segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Rios de barro
Confortável no barco, revejo o mar; sinto o vento
branco a tecer novelos sobre as ondas crespas.
Navegamos ao largo, cada um imerso em brumas
sob a teia de luz que enreda salsugem e suspiros.
Mas, de súbito esvai-se o mar celeste das manhãs
e do tempo irremediável da aventura, e ficam-nos
o rio e seu leito, o rio e suas margens de lantejoulas,
o rio e seus dentes de barro e clorofila na paisagem
sem fim da tarde enfurecida sobre a paz das águas.
Onde o mar, agora só o rio e seus peixes imaginários...
E se nos faltam já o vento e as marés, aqui avultam
corredeiras, penhascos submersos, bancos insuspeitos
de areia no meio calmo do nada. Eis, então, o limite;
fecha-se o círculo: de tão próxima, a vida sufoca e dói...
(Para Haroldo Jr., com foto "sugada" do Hiroshi Bogéa)
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2 comentários:
Caramba, Poeta, que o seu aniversário foi dia 7, não foi?
Beijos.
Olá poeta, é bom rever tuas palavras, ando só nostalgia, Marabá me faz uma imensa falta... estou aqui a ser estrangeira em minha terra, lembrei de teu blog e o bom e velho google te trouxe até mim novamente, de agora em diante serei uma visita constante... daquelas que se sentem em casa e que nunca vão embora... rsrs
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