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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Fazendeiros abrem fogo contra acampamento do MST no sul do Pará

Contrários à decisão do INCRA que destina a área para fins de reforma agrária, os fazendeiros agem violentamente para expulsar as famílias do local.

Marcio Zonta

Desde a manhã de ontem (12-09) fazendeiros e pistoleiros de Parauapebas e Curionópolis abrem fogo contra o acampamento Frei Henry, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Pará, na rodovia PA 250.
Nesse momento, a estrada está interditada pelos fazendeiros que fazem um cerco ao acampamento. Até agora, a polícia não chegou ao local e conforme relatos dos acampados, uma mulher foi atingida de raspão por uma bala.
Um dos membros do acampamento, por telefone, relata a situação: “As famílias estão apavoradas e tentam se proteger de qualquer jeito. À noite os tiros em direção aos barracos foram intensos e agora tem muita gente escondida no mato com medo das balas”, diz Molina.
Há um ano os fazendeiros usaram da mesma violência para tentar expulsar cerca de 200 famílias que ocupam parte da fazenda Fazendinha desde agosto de 2010.
Segundo o Instituto de Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA de Marabá, a área está em fase de desapropriação. O processo gerado no caso foi ganho em todas as instâncias jurídicas pelas famílias acampadas.
Conforme laudo realizado pelo INCRA, a área é grilada e improdutiva, por isso está sendo destinada para fins de reforma agrária.
Esse seria o motivo da revolta dos fazendeiros da região. “Aqui no sul do Pará as terras se ganham legalmente e à custa de muito sangue dessas famílias sem – terra”, desabafa Molina.
O Superintende regional do INCRA de Marabá, Eudério de Macedo Coelho, está numa atividade e ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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