Fui à noite de ontem à orla, como sempre bastante animada e cheia de veículos que não têm onde estacionar. Muita gente jovem dançava e bebia no bar flutuante, na casa de shows com duplo andar, e sob o luar maravilhoso dezenas de pessoas iam e vinham à margem do Tocantins que, parece, voltou a subir.
No retorno para casa, pouco mais das 22 horas, os amigos assustaram-se com duas coisas: os "abrigos" de lona preta e os cubículos sobre a calçada construídos pela prefeitura e pelos próprios alagados para escapar da enchente.
"É uma coisa horrível, pior do que favelas!", disse um deles. E ficou mais escandalizado ainda quando lhes disse que a enchente em Marabá é fenômeno recorrente desde o começo de sua ocupação. "E nunca definiram uma política decente para ajudar os flagelados!? Inacreditável!", disse outro.
A moça indagou se atualmente tínhamos prefeito e, constrangido, lhe disse que não.
Mas o pior ainda estava por vir. Mais ou menos ali acima da sede da colônia de pescadores, perto das quadras de esporte, havia um monte de gente olhando estupefata um corpo recém-caído na calçada enquanto alguém fugia.
Não paramos para ver se era assassinato, mas provavelmente era homicídio ou tentativa de homicídio. De qualquer forma, vimos uma viatura policial a dirigir-se para o local.
Não muito adiante, bem próximo ao que chamam de balneário das Mangueiras, notável por sua insegurança cruenta, outro grupo de pessoas olhava um homem estendido no chão, possivelmente assassinado no trecho escuro. Lá também havia um carro da polícia estacionado do outro lado da rua.
Ou seja: mesmo com a presença ostensiva da polícia nas ruas da cidade, as cenas de execução ocorrem em qualquer lugar - como aquela que foi filmada ao vivo, entre centenas de pessoas, no Stoppobre.
Sem falar, naturalmente, na violência praticada pelo poder público contra a população mais fragilizada de Marabá.
3 comentários:
E olha que nesse tour você não relatou o batalhão de doentes mentais que perambulam pelas ruas, sendo que alguns deles com certeza tem recuperação, mas que continuando jogados do jeito que estão, tendem a piorar.
Esse é o tipo de obra que nenhum gestou que passou pela PMM assumiu a paternidade.
Cuidar dos problemas da coletividade, nem pensar. Mas da evolução patrimonial, sim.
As autoridades competentes acreditam que esses doentes mentais são migrantes, portanto não são sua responsabilidade.
Mas se forem migrantes, não são por acaso seres humanos?
São muitas mazelas que nos cercam e que nos foram e estão sendo brindadas por esses senhores e senhores que temos elegido ao longo de nossas vidas.
Adir, foi com esses discurço de pai, das mazelas, de acolhimento aos descamizados, do ser igual a todos, que o Maurino passou a rasteira. Amigo na realidade esse tipo de politica de assistencialismo so da no que vc ta vendo. Muda o discurço Candidato.
Tirar os doentes mentais da rua para os tratá-los e retorná-los à família e a sociedade é assistencialismo?
Compreendo sua decepção por talvez ter votado no Maurino ou nos que lhe antecederam. Mas lembre-se: nem todos são iguais; nem todos gostam de ouvir ou ler fantasias; nem todos conseguem varrer o lixo pra debaixo do tapete, tem gente que encara a realidade sem maiores perturbações; nem todos conseguem olhar ao redor e vê tudo azul.
Me recordo de alguns discurso na eleição passada. Veja alguns:
Teve candidato que recebeu uma grande quantidade de votos com promessas de que iria colocar água potável com qualidade de água mineral em toda residência de Marabá, e de graça.
Teve outro que disse que iria colocar câmeras em toda cidade - olha que lorota - para coibir o crime. Até agora, nada de câmeras e o crime corre solto na cidde.
Outro disse que se eleito transformaria a saúde de Marabá muito melhor, isso em qualidade, que a de Teresina e Goiânia, dois grandes centros médicos nesse país que levou algumas décadas para serem essa referência. Faria isso em apenas 4 anos.
É esse tipo de discurso que você se refere?
Tem gente que gosta de ouvir isso e ainda acredita. Outros não. Por isso nem todos são iguais.
Sinto em decepcioná-lo. O que não quero para mim não dou aos outros.
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Adir Castro
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