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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Frigoríficos na mira do governo

O Ministério Meio Ambiente pretende impedir que os frigoríficos interessados nas linhas de socorro do BNDES negociem com pecuaristas irregulares dos estados do Pará, Rondônia e Mato Grosso. O ministro Carlos Minc enviou carta, na semana passada, ao presidente do banco avisando que a instituição não pode financiar empresas que negociem com fornecedores envolvidos com abate ilegal e desmatamento da floresta. "A pecuária hoje é a maior responsável pelo desmatamento da Amazônia. O BNDES assinou o Protocolo Verde com o ministério. Por isso, está impedido de financiar quem desmata. Os frigoríficos que compram carne desses pecuaristas são co-responsáveis pelo desmatamento", disse o ministro, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. O Greenpeace também está atento e não se descarta uma jornada de seus militantes no estado, sobretudo ao sudeste do Pará, onde avultam denúncias de irregularidades no setor da criação de gado. Em janeiro de 2008, o relatório "O Reino do Gado", da ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, identificava e caracterizava "uma nova fase na pecuarização da Amazônia", destacando a falta de conhecimento sobre as dimensões e a dinâmica deste fenômeno, assim como a necessidade de iniciativas urgentes, informadas e consistentes na área das políticas públicas. O diagnóstico não foi contestado e o relatório pautou o tema de forma que parece definitiva, e mais clara, na agenda do país. Por outro lado, suas recomendações não levaram ainda a alterar o comportamento dos principais atores envolvidos. Muitos iniciaram a discutir o tema, mas sem os devidos embasamento e consistência. Agora, a organização considera que “chegou a hora de começar pagar a conta que sempre foi adiada, de abandonar o faz-de-conta fundiário e ambiental e, principalmente, de fazer as contas certas para garantir a produtividade e competitividade da atividade. Chegou mesmo a hora da conta”.

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