Pages

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Praça São Francisco é a cara do desgoverno

CORREIO DO TOCANTINS
24/05/2012
 Frequentadores reclamam de situação da Praça S. Francisco

Lixo, sujeira, catinga, deterioração. Não, o cenário não é o do lixão municipal. Bem-vindo à Praça São Francisco, o cartão-postal do Complexo Cidade Nova, o núcleo urbano mais populoso de Marabá, com 76 mil habitantes. O logradouro, que pulsa no coração do centro comercial da Cidade Nova, tem duas facetas segundo pessoas ouvidas pela Reportagem e que constantemente passam pelo local: de dia é uma “imundície” e a maior balbúrdia, com camelôs e pirateiros espalhados pelos quatro cantos da praça; à noite, uma frigideira a céu aberto, com ambulantes por todos os lados “fritando” a praça. Tudo isso sem contar a enorme quantidade de “pilas”, à espreita do menor vacilo de algum desavisado.
Com o tamanho de um campo de futebol, a regionalmente famosa Praça São Francisco “está jogada às traças”, de acordo com a estudante Andressa Samara, que costuma frequentar o local quase todos os dias à tarde. “É uma vergonha ver desse jeito [aponta para um monte de lixo] uma praça que deveria ser referência para Marabá, com sujeira para todo lado”, reclama.
Ariane Sousa, colega de Andressa, concorda e diz que a culpa é das autoridades públicas e, também, da própria comunidade, que não zela por aquele espaço público. “Os assentos, os brinquedos, as plantas estão deixados a deus-dará. A praça está precisando de uma reforma urgentemente”, indica.
Cercada pela intensa atividade comercial do núcleo Cidade Nova e vizinha de banco, de lojas de telefonia móvel e de departamentos, de lanchonetes e, ainda, hospedeira de um ponto de táxi e de uma parada de coletivo, no interior da São Francisco o movimento ferve, literalmente. Estima-se que em dia de domingo à noite, após a missa e os cultos de igrejas evangélicas, ao menos dez mil pessoas circulem pelo logradouro.
À medida que o movimento de frequentadores aumenta, os vendedores ambulantes ficam ainda mais alvoroçados para vender lanches fritos, elevando, por conseguinte, o número de detritos oriundos do consumo e, por tabela, a quantidade de lixo em geral. “É um absurdo como as autoridades e as pessoas não zelem por um patrimônio público como a Praça São Francisco, tão importante para a Cidade Nova”, reclama Neusa Alves, observando que a área urbana de Marabá como um todo parece de benfeitorias em infraestrutura.
FREQUENTADA
Há quem diga que a Praça São Francisco seja, entre as poucas praças existentes em Marabá, a de maior movimento em dias normais e aos finais de semana. Depois dela, estaria a Praça da Criança, na Nova Marabá, e, em seguida, a Praça da Prefeitura, no mesmo núcleo. Justamente por isso, Cíntia Silva de Sousa, de 27 anos, explica que o espaço deveria ser cuidado com mais afinco.
“Eu praticamente cresci junto com essa praça. Hoje, trabalho de frente para ela. É triste passar por aqui e ver tanta coisa quebrada, a iluminação pública precária e um chafariz que foi tão bonito outrora inutilizado, tendo funcionado por pouco mais de um mês. Não é essa a praça que queremos”, critica a trabalhadora, que resume: “A São Francisco está à míngua.”
Além de ambulantes que se proliferam e disputam cada metro quadrado de um dos setores mais valorizados da cidade, fazendo com que transeuntes sejam obrigados a trafegar pelas beiradas ou pelo meio da rua, outro elemento humano comum no visual “paisagístico” do logradouro são adultos e até menores de idade em situação de vulnerabilidade social, usando drogas. Eles não respeitam nem mesmo a Delegacia de Polícia Civil de frente para a praça, muito menos o trailer de Polícia Militar implantado no local.
Entre um escurinho, e outro e aproveitando-se da displicência de visitantes desavisados, os infratores investem em populares para tomar-lhes celular, carteira e relógio, muitas vezes sob ameaça de morte. “A quantidade de desocupados e vândalos aqui é muito grande”, afirma Cíntia.
De diversão mesmo, restaram o half para skatitas e alguns brinquedos despejados ali para atender aos negócios de terceiros. É uma verdadeira privatização do espaço público. “A situação da nossa praça está precária”, comenta Renival Santos da Silva, 61 anos, que vez por outra gosta de sentar ali, à tarde, “para reparar o movimento”.
Morador de Curionópolis, a 130 quilômetros de Marabá, o aposentado Luciano Cunha das Neves, 64 anos, passa sempre pela São Francisco quando está na cidade. Ele avalia, no entanto, que o local está mal conservado. “As pracinhas de Curionópolis estão muito mais bonitas. Lá, o prefeito está trabalhando. Aqui, deveria ser do mesmo jeito”, compara.
PREFEITURA
Procurada pela Reportagem para comentar as queixas dos frequentadores da Praça São Francisco, a Prefeitura Municipal de Marabá, por meio de sua Assessoria de Comunicação (Ascom), informou que tem trabalhado em mutirão intensamente, via secretarias de Serviços Urbanos (Semsur), de Meio Ambiente (Semma) e de Viação e Obras Públicas (Sevop), com a finalidade de promover limpeza em todos os setores da cidade.
No tocante à reforma de bancos e brinquedos, a Prefeitura informa que a Sevop já realizou levantamento de todas as praças do município, e não apenas da São Francisco, com vistas a revitalizá-las. O projeto, diz a Ascom, já foi finalizado e está pronto para licitação.
No que concerne à ocupação irregular dos espaços da praça em questão, a Prefeitura de Marabá diz estar realizando “várias ações para coibir a presença de ambulantes em locais indevidos, e de forma indevida, em diversos pontos da cidade”. A Ascom lembra que, para tanto, fiscais do Departamento de Posturas estão trabalhando em conjunto com diversas instituições de segurança a fim de coibir o trabalho de ambulantes irregulares, bem como apreender material ilícito (CDs e DVDs piratas).
Por outro lado, enquanto a revitalização não sai do papel, a Praça São Francisco, tão frequentada quanto criticada por quem quer vê-la melhor e defendida por quem a quer bem, vai sobrevivendo, à espera de dias melhores que acompanhem o desenvolvimento de Marabá. (André Santos e Josseli Carvalho)

6 comentários:

Anônimo disse...

Ademir,

Seguinte, Quem instituiu as praças bares foi o ex-prefeito Tiao Miranda.
Dava os pontos para amigos sem licitação. Tem gente ou bares que usam a luz da iluminação publica para mover seus freezers.

Imagina agora a praça da Criança, no meio de uma rotatoria, onde a mae oupai tem de submeter seu filho a quase um atropelo de moto ou carro.

E Tiao quer voltar de novo para prefeitura e instituir de novo este mesmo conceito de diversao para o povo: Praça com bares, drogas, prostituição, brigas, bebados e tiroteios, menos praça para diversao de nossos filhos.

Doidão de Raiva disse...

Demir sem falar nas ampliações das construções dos "quiosques" que estão fazendo. Além do mais esta matéria ja deveria ter sido publicada ha muito tempo e sem falar também de outros pontos da cidade que ninguém parece estar vendo.
Fico indgnado com todos os representantes das leis: promotores, juizes, vereadores, deputados e sem contar com a polícia que parece nem existir nesta cidade.
Os representantes Vs. exc. os juizes e promotores parecem que não se incomodam com o mau cheiro que assola nossa cidade pelo curtume poluente que escorre do frigorifico. Por que eles não fazem nada? Afinal são representates do povo também, ou é só culpa do prefeito?

Anônimo disse...

Pô, Ademir, vamos atualizar "o jornal" e colocar mais materias para os comentarios. Perdeste o fôlego ? Em 26/05/12 Mba.-PA.

Anônimo disse...

ADEMIR, MEU CARO. HÁ UM TEMPO OBSERVO TAMBÉM A SITUAÇÃO ABSURDA DOS CARRINHOS ELÉTRICOS QUE CIRCULAM NA REFERIDA PRAÇA. ELES RESPONDEM, SOZINHOS, POR UM ROSÁRIO DE CRIMES E CONTRAVENÇÕES, DESTRE OS QUAIS:
EXPLORAÇÃO DE MÃO DE OBRA INFANTIL; OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO POR PARTICULAR PARA FINS COMERCIAIS;INTERFERÊNCIA NO DIREITO CONSTITUCIONAL DE IR E VIR, UMA VEZ QUE OS PEDESTRES SÃO OBRIGADOS A DESVIAR DOS TAIS CARRINHOS PRA NÃO SEREM ATROPELADOS E SEM FALAR NO RISCO QUE ALGUMAS CRIANÇAS CORREM AO ANDAR SOBRE ESTES BRINQUEDOS POR CAUSA DA PRESSA EM LUCRAR MAIS.

Ademir Braz disse...

ô das 15:04:
Nas praias atlânticas do nordeste paraense não tem internet eheheheheheh

Ademir Braz disse...

Correto, das 12:16! Aliás, tem gente que virou proprietário dos quiosques públicos. Vide Zinho Oliveira (onde, inclusive, a LEMAR é inquilina perpétua, igualzim o Bibi na Colônia Z-30. O tal centro de alimentação dentro do COLISEU DO TIÃO,na Praça Duque de Caxias. Na Feira da 28, dizem que as transações com os pontos de venda valem milhares de reais.
Quer mais? Procura saber quanto costa uma placa de táxi cedida pela Prefeitura e vendida livremente entre os beneficiários da concessão?
É a Casa da Mãe Joana, mermão!