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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Noé e nossa arca de cultura

Noé Atzingen (foto roubada do blog do Hiroshi)
Biólogo por formação superior, o professor Noé von Atzingen faz 60 anos dia 11 de setembro, sábado e desde hoje recebe as homenagens dos amigos e companheiros de trabalho.  Mais da metade de sua vida, exatos 34 anos, tem sido de dedicação à pesquisa, à formação de estudiosos em vários campos do saber, e à consolidação do monumento extraordinário em que se transformou a Fundação Casa da Cultura de Marabá, criada pelo prefeito Paulo Bosco Jadão em 1983 e desde então sob a gerência do intelectual paulista que a inspirou.

Assim como a Casa da Cultura, o professor Noé se constitui hoje num patrimônio  cultural único (e, vivo, Deus o abençoe!) de Marabá.

Vovó Dilma

Dilma Rousseff, candidata a presidente do PT, cancelou os compromissos de campanha de hoje para curtir o seu primeiro neto, Gabriel, que nasceu de parto cesariano nesta manhã, em Porto Alegre (RS). (Blog do Parsifal, ontem)
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Interessante... A imagem diz exatamente o contrário do que a direita fedorenta divulga sobre ela.

Estado de Carajás na parada

Em Redenção, onde milhares de pessoas, inclusive de municípios vizinhos, assistiram à parada de 7 de setembro, o tema principal do desfile foi a criação do Estado de Carajás. As escolas lembraram através de faixas e cartazes, que a região sul do Pará será independente de fato, quando for desmembrada do Estado do Pará.

Mais de 10 mil alunos de 34 escolas municipais, estaduais e particulares se apresentaram por mais de cinco horas de programação. (Com dados do site 100 Preconceito)
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Enquanto isso, nenhum político local ou paraquedista em campanha fala deste assunto de interesse regional.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Atingidos pela Vale reúnem em Canaã

Vale assusta em Canaã


O Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a Associação de Agricultores de Canaã dos Carajás neste sábado promovem o I Encontro dos Atingidos pela Mineração no Município, a partir das 09h00, na Câmara Municipal. O evento tem apoio do Cepasp, CPT, MST, Emater, Fetagri, Copserviços, Campanha Justiça nos Trilhos e Movimento Debate e Ação, e coincide com os seis anos de atividade da Vale que resultou na exportação das primeiras toneladas de concentrado de cobre extraído da mina do Sossego, em Canaã dos Carajás.
“Neste período, diz nota da organização do encontro, observa-se o crescimento das cavas do Sequerinho e do Sossêgo; aumento das serras de material estéril e de rejeitos tóxicos acumulados nas barragens; do aumento das áreas ocupadas por linhas de transmissão e dos transtornos causados para as populações. Observa-se também o aumento de morte de animais, o número de casas rachadas pela trepidação causada pela detonação de dinamites, poluição das águas, ruídos, rebaixamento do lençol freático, isolamento de agricultores e das vilas”.
Queixam-se os atingidos pela mineração da multinacional quecom os projetos Sossego, Níquel do Vermelho, 118, e agora o Cristalino e Serra sul, a Vale está se apropriando da maioria das áreas agricultáveis do município, e os agricultores estão sendo expulso de suas localidades. O resultado de tudo isto é a queda da produção de alimentos, o inchaço da cidade, aumento da pobreza, da prostituição, da criminalidade, do tráfico de drogas, e por outro lado o lucro da Vale que aumenta a cada ano.”

 

Interdição já!

Prefeito continua a pescar em águas turvas


O ainda prefeito Maurino Magalhães montou palanque agora à tarde numa das áreas de invasão da Cidade Nova para anunciar decreto de desapropriação das terras de Aurélio Anastácio e mais outras duas igualmente em litígio na Justiça. Apenas o loteamento de Aurélio é avaliado em R$ 7 milhões, dinheiro que a prefeitura não dispõe em seu orçamento para esse fim. A regra da desapropriação determina que o valor do bem seja imediatamente depositado.
O procedimento de Maurino é grave. Além de demagógico, ele incorre em improbidade administrativa por conduta dolosa contra os princípios da Administração Pública.
Não lhe bastava doar para a Justiça Eleitoral um terreno destinado às atividades de lazer e esportivas  da escola municipal João Anastácio de Queiroz, na Nova Marabá, prejudicando mais de mil estudantes.
Vamos ver como se comporta o Ministério Público, guardião da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses indisponíveis da sociedade.

Conto do PAC

primeira fase tinha previsão de entrega para março de 2010,  que seria concluída em dezembro do ano passadoMas, a essa altura de setembro, o conjunto residencial que beneficiaria dezenas de famílias e ao qual faltavam apenas os detalhes do reboco e pintura, permanecem inconclusos e não há qualquer indicativo de quando poderão ter utilidade.

queixa vem de moradores do Cabelo Seco, na Marabá Pioneira, decepcionados com o fiasco em que se tornou o projeto de revitalização do bairrodesenvolvido por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedurb), com investimento superior a R$ 14 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Quem vai a busca de informações no canteiro de obras dá de cara com um tapume fechado ao final da Rua Barão do Rio Brancoonde nem os vizinhos sabem o que se passa do lado de dentro

Igrejas

O cidadão Luiz Carlos Barbosa Ângelo ingressou com uma ação na Justiça Federal da Paraíba contra o Papa Bento XVI, na última sexta-feira (3/9). Na petição, assinada pelo advogado Gilvan Lopes Farias, o Papa é acusado de se omitir perante as denúncias de pedofilia na Igreja Católica.
Luiz Carlos pede que o cardeal Joseph Alois Ratzinger seja condenado a pagar o valor de R$ 1 bilhão por dano moral. Sobre esse valor, afirma que uma parte do dinheiro será doada a algumas instituições carentes no mundo.
em São Paulo, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra dez pessoas da entidade Associação Beneficente Cristã, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, acusadas de adquirir sete ambulâncias, por meio fraudulento, apresentando informações falsas ao Ministério da Saúde e direcionando as compras a empresas ligadas à chamadaMáfia dos Sanguessugas”. A denúncia foi distribuída à 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tal pai, tal filho?

O Águia de Marabá tomou porrada em Rio Branco e agora corre o risco de não se classificar à segunda fase da Série C.
Já seu presidente licenciado e candidato à Assembléia Legislativa do Estado pelo PT, Sebastião Ferreirinha, levou tinta no Tribunal Superior Eleitoral: a ministra Carmem Lúcia indeferiu seu registro de candidatura, ainda por conta da dupla filiação.

Cidade de mazelas e bumerangues

Péssimos prefeitos levam Marabá ao brejo


Era prefeito o falecido dr. Geraldo Veloso quando ele e o então vereador Silvino Santis, igualmente médico e ambos em primeiro mandato a partir de 1997, atentaram para a necessidade urgente de se compatibilizar políticas públicas de saúde com os municípios do entorno de Marabá. Muitas foram as reuniões com os demais gestores para definição de demanda e disponibilidade de equipamentos e recursos humanos dessa área na microrregião.
Igualmente várias foram as viagens a municípios mineiros e outros, onde a comissão de estudos detectava a existência e eficiência dos contratos administrativos de saúde, até que uma proposta foi elaborada e celebrada, aqui, sob o nome de Consórcio Intermunicipal de Saúde do Araguaia-Tocantins.  O Cisat incluiu de Bom Jesus do Tocantins a Palestina do Pará, na fronteira com o Estado do Tocantins.
Provido de melhor infra-estrutura hospitalar, Marabá centralizou o atendimento aos pacientes originários dos municípios consorciados. Cada prefeitura, em compensação, descontava 2% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em favor de Marabá, que também ganhava do Ministério da Saúde por essa prestação de serviço.
E se a sua administração de Veloso foi muito questionada por supostas e múltiplas irregularidades em vários setores, tanto que ainda hoje seu espólio é cobrado pelo TCE, o Cisat consolidou-se e está.
Porém, e em Marabásempre um maldito porém, Veloso adoeceu irremediavelmente, morreu, e foi substituído por Tião Miranda – aquele para quem o pobre é um estorvo. Achando um desperdício gastar dinheiro com tratamento de pacientes que considerava de outros municípios, Tião Miranda retirou Marabá do Cisat. Achava, segundo seus próprios camaradas, que o serviço médico deveria ser exclusivo dos “marabaenses” e que saindo do consórcio os antigos parceiros procurariam outras alternativas. Mas esqueceu de providenciar o fechamento das estradas que continuaram a trazer ambulâncias carregadas de doentes, aos quais ele não tinha como sonegar a consulta e a internação, agora sem a verba da quota-parte dos municípios beneficiários do Cisat. Inclusive, Tião levou anos recusando-se a investir um único centavo no Hospital Materno Infantil pela mesma razão. Não fosse a pressão do governo federal e aquele prédio da extinta Fundação Sesp teria virado casa mal assombrada...
A saúde pública, em Marabá, é apenas um detalhe nos sucessivos desgovernos que lançam o município na vanguarda do atraso.
Desde meados de 1970, o tema da gestão do setor público em Marabá impressiona mais por seus elementos negativos (frutos da forma primária, simplista e voluntarista com que agentes governamentais, burocráticos, políticos e sociais enxergam o campo da gestão como um todo e o campo da gestão pública, em particular, como diriam os analistas) do que pelos avanços na sua melhoria e democratização. Há exceções, mas são tão raras que pouco ou nada representam no contexto.
Esta circunstância tem um preço alto - são os atrasos em projetos públicos para os quaisrecursos, mas não há gestores competentes; são os maus ou insuficientes serviços ainda prestados aos cidadãos e cidadãs; é o  repetido desperdício de recursos  pelaou precária qualidade do gasto público. 
quem entenda agravar-se este quadro com a falta de consciência social e política de um eleitorado cada vez maior, em razão da migração de regiões pobres e pouco esclarecidas, e sem nenhum comprometimento com a realidade vigente.
Seria por isso que no pleito de 2008 o eleitorado (sem alternativa diante das candidaturas impostas por partidos e coligações sem referendo popular) optou pela que lhe pareceu a mais próxima do andar de baixo, e elegeu e colocou um alpinista social dentro da loja de cristais e porcelana chamada prefeitura de Marabá.
Nessa troca de um brucutu por um predador antediluviano, o resultado não poderia ser outro: Maurino - por absoluto despreparo para o cargo -, manteve o secretariado anterior, o mesmo que o despreza desde sua passagem de seis meses pela prefeitura, quando Tião Miranda foi apanhado e abatido em pleno vôo pela Justiça.
E se não por afinidade de pensamento com Tião, ao menos por burrice pura e simples Maurino jamais refiliou o município ao consórcio de saúde.  Assim, Marabá vem carregando sozinho a atenção médica regional, porque os gestores vizinhos investem, no máximo, na compra de ambulância.
Em queixa recente à imprensa, a diretora do HMM, Solange Freire, dá a dimensão atual da tragédia. Segundo ela, para atender a demanda dos pacientes de outros municípios “deveríamos ter pelo menos uns três hospitais do porte deste aqui”. Ou seja, os doentes de fora continuam atrapalhando o maravilhoso desempenho do hospital municipal, porque as condições de salubridade e qualidade de vida do marabaense não gerariam preocupação nem demanda por atendimento médico...
Tião saiu, mas deixou seu DNA ideológico.
Agora, a menos de dois anos das formidáveis trapalhadas do cidadão ainda prefeito, o eleitorado esperto suspira pelos cantos, acreditem!, com saudade do predador que o antecedeu. É a talmemória curta do povo”, como escreveu o jornalista Chagas Filho, editor do Diário de Carajás. Memória sadomasoquista, digo eu, típica algolagnia passiva – a perversão caracterizada pela obtenção de prazer ao infligir dor a outrem ou a si mesmo.
Masque ninguém se esqueça que quando o prefeito Maurino Magalhães foi eleito o povo queria mudança e se queria é porque aquela situação não agradava à maioria dos moradores desta cidade”, alerta Chaguinha. Contudo, “as coisas não mudaram e nem poderiam, pois Maurino manteve grande parte do secretariado de Tião Miranda, assim como dispensa aos servidores o mesmo tipo de tratamento de seu antecessor: descontando salários de grevistas e exonerando os contratados que não rezam em sua cartilha. A única diferença é que Maurino tem deixado os fornecedores na mão, com dívidas atrasadas a rodo”, conclui.
A expectativa de desempenho econômico e social do que a Veja chamou de “tigre da Amazônia” não se coaduna com a mixórdia política e administrativa atual.
Maurino Magalhães andatempos (tempos demais!) com o pescoço poitado numa guilhotina que interessa à governabilidade e ao momento de transição econômica do município. Apanhado e denunciado em crime de caixa-2, ele dolorosamente estrebucha diante do seu pior pesadelo: ter o mandato cassado no Judiciário. Caso isso aconteça, ninguém se iluda: certas coisas ruins, quando arremessadas para longe, acabam, como um bumerangue, retornando pela porta dos fundos. Por exemplo: o Tião foi afastado duas vezes da prefeitura, mas...