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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

“...é necessário auto-estima”

Apesar de não estar na sala de aula, visto que na minha formação profissional optei para atuar no desempenho de outras atividades pedagógicas e educativas, observo que entra ano e sai ano e a vida do/a professor/a está cada vez mais difícil. Chego a esta conclusão porque também trabalhei em sala de aula com uma turma de 2º ciclo e outras 14 de 5ª a 8ª séries. Antes de viver essa experiência atuei como diretor de uma escola situada em área de Acampamento do MST, onde de vez em quando assumia as turmas que faltavam professores para não deixar que os filhos dos sem terras fossem também ‘filhos sem aulas’. Pensando sobre o que dizer aos meus colegas neste dia 15 de outubro, considerado dia dos professores desde 1827 (decreto do Imperador D. Pedro I) restou à dúvida: “o que direi de motivação a quem não recebe motivação para seguir carreira numa das mais importantes profissões da humanidade?” Correndo o enorme risco de não ser ouvido por muitos de meus colegas, digo-lhes que devemos resgatar a nossa auto-estima profissional. O salário que recebemos é insignificante diante da nossa tarefa que é revolucionária quando assumida com autonomia e responsabilidade social. Este ano o presidente Lula sancionou depois de muita luta dos trabalhadores da educação a lei que estipula o salário mínimo dos professores em R$ 950,00. Esta lei que entra em vigor a partir de 2009 não animará a maioria dos educadores brasileiros, todavia a luta continua por melhores condições de salário e trabalho, sobretudo porque esse piso salarial não é o que atenderá as nossas necessidades básicas. Não acredito que muitos estejam trabalhando somente pelo dinheiro, se assim fosse não estariam sendo professor, poderiam fazer qualquer outro serviço onde ganhariam hora extra, FGTS, salário família e outros direitos trabalhistas que o professor não tem direito. Mais do que reclamar faz-se necessário atitude por parte da maioria dos colegas que preferem reclamar sozinho ao invés de agir em seu sindicato de classe. Mais do que um dia é necessário auto-estima por parte da maioria dos professores que deixaram de acreditar no poder que tem nas mãos, capaz de transformar a vida das pessoas para melhor. Vamos à luta companheiros. Como diz a música “quem sabe faz a hora não espera acontecer!”. (* Raimundo Pereira Moura Martins, pedagogo e Delegado Regional do Sindicato Nacional dos Pedagogos)

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