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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Entre tesouras, tecidos e lembranças


Reportagem da GloboNews (22/10) redescobre o alfaiate como a melhor opção para quem gosta de vestir-se bem e revela o interessecrescente de jovens pela profissão (que exige anos de aprimoramento e estudos práticos).
Até meado de 1970, Marabá abrigou uma plêiade de alfaiates da melhor estirpe, onde pontificaram durante décadas profissionais como Mestre Marreca, Mestre Cunha, Pacheco, Manezin, Mestre Hermes e outros que, em lugar civilizado, seriam nomes de ruas e avenidas.
Eram todos homens, como se vê. Frequentavam-nos trabalhadores e comerciantes para a confecção de camisas de tricoline e calças de gabardine e linho inglês HJ-120, tecidos de primeira trazidos nas embarcações que partiam carregadas de castanha e retornavam abarrotadas de mercadorias – muitas de origem estrangeira, de qualidade e preço acessível. Bons tempos, aqueles...
Doutra parte, raras senhoras dedicavam-se mais à feitura de roupa de carregação: uns gongós de mescla e camisas de morim barato encomendados às centenas pelos donos de castanhais para fardamento dos castanheiros na mata.
Ainda pouco conhecido havia o Mário Beferré alfaiate, já falecido, mas meu irmão Donato conta uma situação vivida com ele naquela época. Num final de semana, Donato levou Valdez, nosso irmão mais novo, ainda criança, juntamente com um corte de tecido, à alfaiataria na ilharga da Casa Bandeira, no Marabazinho, onde Mario costurava entre manequins sem cabeça e barracões de castanha. Queria umas roupas novas para o pirralho e foi com ele tirar as medidas.
Na sala de estar, onde ficavam as máquinas de costura, não havia ninguém naquela manhã. Donato bateu palmas e uma senhora veio lá de dentro informar que Mário estava doente há dias e não poderia atendê-lo. Mas Mário reconheceu a voz do amigo, e pediu-lhe com o vozeirãoarrastado e rouco que o esperasse e saiu do quarto, de bermuda, vestindo uma camisa branca. Foi quando Valdez o viu. Além da voz estragada, Mário era tido como um dos homens mais feios da cidade. Para completar, naquele dia uma caxumba dupla acrescia-lhe duas batatas monstruosas ao queixo e engrossava ainda mais seu pescoço curto. Correndo, Donato só foi alcançar Valdez perto da Casa Xandu, do outro lado da Praça Duque de Caxias, olhos esbugalhados de medo. A amizade com Mário permaneceu até o fim da vida deste, mas Donato nunca mais levou seu irmãozinho àquela alfaiataria.

Em Marabá, hoje, existe um único alfaiate que ainda conserva a tradição da nobre técnica masculina do corte e costura marabaense. Trata-se de Mário, da Mário’s Fashion, que retornou à terra natal após anos de andança no sul do país apurando sua arte.

“Os 12 mais”


“A partir do próximo ano o governo vai repassar mais da metade d cota-parte do ICMS para 12 dos 144 municípios do Pará. Os 12 municípios com maior receita receberão 51,80% dos repasses, que representam 25% da receita líquida própria do Estado e no ano passado chegaram a 1,81 bilhão de reais. Parauapebas ficou com R$ 300 milhões e Belém com R$ 270 milhões.

Desse topo dos “12 mais” fazem parte oito municípios que sediam ou estão sob a influência direta dos grandes projetos de mineração e metalurgia.São Parauapebas, Canaã dos Carajás, Barcarena, Oriximiná, Tucuruí, Paragominas, Altamira e Marabá, que ficarão com 41,86% do total, conforme os novos valores estabelecidos por decreto, publicado no dia 29 (de setembro), pelo governador Simão Jatene. De fato, os prefeitos desses municípios contam com muito mais recursos do que os demais, incluindo a capital. Além do ICMS, têmos royalties e as compensações legais pelo uso dos seus recursos. No entanto, esse é um efeito extremamente concentrado e residual do potencial desses empreendimentos, com fraco poder germinativo e extremamente deficientes nas relações de troca.” (Parte de “A pobreza concentrada’, de Lúcio Flávio Pinto, no Jornal Pessoal nº570)

Devastação



Leitor da página e do blog Quaradouro não esconde sua indignação com o corte de três árvores ao lado do jornal do prefeito João Salame“visto que vivemos numa cidade infernal cm esse calor insuportável”. E quer que a prefeitura esclareça porque “o Plano de Arborização do Município simplesmente evaporou, sumiu”.

Minha casa, minha angústia


Ministério Público Federal (MPF) encaminhou à Caixa Econômica Federal (CEF) notificação e que recomenda ao banco a regularização das obras do residencial Cristo Vive, do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, em Tucuruí (PA).

Segundo o MPF, as obras estão abandonadas e deterioradas, pondo em risco o patrimônio público investido no projeto e que pode configurar descaso e omissão por parte dos responsáveis.A CEF tem quinze dias para reiniciar a conservação do conjunto.

Status quo


Melhora nenhuma no lamentável estado de higiene das ruas da Nova Marabá. Elas continuam fedendo e cheias de lixo, agora agravadas com a lama em sua maioria. Aliás, cadê os 500 quilômetros de asfalto?

Marabaense sofre!...