sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Ladrão ofendido
Ação em trâmite no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, leva às
últimas conseqüências a máxima segundo a qual a Justiça é para todos -
todos mesmo. O pedido de um assaltante, preso em flagrante e que
decidiu processar a vítima por ter reagido durante o assalto, provocou
surpresa até mesmo nos meios jurídicos e foi classificado como uma
"aberração" pelo juiz Jayme Silvestre Corrêa Camargo, da 2ª Vara
Criminal, que suspendeu a ação. Não satisfeito, o advogado do ladrão,
José Luiz Oliva Silveira Campos, anuncia que vai além da queixa-crime,
apresentada por lesões corporais: pretende processar, por danos
morais, o comerciante assaltado. O motivo: seu cliente teria sido
humilhado durante o roubo.
Wanderson Rodrigues de Freitas, de 22 anos, se sentiu injustiçado e
humilhado porque apanhou do dono da padaria que tentava assaltar. O
crime ocorreu no mês passado, por volta das 14h30 de uma
terça-feira. Surpreendido, o ladrão apanhou muito quando foi reconhecido por outros fregueses por vários assaltos na área.
O comerciante acha absurda a atitude do advogado. "O que me deixa indignado é como um profissional aceita uma causas dessas sem pensar no bem ou no mal que pode causar a sociedade. Chega a ser ridículo", critica.
Quem parece compartilhar da opinião da vítima é o juiz Jayme Silvestre
Corrêa Camargo. Em sua decisão, ele considerou o fato de um assaltante
apresentar uma queixa-crime, alegando ser vítima de lesão corporal,
uma afronta ao Judiciário. O magistrado rejeitou o procedimento, por
considerar que o proprietário da padaria agiu em legítima defesa.. Além
disso, observou que não houve nenhum excesso por parte da vítima. O
magistrado avaliou que o homem teria apenas buscado garantir a
integridade física de sua funcionária e, por extensão, seu próprio
patrimônio. "Após longos anos no exercício da magistratura, talvez
este seja o caso de maior aberração postulatória. A pretensão do
indivíduo, criminoso confesso, apresenta-se como um indubitável
deboche", afirmou o juiz. Da decisão de primeira instância cabe
recurso.
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Um comentário:
Ademir, mano velho!...
É mole ou quer mais? O que você pensa, como advogado, de um indivíduo desse? Refiro-me ao safado do advogado, é óbvio. Até quando, meu irmão?
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