Vejam aí a versão do Diário do Pará sobre a pesquisa do Ipea (Instituto de Política Econômica Aplicada, de S. Paulo) e a análise do professor Manuel Dutra sobre a criação dos novos Estados .
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou desta terça-feira (20) os estudos sobre o impacto que a divisão do Pará em dois novos estados poderia ter causado à economia , caso o Plebiscito , realizado no dia 11, tivesse decidido pelo “Sim ”. De acordo com o trabalho , os dois potenciais estados – Carajás e Tapajós - teriam despesas incompatíveis com a média nacional de gastos , que é de 12,5% do valor do PIB (Produto Interno Bruto ).
O Ipea destaca que os gastos descritos dizem respeito apenas ao funcionamento regular dos governos estaduais e não computam os gastos necessários à construção da infraestrutura necessária ao seu funcionamento .
Considerando o PIB por pessoa , Carajás seria o estado mais rico dentre os três . O PIB por cada habitante seria de R$ 13,6 mil , seguido do Pará , com renda per capita de R$ 6,9 mil e de Tapajós, com R$ 5,5 mil . A pesquisa levou em consideração o PIB de 2008.
REJEIÇÃO - Em plebiscito realizado no dia 11 de dezembro , os eleitores paraenses decidiram manter o Estado como está. O resultado indicou que 66,6% escolheram “não ” para a criação do Estado de Carajás e 66,08% rejeitaram a criação do Estado de Tapajós.
A pesquisa “Divisões estaduais: aspectos relevantes de pesquisa e a experiência do plebiscito no Pará ” divulgada pelo Ipea explica que os gastos mensurados dizem respeito apenas ao funcionamento regular dos governos estaduais e levam em conta despesas como infraestrutura. “Contabilizando as receitas e despesas pode-se observar o déficit que surgiria, não apenas nos dois estados a serem criados , mas também no remanescente do Pará , que não conseguiria cortar despesas na mesma proporção nem na mesma velocidade com que perderia suas receitas ”, afirma o estudo .
Os impactos foram analisados sobre a perspectiva socioeconômica , política e de finanças públicas, explica o Comunicado do Ipea n° 125. O Ipea contribui com uma análise geral sobre os diversos projetos divisionistas de Estados em tramitação no Congresso , especialmente no que concerne aos impactos das divisões para o regime federativo do país .
REPRESENTANTES - Como forma de medir o nível da representação , o Ipea calculou o percentual de votos dos eleitores de cada uma das regiões do Estado do Pará que foram dados a políticos que efetivamente se elegeram.
Se fosse aprovada a divisão , segundo o Ipea, seriam necessários mais seis senadores e um total aproximado de 29 deputados federais (oito em cada novo Estado e 13 no Pará remanescente ) contra os 17 atuais .
O estudo mostra ainda que a região Norte já possui atualmente 22 deputados federais acima da quantidade que seria proporcional a sua população , com total de 65 parlamentares . Simulando a divisão do Pará , essa soma passaria a 78, o que geraria uma desproporção de 13 deputados federais a mais para a Região Norte .
“A consequência imediata seria uma redução da bancada de outros estados . [...] Assim , para que os novos estados de Carajás e Tapajós pudessem dispor de bancadas mínimas de 8 deputados , cada um , outros estados da federação deverão perder representação ”, informa a pesquisa . (Diário do Pará )
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Manuel Dutra
No vermelho estão há muito tempo .
A questão é que , por meio da autonomia , os novos Estados , a exemplo de outros criados nas últimas décadas , possam encontrar seu caminho . Mas os contrários se esforçam para mostrar à opinião pública que o separatismo se resume a um convescote em torno do tesouro e do butim. Aquelas duas regiões têm imensas potencialidades econômicas capazes de produzir riquezas para eliminar ou diminuir a miséria com relativa rapidez . Tapajós e Carajás não estão pleiteando ficar de pires na mão , como mendigos do governo federal . Infelizmente isso não ficou suficientemente claro na campanha do Sim .
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