O jornalista
santareno Lucio Flávio Pinto recebeu, semana passada no Rio de Janeiro, o
Prêmio Imprensa Estrangeira de 2012,
criado desde 1989 pela Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil, e
concedido “ao jornalista brasileiro que mais se tenha destacado no ano”.
Lúcio foi o
primeiro jornalista da Amazônia a ser agraciado. E não se isentou de uma
casquinha:
“Talvez tenha sido
a primeira vez que os clientes da ORM Cabo, que retransmite o programa em Belém
do Pará, onde moro, me tenham visto no ar. Verão de novo? Se depender dos donos
da TV a cabo, não. Meu nome não pode aparecer nos seus veículos de comunicação.
Mesmo que meu Jornal Pessoal divulgue fatos de inquestionável interesse
público, os profissionais do império de comunicações da família Maiorana são
obrigados a me ignorar.
Não é uma atitude
sensata, além de entrar em contradição com a linha editorial que a Rede Globo tem
procurado adotar e estimular que seja seguida pelos seus afiliados, como o
grupo Liberal no Pará. Mas pelo menos os temas deviam ser retirados desse índex
medieval. O resultado dessa cegueira imposta é que não só os brasileiros não
conhecem a Amazônia: ela também é uma incógnita para os seus próprios
habitantes. A imprensa não se presta ao trabalho de fazer a apresentação.
Ver jornalista do
porte de Lucas Mendes se interessar, a partir de Nova York, pelo que faz um
repórter do front amazônico, dá uma sensação ao mesmo tempo estranha e
reconfortadora. Confirma uma noção que às vezes se torna fantasiosa: de que o
mundo gira e a Lusitana roda independentemente dos que se consideram donos da
maior fronteira dos recursos naturais do planeta, como se fossem senhores
feudais, de baraço e cutelo, com direito sobre a vida e a morte, a fala e o
silêncio, o pensamento e o vazio.
Ainda bem que o
mundo é maior – e mais atento”.
Um comentário:
Demir, já imaginou a cena : Os Maiorana tendo que "aceitar" a imagem do LFP na repetidora deles ? Em 27.12.12, Marabá-PA.
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