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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Zequinha Marinho (PSC) será o vice de Simão Jatene



Zequinha MarinhoDeputado Federal por três mandatos consecutivos (2003/2007- 2007/2011 – 2011/2015), o presidente do PSC no Pará, Zequinha Marinho será o vice na chapa do governado Simão Jatene nas próximas eleições no Pará. 

É o que afirma o jornal “O Liberal” desta quinta-feira (15): “O federal Zequinha Marinho, pastor da Assembleia de Deus, aceitou o convite do governador Simão Jatene e será o vice na sua chapa. A informação foi confirmada pela Igreja”.  (Fonte o Liberal)

Sesc inaugura dia 30

Vai chamar-se “Paulo César de Carvalho Lopes” o Centro de Atividades do Serviço Social do Comercio (Sesc), a ser inaugurado no próximo dia 30, após a eleição da Federação do Comércio do Estado do Pará, que ocorrerá dia 22 de maio. A denominação homenageia o recém-falecido Paulinho, até então fundador e presidente do Sindicato do Comércio de Marabá (Sindicom).
A unidade, segundo a assessoria de imprensa da Fecomércio, tem a previsão de efetuar 1.262.000 atendimentos em 2014, além de oferecer aos comerciários, dependentes e à população em geral diversas ações nas áreas de Educação, Saúde, Cultura, lazer e Assistência.
O Sesc existe no Pará há mais de 65 anos e em Marabá prestaria serviços a população desde 2006, com o Programa Mesa Brasil Sesc na arrecadação e distribuição de alimentos.
Ainda segundo a assessoria de comunicação da Fecomercio, “ao longo dos últimos anos a entidade tem realizado expressivos investimentos para entregar à população de Marabá uma unidade completa e equipada, que venha efetivamente a se constituir em excelência nos serviços a serem oferecidos e na solidez da infraestrutura em contribuição á melhoria da qualidade de vida dos comerciários da região, seus dependentes e a comunidade em geral.
A demora na entrega da unidade, que já dura 13 anos, segundo fonte ligada ao comércio local, deveu-se à “busca do padrão Sesc de excelência”, que submeteu o projeto a “vistorias técnicas dos organismos municipais e estaduais competentes, obedecendo a todos os requisitos legais e obtendo a certificação de segurança”.

Chapa 2
Encabeçada pelo empresário e presidente do sindicato do material de construção de Belém e Ananindeua, Sebastião Campos, tudo indica que a Chapa 2 venha a tornar-se a nova diretoria da federação paraense do comercio na eleição do próximo dia 22 de maio, para mandato 2014/2018.

Sebastião Campos já teria arregimentado 10 dos 13 sindicatos habilitados a eleger a nova equipe administrativa, entre os quais o Sindicom marabaense, que aceitou as propostas de trabalho do grupo oposicionista e que contemplam, entre outras, a criação do restaurante do comerciário e a possível vndada carreta odonto-Sesc a esta cidade. 

Novo PPS


O Partido Popular Socialista (PPS) já está em campo, aquecendo os músculos  para a eleição de 2014. No próximo dia 25 de maio, o partido promove encontro regional na escola Judith Gomes Leitão para avaliação da conjuntura nacional, as perspectivas da sigla e definição de pré-candidaturas, entre as quais a do advogado e ex-presidente da OAB Marabá, Haroldo Júnior. a deputado estadual. Diretórios do sul e sudeste do Pará já asseguraram presença.

Dia 31, o PPS promove feijoada na Maçonaria Pioneira da Transamazônica, no bairro Novo Horizonte, com alegre campanha de conquista e efetivação de novos afiliados.  
Dr. Haroldo é pré-candidato do PPS
 à Assembléia Legislativa

Inocentados

Deusmir Luiz Gonçalves e Renia Paula Rodrigues da Silva, candidatos a prefeito e vice de Água Azul do Norte, pelo PT, foram absolvidos pelo juiz eleitoral de Xinguara, José Admilson Gomes Pereira, por suposta
captação ilícita de sufrágio no último pleito. 
Ambos foram acusados por representante de sigla partidária em Ação de Investigação Judicial Eleitoral, a pretexto de transporte irregular de eleitores para captação ilícita de votos, não comprovado na audiência de instrução e julgamento, de sorte que o próprio Ministério Público Eleitoral manifestou-se pela improcedência do pedido. 

Em consequência, o juiz determinou a extinção do processo com resolução do mérito, entendendo que “o transporte irregular de eleitores pode até ter ocorrido no dia da eleição, entretanto nos autos não há prova sólida a impor um decreto condenatório, com repercussão e graves consequências ao exercício dos atos da plena cidadania brasileira, que é a suspensão do direito de ser votado em decorrência da inelegibilidade”.  

Começou a pegar...

Telexfria
A mulher do criador da Telexfree foi presa na noite da quarta-feira (14) no aeroporto JFK, em Nova York, ao tentar embarcar para o Brasil, para onde o seu marido, Carlos Wanzeler, fugiu há cerca de um mês. Ele é considerado foragido da Justiça americana, onde responde a processo por conspiração para cometer fraude eletrônica.
Katia foi detida na condição de testemunha importante do crime. Ela, entretanto, também recebeu "quantias significativas" de recursos levantados pela Telexfree. O negócio é acusado de ser uma pirâmide financeira bilionária criada por Carlos Wanzeler, brasileiro, e James Matthew Merrill, americano. Merrill está preso.
Katia recebeu US$ 1,5 milhão – cerca de R$ 3,32 milhões – da Telexfree em fevereiro de 2014, quando os proprietários já sabiam que o negócio estava sob investigação. Um cheque de US$ 2 milhões – ou R$ 4,43 milhões – em favor da mulher foi apreendido na sede do grupo em 15 de abril, dia em que a empresa foi denunciada como pirâmide financeira pelas autoridades do Estado de Massachusetts.
Nesse mesmo dia, Carlos Wanzeler e a filha, Lyvia Wanzeler, deixaram os Estados Unidos em direção ao Canadá. Os dois cruzaram a fronteira de carro, na cidade de Lacolle, província do Quebéc, às 23h.  Katia ficou em Northborough, onde vivia com o marido.

Telexfria 2
Wanzeler criou a Telexfree em 2002 nos Estados Unidos, mas ela deslanchou após ser trazido para o Brasil, em 2012. Aqui, cerca de 1 milhão de pessoas investiram na empresa, que prometia lucros expressivos em troca de venda de pacotes de telefonia VoIP, realização de publicidade na internet e atração de mais gente para o negócio.
Como o iG revelou, em menos de dois anos, a Telexfree recebeu R$ 988 milhões apenas em suas contas brasileiras. Parte desse dinheiro era transferido para contas de Wanzeler no Brasil e, em seguida, para contas mantidas por ele nos Estados Unidos.

Telexfria 3
Além do processo americano, o empresário responde, junto com seus sócios James Matthew Merrill e Carlos Roberto Costa, a um processo em que é acusado de ter criado uma pirâmide financeira – crime que pode ser punido com até dois anos de prisão
Nos Estados Unidos, Wanzeler pode pegar 20 anos.


Bandido de 18 anos é preso acusado de atirar e matar advogada


Um bandido de 18 anos foi preso, ontem (15), em Belém. Ele é acusado de ter envovilmento na morte da advogada Graziette de Assis Berredo Reis, de 49 anos, durante tentativa de assalto no bairro de Canudos na última terça-feira (13). Geovane Sousa de Oliveira foi preso em casa, no bairro do Marco. Ele foi reconhecido por testemunhas do crime como o autor do disparo fatal.

Geovane foi detido por uma guarnição da Polícia Militar juntamente com outro suspeito, que foi liberado por não ter sido reconhecido. A prisão dele foi resultado de denúncia feita ao serviço Disque-Denúncia, pelo telefone 181. O flagrante foi lavrado pelos delegados Cláudio Galeno e Dauriedson Bentes, da Divisão de Homicídios, responsável pelas investigações do caso. O outro acusado de envolvimento na morte está sendo investigado.

Relembre o caso - Graziette de Assis Berredo Reis morreu depois de receber um tiro, na noite da última terça-feira (13), no bairro de Canudos. A advogada voltava de carro para casa, pela Rua Américo Santa Rosa. Ao parar em um sinal de trânsito, ela teria sido abordada por um homem, mas teria acelerado o carro para escapar do bandido. Foi nesse momento que o criminoso atirou. Depois do crime, o assaltante saiu em fuga e assaltou um entregador de pizza, levando a moto dele para fugir do local.

6 mil fichas sujas impedidos de disputar eleições


O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, encaminhará até junho ao novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, uma lista com cerca de 6 mil gestores que estarão impedidos de participar das próximas eleições. Segundo Nardes, a relação está em fase final de preparação.

“É uma lista de condenados pelo TCU, chamada ficha suja, das pessoas que não têm as contas aprovadas em todo o país. É significativo, mas além de fazermos a avaliação da legalidade, avaliamos a questão da governança e da qualidade dos serviços prestados”, disse Nardes. Ele participou do lançamento do portal Fiscaliza Rio 2016, criado pelo TCU e pelos tribunais de contas do Estado do Rio e do Município do Rio de Janeiro.

Durante a cerimônia, o presidente do TCU disse que o país terá decepções com a Copa e destacou que em torno de 50% das obras prometidas não foram concluídas. “Estive em Cuiabá e fiquei impressionado. Está uma praça de guerra”, disse. Nardes também citou dificuldades nos aeroportos de São Paulo, Rio, Fortaleza e Belo Horizonte.

“Espero que a Copa seja um sucesso até pelo jeitinho dos nossos atletas, que nesse aspecto é positivo. Mas no jeitinho de fazer as obras no Brasil, com certeza estamos deixando a dever no sentido de apresentar para a sociedade uma solução melhor”, avaliou. Para Nardes, o visitante passará por constrangimentos no transporte durante o torneio provocados pela falta de planejamento.

Para o presidente do TCU, a grande tragédia do Brasil é a ausência de governança, que impede os projetos de serem entregues de forma adequada.   (Fonte: Correio Braziliense)

Larêdo faz I feira do Livro em Belém

Valorize o que seu, o que é nosso!

I FEIRA DO LIVRO DO ESCRITOR SALOMÃO LARÊDO é na LIVRARIA DA FOX, de 30 de maio a 8 de junho. Aproveite! O romance "Antonia Cu de Facho" é uma das obras que estarão à disposição do público leitor. São poucos os exemplares e o preço,ó, um barato!


quarta-feira, 14 de maio de 2014

I FEIRA DO LIVRO DO ESCRITOR SALOMÃO LARÊDO

CHEGOU A HORA de anunciar uma das grandes novidades literárias do escritor Salomão Larêdo: A PRIMEIRA FEIRA DO LIVRO DO ESCRITOR SALOMÃO LARÊDO NA LIVRARIA DA FOX, DE 30 DE MAIO A 08 DE JUNHO DE 2014 que é excelente oportunidade de você, leitor dos livros do nosso escritor, de adquirir suas obras, inclusive, muitas, raras. Aproveite. Valorize o que é seu, o que é nosso. Apoie, adquira e leia os autores locais.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Mas, é só lá!!???

Concorrências públicas do Amapá são manipuladas com suborno

Justiça bloqueou bens de 21 dos 24 deputados do estado.
Tem até compra de ração para cachorro nas despesas parlamentares.

Um imenso esquema de notas fiscais frias levou a Justiça a bloquear bens de 21 dos 24 deputados estaduais do Amapá. Tem até compra de ração para cachorro nas despesas parlamentares.
A reportagem especial começa mostrando flagrantes de corrupção, em dinheiro vivo. Quem registrou a entrega do dinheiro a um servidor público foi o próprio empresário que pretendia se dar bem.
“Estou indo agora, mais uma vez, entregar o dinheiro. Depois vocês vão ver a sequência desses capítulos”. Quem diz isso é o empresário Luciano Marba, dono de uma firma de vigilância que, desde 2010, presta serviço ao governo do Amapá. Ele está levando dinheiro para corromper um funcionário público da capital e faz questão de gravar tudo. (Veja no vídeo acima)
Dentro do carro, Luciano e um funcionário dele conversam com um assessor da Secretaria de Educação. O objetivo é garantir que a empresa da qual é dono continue prestando serviço de vigilância à secretaria.
O estado iria abrir uma licitação e a firma de Luciano poderia perder a disputa. A certa altura da conversa, Luciano dá o valor da propina: “Deixa só eu te falar aí: eu consegui 15”. Ele quer dizer R$ 15 mil.

Depois, o funcionário dele entrega dois maços de dinheiro. Quem recebe é Bruno da Costa Nascimento, que, segundo o Ministério Público, era assessor da Secretaria de Educação na época em que o vídeo foi gravado.
Bruno garante que já está tudo acertado: “Nossa parte vai ser feita. Faça a sua, que a nossa vai ser feita”.
O valor do contrato passa de R$ 40 milhões por ano. “É o maior contrato do estado em termos de tamanho, de prestação e em termos de volume financeiro também é o maior contrato”, diz Antonio Cléber dos Santos, procurador-geral do Amapá. 
O vídeo foi gravado em fevereiro de 2013. Um ano antes, o empresário tinha gravado outra entrega de dinheiro.
Segundo o Ministério Público, Edilberto Pontes Silva, marido da então secretaria estadual de Educação, Miriam Alves Correa, recebeu R$ 100 mil. “Isso é um crime com o objetivo de deixar que a empresa continue no contrato e para não permitir que o estado do Amapá faça licitação”, afirma o procurador-geral.
Com informações privilegiadas, Luciano teria condições de barrar a licitação na Justiça para que a empresa dele continuasse sendo a única prestando o serviço de segurança para a secretaria.
Os vídeos foram descobertos durante a investigação do Ministério Público em uma operação de busca e apreensão na casa do empresário. Luciano confirma ter gravado os vídeos e se diz vítima de extorsão, praticada por funcionários públicos.
“Fui obrigado a pagar porque eles iam conseguir a falência da minha empresa. Você vira refém na mão dessas pessoas que têm mais poder que você”, diz ele.
O Fantástico foi até a casa a ex-secretária estadual de Educação, Miriam Alves Correia, e do marido dela, Edilberto Pontes Silva, mas eles não receberam nossa equipe nem retornaram as ligações.
Já Bruno da Costa Nascimento disse ao Fantástico que recebeu dinheiro de Luciano porque prestava serviço particular ao empresário: “Todo o dinheiro do Luciano Marba que eu recebia era pagamento dos meu honorários advocatícios que fazia consultoria particular, algumas audiências trabalhistas, sempre acompanhei isso. Por isso, recebi meus honorários particularmente, nada de governo”.
“Dizem que os criminosos são inteligentes, mas aqui e acolá a gente encontra um com baixa inteligência, mas que, pelo menos, ajudam o poder público a investigá-los e a provar contra eles, porque, raramente, se encontra um corruptor filmando a entrega do dinheiro”, afirma Afonso Guimarães, promotor do Ministério Público de Amapá.
JUSTIÇA BLOQUEIA BENS DE 21 DOS 24 DEPUTADOS ESTADUAIS DO AMAPÁ
 
A deputada que bota a mão sobre a lente da câmera do Fantástico no vídeo acima se recusa a explicar o envolvimento dela no maior escândalo da história da Assembleia Legislativa do Amapá. Os bens dela e de outros 20 deputados estaduais foram bloqueados pela Justiça.
Do total de 24 parlamentares, só três escaparam. Dois, porque morreram durante a investigação. E as provas contra a deputada Cristina Almeida ainda não foram analisadas.
São 100 mil indícios reunidos pelo Ministério Público, uma montanha de notas fiscais apresentadas pelos parlamentares para justificar despesas de todo tipo, inclusive, de ração para cachorro. Segundo os promotores, a maioria das notas é falsificada.

“Não imaginávamos fosse cometer erros tão grosseiros, de valores altíssimos, para justificar as despesas por eles realizadas”, diz o promotor Adauto Barbosa.
A investigação começa no bufê do Valdir. De acordo com as notas apresentadas pelos deputados, eles teriam comprado no local R$ 1 milhão em refeições. Isso em menos de 10 meses. “Para os deputados que estão envolvidos nas notas fiscais falsas, eu não trabalhei para nenhum”, ele diz.
Com a nota de número 315, por exemplo, o deputado Agnaldo Balieiro recebeu reembolso de R$ 5.250 da assembleia. Só que a verdadeira, de número 315, está em branco. Ainda não foi usada.
Próximo destino é uma loja de aparelhos eletrônicos. A nota 587 tem como valor R$ 9 mil e a nota 587 verdadeira, R$ 64. Outra de R$ 9 mil seria, na verdade de R$ 90.
Falsificações que foram além. Ivana Gonçalves é filha do empresário que teria emitido uma nota de R$ 11,1 mil para um deputado. Só que na data da emissão, o pai dela já estava morto e a empresa, fechada há meio ano. “Absolutamente falsa!”, ela avisa.

Depois das primeiras denúncias, há dois anos, os deputados se apressaram em cortar 75% da verba indenizatória a que cada um tinha direito, mas mantiveram as diárias de viagens que, segundo o Ministério Público, são as mais altas do Brasil: podem passar de R$ 4,4 mil, dependendo do destino. Despesas que não precisam ser justificadas.
Santana é a cidade mais próxima da capital Macapá. O limite entre os municípios fica a exatamente 18 quilômetros da Assembleia Legislativa do estado. Toda vez que um deputado sai de Santana e vai até Macapá, supostamente a trabalho, ganha diária. Basta atravessar uma ponte para a viagem de menos de 15 minutos ser considerada intermunicipal, o que dá direito a quase dois salários mínimos e meio. Com esse esquema, pelas contas do Ministério Público, só em 2013, os 24 deputados estaduais embolsaram R$ 19 milhões.
Na Assembleia Legislativa, o deputado Edinho Duarte foi escolhido por seus pares para defender o parlamento. “Eu vejo uma assembleia com medo. Por acaso um deputado aqui não pode receber diárias para exercer a sua função de parlamentar viajando pelos municípios e para fora do estado do Amapá?”, ele questiona.

O Fantástico foi, de casa em casa, tentar entrevistar os demais deputados acusados pelo Ministério Público de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito. Em nenhuma residência passamos do portão.
O deputado Agnaldo Balieiro aceitou conversar no gabinete dele. Só não estava preparado para uma surpresa. A nota fiscal do bufê do Valdir.
Fantástico: O senhor nunca fez uma nota falsa?
Agnaldo Balieiro: Não, não...
Fantástico: Como é que o senhor explica essa nota aqui, deputado? R$ 5 mil. A nota verdadeira que nós conseguimos é essa aqui. O senhor pode olhar que é o mesmo número: nota 315. A nota 315, inclusive, não foi usada. Como é que isso aconteceu?
Agnaldo Balieiro: Eu preciso de um tempo para poder analisar realmente a origem. É difícil lembrar especificamente de uma nota.
Antes de acabar a entrevista, o deputado apela: “Eu queria que você pensasse muito, Marcos, porque uma matéria dessas pode acabar com a gente, né cara?”.
Para a procuradora-geral de Justiça do Amapá, não tem perdão: “É um estado pobre e a gente vê uma verdadeira festa com o dinheiro público”.
Indignação que já ganhou as ruas. No dia em que o Fantástico chegou ao Amapá para fazer essa reportagem, pacientes do maior hospital do estado, em cadeiras de rodas, com pernas e braços quebrados, protestaram contra a péssima situação da saúde.
As obras de um novo centro hospitalar estão abandonadas há mais de uma década. As autoridades do estado alegam falta de dinheiro para resolver o problema.

Parabéns, Vale!


Há 18 anos a mineradora fornece, gratuita e generosamente, a matéria-prima do projeto A Vale, a Vaca e a Pena, provocação do artista plástico Kleber Galvêas
11/05/2014 11:35 - Atualizado em 12/05/2014 15:15

Texto: Henrique Alves
Fotos: Gustavo Louzada/Porã


Antes de fruir obras de arte, o visitante do Ateliê Kleber Galvêas recebe uma breve aula de educação ambiental. Sob o pedaço de mata denso e fresco que guarnece a entrada do ateliê, vê-se resguardado um resquício de espécies endêmicas, ou mesmo nativas, de uma Barra do Jucu de outrora, que o tempo e o progresso transmudaram em memória. O anfitrião dá atenção especial às bromélias. “A Barra do Jucu era uma região rica em variedade de bromélias”, diz Kleber Galvêas.
 
Mas fala também da samuma. “É uma planta da qual se aproveita tudo, corda para arco indígena, óleo de cozinha, isolante térmico, ração. E é uma árvore muito bonita”. Ali também medram desimpedidos a tagibubuia, poca, almescar, raiz forte. De repente, Kleber se surpreende, aponta para o chão, um ramo perdido entre as folhagem: é um oiti que nasce
 
Mais adiante ele aponta uma ramagem cor de rosa e pergunta: “Com que isso parece?”. O repórter olha detidamente, pensa e vem o estalo: “Um coração!”. “Isso mesmo. E sabe qual é o nome? Amor-agarradinho. A Barra do Jucu era cheio disso. No verão as casas ficavam todas cobertas dessas flores”. A delicadeza do amor-agarradinho também medra desimpedida; as pequeninas flores-coração se espraiam lindamente sobre a cobertura vegetal, dando róseas pinceladas no verde dominante.
 
Essa microfloresta desenha uma verdejante abóboda sobre o estreito caminho que leva o visitante da rua à porta azul-escuro de madeira do ateliê. Se no início do percurso o visitante já é agraciado com uma aula de educação ambiental, ao final ele recebe outra, bem menos lírica, muito mais dramática, embora um tanto bem humorada. 
 
Deixando o ateliê, em cujas paredes estão expostas as telas de Kleber e alguns pequenos desenhos de Homero Massena, entramos propriamente na casa dos Galvêas: no terreno amplo, uma significativa variedade de árvores frutíferas e plantas ornamentais envolvem a grande casa de dois pavimentos com quadros para todos os lados, no interior ou na varanda.
 
E é na varanda posterior que o visitante recebe a segunda aula de educação ambiental: ali estão expostos alguns quadros do projeto A Vale, a Vaca e a Pena, que na última terça-feira (6) chegou à maioridade artística, completando 18 edições. Desde 1997 Kleber Galvêas denuncia de forma criativa e sarcástica os males que o pó de minério lançado pela Vale provoca aos pulmões capixabas. 
 
Obviamente, não há o que festejar. Já a Vale, esta, sim, tem uma áurea e reluzente taça para erguer: sem ser incomodada - nem pelo Executivo, nem pelo Judicário, nem pelo Legislativo - são anos e anos inundando de pó preto as vias respiratórias de adultos e crianças. Lembra aquele samba de Jorge Aragão, sucesso com Beth Carvalho: “Vou festejar, o teu sofrer, o teu penar”. 
 

A Vale, a Vaca e a Pena é um projeto de uma simplicidade comovente: basta uma tela branca e a ponta do dedo indicador de Kleber. O resto - e o resto aqui é bastante coisa - a Vale fornece gratuita e generosamente. Por 50 dias, sobre a extensa mesa de tampo de mármore, uma tela de Eucatex em branco fica exposta na varanda traseira da casa. Tudo começa sempre às 12h do dia 17 de março - desde 1997.
 
Estivemos lá no dia 17 de março deste ano. Não há qualquer solenidade: Kleber pega a tela, então de uma alvura virginal, passa uma fita adesiva nos quatro cantos e finalmente a deposita sobre a mesa. Só isso. Agora é com a Vale. Pelos próximos 50 dias, o êxito ou fracasso do projeto depende da mineradora.
 
O problema é que desde sempre a Vale contribui para o sucesso da exposição. A tela inaugural descreve um labirinto e faz uma pergunta: “Encontramos a saída?”. Explica-se. 
 
A privatização da Companhia Vale do Rio Doce em 1997, empresa criada em 1942 no governo Getúlio Vargas, nutriu imensa expectativa em Kleber Galvês: uma vez que a empresa passaria às mãos privadas, agora sim, assim honestamente achou, a poluição acabaria. Se o poder público não demonstrou capacidade ou competência para fiscalizar as próprias atividades, em mãos alheias seria diferente, a fiscalização seria levada a sério. 
 
Kleber então bolou uma provocação artística que se realizaria apenas naquele primeiro ano, para coincidir com a data do leilão de privatização. Daí o labirinto, daí a pergunta: será que privatizando, será que o governo, deixando de ser o dono do negócio, iria tomar vergonha na cara e fiscalizar a poluição? Seria essa a saída? 
 
Mas como nossos pulmões bem sabem, o tempo mostrou que ainda vagamos nesse labirinto. 
 
Kleber Galvêas nasceu em Divisa, hoje Dores do Rio Preto, em 1947. Entrou para o mundo das artes visuais pelas mãos da mãe, Esther Galvêas, menos para elevar o espírito do menino do que para quietar-lhe o facho: quem conhece Kleber, sabe que ele é inquieto, fala bastante, gosta de contar histórias. 
 
Na infância, dona Esther, que aprendera a pintar com a irmã Tereza Monteiro de Novaes, na Escola do Carmo, em Vitória, dava aos filhos os lápis, pincel e tinta que sobravam da pintura das paredes da casa e ganhava em troca um pouco de paz. Mais tarde, levou uma obra de Kleber a Homero Massena. O grande pintor gostou: “Traga esse menino aqui que ele leva jeito”. Era 1962. Daí para frente, a amizade virou uma relação de mestre e discípulo, a que só a morte de Massena, em 1974, deu um termo. 
 
Como profissional, o artista plástico Kleber Galvêas nasce em 1966, no Primeiro Salão de Artes Plásticas do Espírito Santo, realizado no edifício Ouro Verde, no Centro de Vitória. Foi um evento colossal, de que participaram artistas do país inteiro. Pouco depois, embarca em um navio cargueiro e vai estudar medicina em Portugal. Mas não passou do primeiro ano: muda de ideia e vai estudar gravura em metal na Sociedade Nacional dos Gravadores Portugueses.
 

O artista acompanha a danação atmosférica capixaba desde os anos 70, quando, de volta ao Brasil, tentando abandonar a pintura, inicia o curso de Economia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Em 72, o filósofo e cientista social Michel Bergman ministra um curso no Teatro Carlos Gomes aberto a todos os estudantes da instituição. O tema: as perspectivas do Espírito Santo com a instalação dos grandes projetos. 
 
“Ele previu tudo”, lembra Kleber. E tudo significa: poluição. A Vale chegara ao Espírito Santo em 1966 com a inauguração do Porto de Tubarão. “Desde aquele primeiro ano já era considerado um absurdo uma fonte de poluição situada a sotavento no lugar do estado onde havia mais habitantes”, diz. Ele destaca ainda os alertas do naturalista Augusto Ruschi, crítico incansável das atividades da Vale.
 
Em Kleber Galvêas, arte e consciência ambiental sempre andaram juntas. Pintor de forte, embora não exclusiva, tendência impressionista, uma vez que herdeiro de Massena, destacado representante da escola de Claude Monet, tem na pintura de paisagens uma grande característica. A pintura ao ar livre associa-se às técnicas impressionistas: contato com a natureza, registrando as variações de luz e gradações de cor de uma cena efêmera.
 
“Na década de 70, quando vim morar aqui, quem pintasse paisagem era considerado uma múmia: que coisa mais antiga, ultrapassada, velha. Ninguém pintava paisagem nos anos 70. E meu interesse em retomar as paisagens foi exatamente para despertar uma consciência ambiental, de início aos proprietários aqui do entorno”, recorda.
 
Kleber mora na Barra do Jucu, no mesmo local, há exatos 40 anos. No dia do casamento, comprou a última casa de pescador do lugarejo, uma edificação simples, de três cômodos, sem conzinha nem banheiro, que os anos e os filhos o obrigaram a ampliar, conferindo-lhe outros três cômodos e um corredor central. Ali hoje funciona o ateliê; a nova casa da família foi erguida nos fundos do terreno.
 
Sua chegada à Barra coincide com os primeiros movimentos de uma devastação. “Era uma Floresta Amazônica em miniatura”, diz, sobre a Barra. Ele lembra touceiras colossais de orquídeas ceifadas a foice e lançadas ao fogo; quaresmeiras; piscinas de água natural na Pedra da Concha onde colocava engradados de guaraná para gelar; samambaias-gigantes cortadas para virar xaxim; árvores na Ilha da Jussara com que se produziam canoas; macacos, veados, jupatis, mão-peladas, tudo quanto era bicho. 
 
“O lugar é lindo, tem a foz de um rio, o mar, o recorte de montanhas, o Mochuara, a Torre da TV em Vitória, a Pedra dos Dois Olhos, o Mestre Álvaro. É um lugar emoldurado”, diz.
 
O primogênito projeto artístico-ambiental a que se refere acima é a pintura ao ar livre da paisagem barrense, cujas telas foram expostas no Centro de Vila Velha. A ideia era sensibilizar os devastadores, ou seja, os proprietários de terrenos, que simplesmente ignoravam aquele patrimônio natural. O quadro não mudou 40 anos depois: nos últimos anos, vimos que se depender do poder imobiliário canela-verde, o Parque de Jacarenema vira um resort de luxo.
 
Como na terra, a situação também se agravou no ar. Mesmo distante 30 quilômetros da ponta de Tubarão, a Barra do Jucu também é flagelada pelo pó preto da Vale.  
Mais especificamente, dois detalhes metodológicos de A Vale, a Vaca e a Pena desabonam ainda mais os contos de fada publicitários da Vale e de seus prepostos em audiências públicas. 
 
Um, a tela em branco de cada edição não fica exposta na direção da fonte, ou seja, a nordeste. Fica a sudoeste. Dois, ela não fica a céu aberto. Fica ao ar livre, em uma varanda coberta e resguardada por uma floresta das árvores frutíferas dos fundos da casa: acerola, manga, jabuticaba, jambo, abiu, carambola, araçaúna. Sem contar as não-frutíferas.
 
Ainda assim, ao final de 50 dias, a tela em branco e o tampo de mármore da mesa de quase três metros de comprimento estão uma imundície, como verificamos na manhã da última terça-feira (6). 
 
Quando o relógio bateu 12h, Kleber se dirigiu à mesa para criar a tela da maioridade do projeto. Também, aqui, não há solenidades. O desenho já está na cabeça; fizera um estudo dois dias antes. Mas, conta, ao término de uma edição, já começa a mastigar a cara da seguinte.
 
A tela está imunda, empoeirada. Com a cabeça do indicador direito, ele inicia o trabalho fazendo uma espécie de borda na área externa demarcada pela fita adesiva. É uma fricção sem fim, dá nervoso vê-lo arrastar o dedo contra aquela poeira espicaçante. “Aqui o grão é bem menor, não fere muito a mão. Mas lá em Vila Velha, era maior, às vezes sangrava. Aí tinha que ir mudando de dedo”. As cinco primeiras edições do projeto aconteceram em seu antigo ateliê na Prainha. 
 
Silêncio. Ouve-se apenas o farfalhar das árvores e a fricção sobre a tela. Concentrado, comenta: “Rapaz, parece que esse ano tá mais preto que ano passado”. Ele teoriza que o período deste ano foi menos chuvoso que o anterior. Novo comentário: “Tá vendo, acho que diminuiu a quantidade de carvão na poeira, pelo que chega aqui. Ela não está ficando mais, assim, tão escura”. Realmente, as telas de 10 anos atrás são de um preto mais carregado. 
 
A primeira mensagem é uma frase, ressaltando uma característica do projeto, que costuma reunir à mesma tela linguagem verbal e figurativa. “Não mais do mesmo”, risca na faixa superior da tela. Ele explica: a frase refuta tanto a poluição quantos a classe política sempre subserviente aos impulsos da mineradora.
 

A seguir, esboça a ponta de Tubarão. Uma a uma, nascem chaminés. No terço inferior, o mar e um barquinho. A tela está quase pronta. Falta o remate: pequenos corações envolvem o topo das chaminés, como se a Vale estivesse expelindo amor para os capixabas. “A gente quer bem a eles. E eles que queiram bem a gente”, ri. Como o livro é aberto, a mensagem aí pode ser irônica: os corações talvez representem o discurso de filha da Mãe Natureza que a Vale propaga em suas peças publicitárias.
 
Pronto. A Vale, a Vaca e a Pena consumou sua maioridade e brindou o artista com uma pequena bolha no dedo. Agora é lançar um spray fixador e um verniz acrílico sobre o desenho.
 
Kleber diz que seu vizinho de fundos, o médico pneumologista Geraldo Pignaton, compara A Vale, a Vaca e a Pena com a metáfora do ovo de Colombo pela simplicidade do projeto. “É uma porcaria, né, um pedaço de Eucatex e a própria empresa me dando a matéria-prima para fazer a crítica a ela. Nem com isso eu gasto. Não gasto nem tinta”, diz, rindo.
 
A arte e o artista são bem humorados, mas o assunto é seríssimo. A poluição continua a mesma 18 edições depois. A causa disso, no entanto, não é mistério algum - o que torna o problema ainda mais sério.
 
“Eles compram todo mundo. Você pode ler a lista das contribuições dessas empresas para as campanhas eleitorais. E hoje a estrutura política do Brasil não dá chance a quem não tem dinheiro. Precisamos urgentemente de uma reforma eleitoral. E acho que o ponto crucial dessa reforma é o financiamento das campanhas”, diz, evocando o fato sabido e conhecido de que a Vale é uma das mais dadivosas doadoras da campanha do Espírito Santo.
 
Kleber nunca sofreu pressão por causa do projeto. “Mas indiferença, sim”, ri. “A gente toma cuidado: é uma provocação artística, não é uma experiência científica. Se tivesse sofrido pressão, eu reagiria”, afirma, como que dando a entender que a indiferença é pior do que a pressão. 
 


Afora expor de maneira bem humorada essa tragédia capixaba do pó preto, o grande objetivo de A Vale, a Vaca e a Pena passa ao largo de oferecer ao espectador o prazer da fruição artística. Kleber sempre reforça, repisa e repete um apelo: que as pessoas façam uma certa experiência nas próprias casas e assim verifiquem o drama da poluição por si mesmas.
 
Uma escova, um imã e uma folha de papel é tudo de que se precisa. Kleber se agacha e varre com a escova a superfície da mureta da varanda até juntar um montículo de poeira. A seguir a despeja sobre o papel. Agora vem a magia: ele posiciona o imã sob o montinho e faz movimentos circulares. De repente partículas minúsculas de cor preta, que lembram alfinetes de tamanho milimétrico, dançam ao sabor do imã. 
 
Tal é o ar de Vitória. É isso que eu e você respiramos. E é isso a que a Vale chama sustentabilidade.