Desvio pode chegar a R$ 27 milhões
O assunto do dia entre os 34 mil garimpeiros filiados à Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) é o afastamento do presidente da entidade, Gessé Simão de Melo, e de outros diretores, pela juíza interina da comarca de Curionópolis, Eline Salgado Vieira. Ela amparou-se em denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) para afastá-los, argumentando que teriam desviado R$ 19 milhões da Coomigasp. A acusação é de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e formação de quadrilha. O afastamento da diretoria provocou uma crise na entidade. Opositores pregam uma nova eleição.
O dinheiro, repassado pela mineradora canadense Colossus, responsável pela infraestrutura que permitirá a lavra mecanizada do ouro a partir de 2013, era para ter sido depositado na conta da pessoa jurídica da Coomigasp, mas acabou indo parar nas contas pessoais de alguns diretores, dentre eles Gessé. O alcance do desvio de recursos, segundo as investigações, pode alcançar R$ 27 milhões.
RECURSO
Os advogados dos diretores afastados já se movimentam para ingressar com recurso no Tribunal de Justiça do Estado (TJ) na tentativa de cassar a decisão da juíza e fazer com que os acusados retornem aos seus cargos. Eles contestam a acusação de desvio e afirmam que os diretores empregaram corretamente os recursos.
Os advogados dos diretores afastados já se movimentam para ingressar com recurso no Tribunal de Justiça do Estado (TJ) na tentativa de cassar a decisão da juíza e fazer com que os acusados retornem aos seus cargos. Eles contestam a acusação de desvio e afirmam que os diretores empregaram corretamente os recursos.
Quem responde agora pela Coomigasp é o diretor Valder Falcão. Juntamente com o presidente, foram afastados os diretores Antônia Alves de Oliveira, Antônio Rodrigues Salgado, Francisco Barros da Silva, Osmano Cardoso de Souza e Tânia Anchieta Balhos.
A diretoria anterior da Coomigasp também está sob investigação. Além de deixar um rombo nos cofres da entidade, ela teria permitido que credores “fantasmas” se habilitassem a receber recursos por dívidas contraídas pela Coomigasp. Os fatos contidos na denúncia do MPE informam que a cooperativa é a detentora dos direitos de exploração do garimpo de Serra Pelada, mas não possuía recursos para fazer a mecanização da exploração mineral, já que a lavra manual hoje é inviável na área.
Foi aí que entrou em cena a Colossus. Por ter o dinheiro, o projeto e a tecnologia para fazer a garimpagem mecanizada, a mineradora assinou um contrato com a Coomigasp, originando a criação de uma sociedade anônima denominada Companhia de Desenvolvimento Mineral Serra Pelada (SPCDM). Feito isto, parte da quantia de R$ 173 milhões foi transferida para SPCDM e, em seguida, repassada parte para Antônia Alves, que era diretora financeira da Coomigasp.
Diz o MPE que Antônia recebeu da Colossus, entre janeiro de 2010 e março de 2011, em suas contas pessoais, a quantia de R$ 19.183.985,00. Grande parte foi repassado da conta de Antonia e da SPCDM para a conta de Gessé e para outras pessoas sem conexão com a cooperativa. Um segurança do presidente, Francisco Barros, recebeu R$ 890 mil sem qualquer justificativa. Assim ocorreu com relação aos demais denunciados.
(Diário do Pará)
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