Conrado. “O objetivo do evento era mostrar as oportunidades de negócios que o projeto Salobo vai gerar para os fornecedores do Pará, mas nossos empresários verificaram que hoje, apenas cinco ou seis empresas de Marabá fornecem para a Vale 8% do que ela compra na região, menos até do que vende Canaã de Carajás”, disse Paulo Lopes à “Política & Desenvolvimento”. Segundo o presidente do Sindicom (Sindicato do Comércio de Marabá), uma boa e imediata oportunidade de negócios está vindo de Ourilândia do Norte, no sul do Pará, onde a Mineração Onça Puma, subsidiária da Vale e responsável pelo maior projeto de produção de níquel no Estado, está fazendo tomada de preço para o fornecimento de alimentação às equipes. Os números são grandiosos: 221.160 unidades de almoço e igual número de jantar e café da manhã por ano; 24.488 litros de café, 58.976 pacotes de biscoitos, 6.635 garrafões de 20 litros de água mineral. 47.918 garrafinhas de 300 mililitros de água mineral, entre outros itens.
Minha homenagem à mulher A Prefeitura de Santarém quer ver a Cosanpa pelas costas. O contrato de 30 anos celebrado com a companhia expirou em setembro de 2006 e até hoje não foi renovado. A Cosanpa que a concessão do serviço público por mais três décadas, mas a prefeita Maria do Carmo (PT) meteu o pé na parede: vem recebendo pressão de representantes de associações de bairros e de outras entidades, e elaborou a contraproposta da renovação de cinco anos com a possibilidade de estender o prazo pelo mesmo período. Diante da resistência, o presidente da Cosanpa, Eduardo de Castro Ribeiro Júnior, ajustou com Maria do Carmo um novo modelo gestão, quilometricamente chamado de Plano Contingencial de Operação e Manutenção do Sistema para Redução de Risco do Colapso Operacional e Melhorias Emergenciais para o Abastecimento de Água em Santarém – investimento de R$ 10 milhões com recursos da Caixa Econômica Federal. Será o fim da falta d’água e do sucateamento do sistema. Eu ia dizer que o resultado benéfico do enfrentamento é porque a prefeita Maria do Carmo tem peito para encarar os desafios da sua cidade. Mas não quero ser mal-entendido. Recordo, porém, que certa feita o babalorixá Ociré previu que uma mulher poderia chegar à prefeitura de Marabá. Mulher peituda, espero. Quem sabe seria, para todos nós, principalmente os flagelados de todas as enchentes, uma solução.
Muito estranho Noticiaram a imprensa e o governo Lula que a Vale do Rio Doce doara os 100 hectares de Serra Pelada à Cooperativa dos Garimpeiros, e a quase ninguém (fui exceção?) importou indagar que área representava a doação, se a Vale fora indenizada, na década de 90, em 52 milhões de dólares pela terreno daquele garimpo. Ontem, a Associação das Siderúrgicas de Carajás (Asica) lançou o seu Fundo Florestal Carajás, para financiar projetos de reflorestamento, mas esqueceu de informar que o tal fundo já existe há quatro anos. Enquanto se faz marketing, o carvão ilegal continua queimando em Carajás.
Quaresma do arromba O Ibama divulgou esta semana o resultado parcial da Operação Quaresma, em curso na região sudeste do Pará desde 15 de fevereiro, em parceria com o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA). Além do embargo e multa da siderúrgica Ibérica do Pará S/A, em Marabá, foram lavrados 30 Autos de Infração (AI) e 34 Termos de Apreensão e Depósito (TAD). As multas atingiram 12,5 milhões de reais e foram apreendidos 2.246 metros cúbicos de madeira serrada e 4.100 metros cúbicos em tora, totalizando 6.346 metros cúbicos.Cerca de 100 caminhões carregados de carvão vegetal estão estacionados em frente às siderúrgicas. A equipe do Ibama aguarda que os proprietários se manifestem para efetivar a apreensão, caso contrário um guincho será usado para recolher os caminhões para uma unidade do Exército em Marabá. A ação também apreendeu 607 metros de carvão vegetal além de sete caminhões das indústrias siderúrgicas Usimar e Sidenorte. Diz a assessoria de comunicação do Ibama que houve o embargo de 40 fornos de carvoarias na região de Carajás, de duas serrarias e duas indústrias siderúrgicas - Cosipar e Ibérica do Pará S/A. A Cosipar, além do embargo recebeu multa no valor de R$ 5 milhões reais por funcionar com licença de operação (LO) vencida.A siderúrgica Ibérica do Pará S/A foi embargada e multada em R$ 5 milhões por funcionar sem licença de operação (LO). A empresa é reincidente porque em 2006 foi multada em R$ 3.518. 189,00 por manter em depósito 35.189 metros cúbicos de carvão vegetal, sem comprovação de origem. A Resolução Conama Nº 237/97, expressa no seu Artigo 18, parágrafo quarto, que todas as licenças para serem renovadas cumpram prazo de 120 dias de antecedência pelas empresas interessadas em renovação de licença junto ao órgão estadual competente. Até o momento a operação Quaresma, com término previsto dia 5 de abril, já inspecionou 10 siderúrgicas do total de 11 que operam na região. Foram confiscados até o momento 23 veículos, 04 tratores e 1 motosserra.