quarta-feira, 5 de novembro de 2008
O submundo manda lembranças
A marabaense Deusivânia dos Santos Souza, 25, doméstica, foi assassinada hoje, aí pelas oito e meia da manhã, num dos trechos mais movimentados da rodovia Transamazônica dentro da área urbana da Nova Marabá. Seguida desde sua casa na Folha 34, em frente ao Hospital Regional do Sudeste do Pará, de onde seu marido foi há pouco tempo removido para tratamento em Belém, vítima de pistolagem, Deusivânia levou seis tiros na cabeça e dois no pescoço, disparados por dois pistoleiros trafegando numa motocicleta. O mototaxista que a conduzia também saiu ferido e, segundo os médicos, pode ficar paraplégico.
A vítima era mulher do cabo PM Agacy Ferreira da Silva, suposto líder do grupo de extermínio desarticulado pela Polícia Federal na “Operação Matamento”, ao fim de julho de 2007, em investigação sobre tráfico interestadual de drogas entre o Tocantins e o Pará. À época foram presos os policiais militares: cabos PM Agacy Ferreira da Silva e Carlos Sousa Jansen; e os soldados Ronaldo Soares Aragão, Clebes Rithon Clebes Lopes Moreira, Júlio da Paixão da Silva Júnior e Adalto Lopes de Souza (licenciado).
Deusivânia, a Vânia, também foi presa na mesma oportunidade, assim como outros civis. Nenhum passou muito tempo na prisão. A Polícia Federal também apreendeu 2 quilos de cocaína, 4 motocicletas, três pistolas calibre 380, 2 revólveres calibre 38 e vários aparelhos celulares.
Cabo Jansen foi morto a facadas dia 18 de outubro recente por uma gangue na orla do Tocantins. Um dos suspeitos da sua morte, o adolescente Deuzimar Batista Silva, o Doca, teve, ainda vivo, a cabeça separada do corpo e atirada na praça central da Marabá Pioneira, à madrugada de 19 de outubro, por dois assassinos trafegando uma moto.
Já então o cabo Agacy estava internado em razão de duas tentativas de homicídio: dia 15 de setembro deram-lhe dois tiros na cabeça no centro da Nova Marabá, e outros dois, igualmente na cabeça, quando ainda ocupava o Posto de Clínicas Cirúrgicas do Hospital Regional.
Policial civil confidenciou ao repórter acreditar em três possibilidades para a morte de Deusivânia: a) vingança de familiares de vítimas do grupo de extermínio; b) queima de arquivo, a partir dos próprios integrantes da quadrilha; c) a mando do próprio Agacy, que estaria inconformado com o fato de Vânia supostamente ter arranjado outro parceiro. “Observe que são assassinatos seletivos interligados”, disse meio enigmático.
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