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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mal sem cura

Com todo o escândalo atual sobre gripe aviária e influenza porcina – a febre que dá em porcos sem distinção de latitude, raça ou cor da pele -, tive a atenção despertada para uma outra endemia, localizada aqui mesmo no Pará, e que vem desde 26 de abril silenciosamente devastando boa parte da população de Belém e seu entorno. Na verdade, essa doença começou bem antes do domingo quando inúmeras pessoas manifestaram uma espécie de síndrome coletiva de pânico em relação a certos animais selvagens e predadores (Águia e Pantera, por exemplo), delírio que por muitos dias lhes tirou o sono. Mas foi mesmo depois desse último domingo fatídico de abril que a crise alastrou-se em sintomas de febre, desânimo, dor de cabeça, mal-estar, melancolia, súbitas crises de choro, depressão moral e física, numa indisposição generalizada e tão grave que, aí sim!, virou endemia. Trata-se, sabe-se agora, da gripe azulina – doença comum ao leão, e que joga o paciente contaminado pelo vírus por pelo menos oito meses na cama. Para os especialistas, esta endemia ainda não tem cura. Nem com o consumo de remédio tarja preta. Especula-se, entretanto, que o tratamento emergencial, embora paliativo, seria com uma droga chamada Série D, ainda em fase experimental no país e sem qualquer garantia de bons resultados. Outro agravante, dizem, é que a gripe azulina deixa o paciente tão combalido que provavelmente não sobreviveria à primeira rodada dessa estranha e amarga terapia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Paidégua, fantástico, bem bolado. Só mesmo você, caro "Pagão" é capaz de tamanha façanha. O texto mostra o quanto você é inteligente. Minha opinião é que a gripe azulina, não cura nem com o remédio "D". Se derem vai deixar o leãozinho em coma. O melhor mesmo, é deixar morrer, pois não vai fazer falta. Eh, eh, eh,...