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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Maurino, o Cascão

Sob o título "É o fim da pinicada", estão no blog do Hiroshi Bogéa as cagadas do Maurino Cascão Magalhães. Veja aí: Só não teve, ainda, registro de BO, mas já virou caso de Polícia. Polícias, melhor dizendo, Civis e PM. Tudo começou quando a prefeitura de Marabá decidiu fazer depositário de lixo público parte da área recentemente desapropriada pelo governo do Estado para implantar a siderúrgica da VALE. Sem nenhuma cerimônia. Inicialmente, na descoberta do ato irresponsável, representantes da Secretaria de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia (SEDECT) tentaram mostrar à secretaria de Obras do município a impropriedade do local. De nada adiantaram os argumentos. Caminhões e mais caminhões continuaram despejando toneladas diárias no terreno estatizado, colocando em risco a credibilidade do projeto siderúrgico defendido a mão e fogo pelo presidente Lula, junto a VALE. O governo do Estado, através da SETRAN, chegou a deslocar para a área equipamentos pesados, espalhados estrategicamente no ponto onde estava sendo formada a lixeira. Nem isso, no entanto, impediu a desobediente atitude do poder público. Ontem, a gota d’água. Quando começaram a chegar caçambas de lixo, imediatamente, policiais civis e militares foram acionados, impedindo despejos, com ameaças de prisão e o que possam merecer os responsáveis pela ação criminosa. O prefeito municipal, segundo fonte policial, corre o risco de ser processado por crime ambiental. Hoje, o Ministério Público será acionado para acompanhar a bandalheira. -------------------- atualização às 09:24 - Esse rapaz é um louco! Louco!! Não se tem nem como adjetivar comportamento dessa natureza. Enquanto lutamos para construir um cinturão industrial em torno de Marabá, ele, prefeito, se esforça em espalhar um cinturão de lixo. A reação é de graduado auxiliar, e conselheiro direto, da govenadora Ana Júlia, ao medir a temperatura do governo a respeito do episódio. Sabe-se agora: a prefeitura usava premeditadamente o terreno da siderúrgica como depositário de lixo. Os servidores do setor de limpeza, temendo reação ao ato criminoso, trabalhavam de madrugada para fugir da fiscalização. O governo do Estado, protegendo-se de alguma reação da VALE, exatamente na semana em que Lula e o presidente da mineradora, Roger Agnelli, discutem o calendário de obras da siderúrgica, comunicou o incidente à diretoria da empresa. Preocupa a repercussão que o gesto do poder municipal pode gerar, considerando que o mega-projeto da usina de transformaçào exige, para sua edificação, a união segura dos agentes envolvidos: VALE, Estado, governbo Federal e município. Transformar em depósito de lixo o terreno desapropriado, pelo principal beneficiário do investimento de UR$ 5 bilhões - o Município -, pode levar por água abaixo todas as negociações até agora envolvidas. Inclusive com a presença forte do Presidente da República, na mesa de decisões. ------------- atualização às 10:59 Questionado esta manhã pela Rádio Clube sobre o uso da área destinada à siderúrgica como depósito de lixo, o prefeito de Marabá, Maurino Magalhães, não quis muita conversa com o assunto. Limitou-se a classificar a ação como "provisória": - É provisório, é provisório, até encontrarmos um local definitivo.

Saúde pública: só falta desligar o aparelho

Às duas da tarde, a neta ligou para o fone 192, do Serviço de Assistência Médica de Urgência (Samu): a avó dela não estava bem, tinha tido um ataque, espumava, revirava os olhos, respirava mal. A atendente indagou qual a idade da senhora e quando soube que era 62, debochou: “Isso não é nada, não, minha mãe tem mais idade que isso e continua trabalhando na roça”. A neta disse-lhe que isso a avó estava ruim e precisava de socorro, não de palpites e gracejos. A atendente desligou. A avó da garota estava no segundo derrame. Avisada no serviço, a mãe da jovem correu para casa e junto com familiares aguardou a chegada da ambulância. Tempos depois alguém ligou para o Samu e falou com a mesma atendente sobre a providência solicitada para o transporte da paciente. A servidora pública disse que não passara o pedido ao atendimento porque a moça que ligara primeiro “tinha sido muito ignorante” com ela. O Samu não foi. A senhora já em coma foi levada numa viatura comum para a Climec, onde um médico a examinou e aconselhou a remoção para a UTI do Hospital Municipal e alertou: se o Samu tivesse ido buscar a paciente, sua situação não estaria tão preocupante. Removida para o Hospital Municipal, onde não existe UTI, a paciente ficou horas aguardando que alguém da administração hospitalar a encaminhasse ao Hospital Regional, único a possuir a unidade de tratamento intensivo, e deu-se outro problema: diz um familiar que quem tinha autoridade para encaminhar a avó ao HR não estava no HM. Por outro lado, dos dez leitos na UTI do Regional, administrado pela Sespa e com atendimento feito pela terceirizada Pró-Saude, apenas três estavam desocupados, sendo dois deles reservados para doentes de fora de Marabá. Enquanto a avó aguardada cada vez pior no Hospital Municipal, foi preciso que alguém da família saísse para comprar um termômetro, que nem isso tinha ali. Alguém também ligou para os três celulares do secretário de Saúde e todos estavam fora de área. Lá fora, no meio da tarde de quinta-feira e da multidão que desde madrugada aguardava atenção médica, um funcionário da Susipe, a superintendência do sistema que gerencia a penitenciária agrícola, queixava-se impaciente de fome e preocupação. Chegara às sete e meia da manhã e até àquela hora não conseguira uma avaliação cirúrgica para detendo com hérnia grave, por falta de médico. “Estou desde ontem de plantão aqui e não somos atendidos”, desabafou. Foi então que seu interlocutor fez o comentário melancólico e mais perfeito para a situação da saúde em Marabá: “Se com vocês é assim, imagine se fosse um flagelado...”

A praça, o santo e os ladrões

Recebi do editor da Revista Foco, Laércio Ribeiro, com pedido de publicação: “Vista num cartão postal, a Praça São Francisco, em Marabá, provoca um certo sentimento de nostalgia. E, de fato, aquele logradouro já se tornou elemento inalienável da vida do marabaense, especialmente dos que residem no núcleo Cidade Nova. De domingo a domingo, a praça se tornou ponto de encontro de pessoas de todas as idades, muitas das quais procuram seus barzinhos para um bate-papo no final do dia. A aglomeração se intensifica depois das nove da noite, porque é para lá que vão famílias inteiras depois da missa ou do culto. Mas a Praça São Francisco está perdendo significado na vida de muitas pessoas. O motivo? Muito simples: a praça há muito tempo está despida de segurança. Ao que parece, o local que atrai tanta gente não encanta muito os homens de farda. Sem ninguém para intimidá-los, os bandidos estão fazendo a farra. As principais vítimas são condutores de veículos ou mocinhas desacompanhadas. Estas são espreitadas na volta para casa e sucumbem indefesas nas garras dos larápios que, geralmente em número de dois ou mais, arrebatam de suas vítimas aparelhos celulares, bolsas e outros acessórios. Já os donos de veículos são pressionados na chegada e na saída por menores e marmanjos que se posicionam nos estacionamentos oferecendo os serviços de uma certa “vigilância”, que, que eu saiba, não guarda coisa nenhuma. Sim, porque até hoje nunca ouvi falar que um desses guardadores de carro tenha evitado um furto ou que tenha se embolado com o ladrão pelo chão para evitar que o elemento botasse a mão no veículo do qual ele, ao preço de uma gorjeta, se constituiu fiel depositário. Na verdade, na Praça São Francisco, o número de furtos de veículos nos estacionamentos, especialmente motocicletas, aumenta na mesma proporção em que cresce a quantidade de guardadores de carro. O condutor mais precavido que vá à praça a pé e deixe a moto em casa. Ou então que procure ficar bem próximo de seu veículo, e curta seu passeio do jeito que versa o ditado: com um olho no padre e outro na missa. E, por falar em padre, a praça fica defronte à igreja do santo que lhe emprestou o nome. É, mas ao que parece nem o santo os bandidos respeitam mais. São Francisco que se cuide ou, qualquer dia desses, vai procurar e não vai achar o cordão.”

Seminário

Com os objetivos de mobilizar a comunidade acadêmica e parceiros para refletir sobre o processo de criação da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará; conhecer a experiência de outras Universidades brasileiras que passaram por criação recente; debater sobre experiências inovadoras de Universidades na Pan-amazônia e discutir sobre as novas tendências dos cursos da área de saúde, o Campus de Marabá da UFPA vai promover o seminário Construindo a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. O seminário ocorre nos dias 13 e 14 de maio, com a seguinte programação: Dia 13/05: 17:00h – Credenciamento; 18:30h – Abertura; 19h - Palestra “A experiência da criação da Universidade Federal de Campina Grande” (Prof. Márcio Caniello – UFCG) Dia 14/05: 08:00h - Palestra “Universidades na Pan-Amazônia” (Profa. Rosa M. Acevedo – UNAMAZ/UFPA); 10:00h: Palestra “Concepções e diretrizes pedagógicas de cursos na área de saúde” (Profa. Regina Feio – UFPA); 14:00h: Grupos de Trabalho e Reflexão sobre o Projeto da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará; 16: 30h: Plenária de apresentação das reflexões dos Grupos de Trabalho e produção de síntese do seminário; 17:30h: Encerramento

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Galeano: as coisas e seus nomes

Hoje em dia, não fica bem dizer certas coisas perante a opinião pública. O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado. O imperialismo se chama globalização. As vítimas do imperialismo se chamam países em via de desenvolvimento, que é como chamar de meninos aos anões. O oportunismo se chama pragmatismo. A traição se chama realismo. Os pobres se chamam carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos. Eduardo Galeano Na era vitoriana era proibido fazer menção às calças na presença de uma senhorita. Hoje em dia, não fica bem dizer certas coisas perante a opinião pública: O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado; O imperialismo se chama globalização; As vítimas do imperialismo se chamam países em via de desenvolvimento, que é como chamar de meninos aos anões; O oportunismo se chama pragmatismo; A traição se chama realismo; Os pobres se chamam carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos; A expulsão dos meninos pobres do sistema educativo é conhecida pelo nome de deserção escolar; O direito do patrão de despedir sem indenização nem explicação se chama flexibilização laboral; A linguagem oficial reconhece os direitos das mulheres entre os direitos das minorias, como se a metade masculina da humanidade fosse a maioria; em lugar de ditadura militar, se diz processo; As torturas são chamadas de constrangimentos ilegais ou também pressões físicas e psicológicas; Quando os ladrões são de boa família, não são ladrões, são cleoptomaníacos; O saque dos fundos públicos pelos políticos corruptos atende ao nome de enriquecimento ilícito; Chamam-se acidentes os crimes cometidos pelos motoristas de automóveis; Em vez de cego, se diz deficiente visual; Um negro é um homem de cor; Onde se diz longa e penosa enfermidade, deve-se ler câncer ou AIDS; Mal súbito significa infarto; Nunca se diz morte, mas desaparecimento físico; Tampouco são mortos os seres humanos aniquilados nas operações militares: os mortos em batalha são baixas e os civis, que nada têm a ver com o peixe e sempre pagam o pato, danos colaterais; Em 1995, quando das explosões nucleares da França no Pacífico Sul, o embaixador francês na Nova Zelândia declarou: “Não gosto da palavra bomba. Não são bombas. São artefatos que explodem”; Chama-se Conviver alguns dos bandos assassinos da Colômbia, que agem sob proteção militar; Dignidade era o nome de um dos campos de concentração da ditadura chilena e Liberdade o maior presídio da ditadura uruguaia; Chama-se Paz e Justiça o grupo militar que, em 1997, matou pelas costas quarenta e cinco camponeses, quase todos mulheres e crianças, que rezavam numa igreja do povoado de Acteal, em Chiapas. (Do livro De pernas pro ar, editora L&PM, sugado do site Carta Maior pelo poster)

Muita chuva

A mineradora Vale do Rio Doce informou hoje que as fortes chuvas que castigam as Regiões Norte e Nordeste acabaram por causar deslizamento de terra que ocasionou a interdição da Estrada de Ferro Carajás. O acidente ocorreu na altura do Km 374, no povoado de Nova Vida, a 100 km de Açailândia, no Maranhão, segundo a Agência Estado. A empresa informou que a ferrovia ficará interditada pelas próximas 48 horas. A estrada de ferro é a responsável pelo transporte do minério extraído em Carajás (PA) para São Luís (MA), aonde é exportado. A mineradora informou que está realizando todos os esforços para liberar a circulação de trens o mais rápido possível. Segundo dados da Defesa Civil Estadual, as fortes chuvas no Maranhão já afetaram mais de 114 mil pessoas, sendo que mais de 25 mil estão desalojados e 21 mil desabrigados.

Celulose, não. Piqui, sim!

No municipio de Santa Quitéria, Baixo Parnaíba maranhense, comunidades agroextrativistas montam barricadas para impedir a entrada do maquinário pesado da Suzano papel e Celulose que pretende desmatar mais de seis mil hectares de florestas de bacurizeiros e pequeizeiros para plantar eucalipto na bacia do rio Preguiças, área de proteção ambiental. As comunidades consideram essa área terra devoluta e pretendem resistir a qualquer entrada do agronegócio na região. Nas audiências públicas do empreendimento da Margusa, em 2007, para quem a Suzano arrendava as terras, na época, foram cobradas informações do Estado maranhense sobre essa terra que a Suzano se arvora a posse. O orgão fundiário realizou vistorias nas áreas, mas nada foi divulgado. As comunidades querem essa terra para continuar colhendo seus frutos e plantando suas culturas. É bem possível se a Suzano continuar avançando haver conflito armado entre as comunidades e os funcionários da empresa.