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Fotos: Dnit, 2009 |
No cronograma aprovado pela Vale para implantação da
siderúrgica Alpa (Aços Laminados do Pará), é tido como fator determinante para
a viabilidade do projeto o derrocamento do rio Tocantins, no trecho de 23 km do
Pedral São Lourenço.
Outro ponto indispensável é a ampliação do porto de Vila do
Conde, no município de Barcarena. Essa posição foi exposta ontem pelo diretor
presidente da Alpa, José Carlos Soares, em encontro realizado com dirigentes do
Sistema Fiepa no Pará.
Dada com naturalidade, a informação deve ser recebida pelas
lideranças políticas e empresariais do Pará como advertência. O atrelamento da
Alpa ao incerto projeto de implantação da hidrovia do Tocantins significa que
passamos a enfrentar concretamente a possibilidade de vermos morrer já no
nascedouro o sonho longamente acalentado de se ter aqui um grande complexo
siderúrgico e um polo metal-mecânico. Apesar de um discurso oficial maneiroso,
o governo efetivamente não deu até hoje um passo concreto para restabelecer a
plena navegabilidade do rio Tocantins no trecho entre Marabá e Vila do Conde.
A implantação da Alpa, decidida há cerca de três anos pela
direção da Vale, é considerada o ponto de partida para a verticalização do
setor mineral no Pará e da criação de um grande polo metal-mecânico que se
estenderá por uma grande região do Estado até chegar ao polo industrial de
Barcarena. O projeto da Alpa deverá mobilizar recursos da ordem de R$ 8 bilhões
e gerar cerca de 18 mil empregos diretos. Os efeitos germinativos do
empreendimento permitirão também uma grande multiplicidade de investimentos em
novos negócios.
No encontro com os dirigentes do Sistema Fiepa, o presidente
da Alpa destacou a importância de se manter mobilizado o empresariado paraense
em defesa da siderúrgica. “Parece que os problemas já estão sendo resolvidos. O
governo anunciou a reinserção da obra (da Alpa) no PAC, mas é preciso
acompanhar esta questão de perto. As obras da hidrovia estão nas mãos do
governo. Assim que o sistema logístico estiver pronto, começaremos a atuar”,
ressaltou José Carlos.
Para beneficiar metade da produção que ficará no mercado
local, um polo metal-mecânico está sendo incentivado pelo governo do Estado. “O
governo, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom),
está à frente desse movimento para a estruturação do polo metal-mecânico. Já
temos estudos que apontam para a construção de vagões e botijões de gás. Temos
condições mais do que favoráveis para montar o nosso polo em Marabá e a Fiepa é
fundamental nesse processo”, declarou José Carlos.
O presidente da Fiepa, José Conrado Azevedo Santos, reiterou
o apoio da entidade à implantação da Alpa e do polo metal-mecânico. O dirigente
do setor industrial considera decisivo o projeto da Alpa para deslanchar mais
fortemente a verticalização da cadeia mineral no Pará. “A verticalização é a
única saída para o desenvolvimento industrial. Não podemos mais aceitar a
condição de simples exportadores de matéria prima. Nossa indústria tem
condições de produzir peças manufaturadas e acabadas aqui mesmo, criando mais
oportunidades de negócios e de empregos”, enfatizou Conrado.
Sobre as oportunidades de negócios a serem criadas pelos
grandes projetos, como a Alpa, Conrado ressaltou a importância de fortalecer o
convênio com o programa da federação de desenvolvimento de fornecedores, a
Redes. “A Redes atua diretamente com os empresários locais para que eles possam
se tornar fornecedores dos grandes projetos. Em 12 anos, o quadro de
contratação de serviços e bens de consumo começa a mudar. Antes, quase tudo
vinha de fora. Hoje temos um outro cenário e os nossos empresários começam a se
apropriar desses investimentos, internalizando as riquezas”. (Diário do Pará)
3 comentários:
Demir, no bojo de todo esse imbróglio está faltando citar um nome (pessoa física), senão maior, um dos maiores, contrarios à verticalização do minério por aquí. O dono do Grupo Gerdau, Jorge Johanpetter Gerdau. E olha que o homem tem grande poder de fogo (dinheiro), principalmente à nível de palacianos de Brasília-DF. Em 07.05.12, Marabá-PA.
A Vale e nem o governo está interessado na hidrovia. Nela, é preciso:
a)equipamentos de carga, motores especiais, barcaças com desenho específico, não há disponível no mercado para os próximos dez anos.
b) pessoal treinado e suficiente para dirigir os motores e as balsas. Essa gente precisa de formação no Ciaba, onde não há nem estudo para náuticos no setor fluvial;
b)Pessoal de náutica é uma coisa. De mecânica, então, nem se fale.
c)O rio precisará de estrutura de sinalização, fiscalização, patrulha e presença da Marinha. Não há nada planejado nem existente nos planos do 4º Distrito Naval, que dirá no almirantado em Brasilia;
d)O embarque precisa de equipamentos ágeis, caríssimos, pesados, para fazer o que se faz em logística na ferrovia. Tudo isso não foi criado de uma hora para outra;e)Feito o embarque, o comboio sai. Chega em Barcarena e lá é preciso tudo que teria sido edificado no porto em Marabá. Mas não tem. Não tem nem espaço para a infraestrutura específica para a navegação fluvial, que não usa e nem atraca onde atracam as embarcações de cabotagem e de tonelagem oceânica;f)Não há uma mprogramação da operação da estiva. Sindicato fortíssimo no Pará e no Brasil. Não há planejamento nem consulta a eles a respeito da hidrovia. E duvido que o sindicato tenha;g)Os estaleiros de manutenção, com quem ficariam. A Vale não quer porque não é seu foco. Faz o serviço com a ferrovia porque é dono dela. O rio não tem dono. E não há um armador instrumentado e capitalizado para fazer a manutenção que as barcaças e os comboios exigem.A manutençao dosetor nmos Grandes Lagos norte americanos existem a séculos. Com pessoal teinado, formado e capacitado nestes últimos duzentos anos.h)Temos mais ítens no alfabeto para relacionar. O que não dá é ficarmos à merce do discurso empolado e vazio do Ítalo, das diatribes do Paulo Galinha e seu palavrório oco, da inércia do nosso empresariado e da falta de vontade política do atual governo.
Pena que não somo Carajás.
Ao meu ver essa "OBRA" tá mais parecendo uma galinha dos ovos de ouro para um bando de empresários sangue sugas que só vão se apropriando dos recursos enviados para a execução do projeto. É mais uma "tranzamazônica" fluvial que não atenderá de forma nenhuma a sociedade.
Doidão de Raiva pagando pra ver!
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