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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Mensalão: só acaba com bandidos soltos

Barroso quer julgar na semana que vem recursos de presos do mensalão

Novo relator pedirá inclusão de recursos na pauta da sessão do dia 25.
Ele assumiu relatoria depois de Joaquim Barbosa renunciar ao posto.

Mariana OliveiraDo G1, em Brasília
O ministro Luís Roberto Barroso afirmou nesta quarta-feira (18) que pedirá ao presidente doSupremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, a inclusão na pauta de julgamentos da próxima sessão do tribunal, marcada para dia 25, dos recursos pendentes de presos do processo do mensalão do PT.
Barroso foi escolhido nesta terça (17) como o novo relator do caso, depois de Joaquim Barbosa ter anunciado que deixou o posto.
A inclusão de matérias na pauta de julgamentos do Supremo depende de decisão do presidente do tribunal. A sessão da próxima quarta será a última do semestre e também poderá ser a última que Barbosa presidirá – ele anunciou que se aposentará até o final deste mês.
Quando a gente imaginava que a ação penal 470 tinha acabado, ela ainda tem essa sobrevida inevitável. Quando recebi a notícia [de que seria relator] me lembrei de uma frase famosa de [Mikhail] Gorbachev [político russo] que diz assim: 'Matar o elefante é fácil. Difícil é remover o cadáver'. Portanto, ainda temos aí um saldo da ação penal 470 para ser resolvido."
Luís Roberto Barroso, novo relator das ações relacionadas ao mensalão do PT
"Minha ideia é pedir pauta rapidamente, só temos mais uma sessão neste semestre. A ideia é pedir pauta para a próxima sessão. Eu gostaria de entrar no recesso com isso decidido e gostaria de fazê-lo em plenário, na medida do possível", disse o ministro Luís Roberto Barroso antes da sessão do tribunal desta quarta.
Segundo Barroso, há "mais de uma dezena" de recursos de condenados do mensalão pendentes de julgamento. Os recursos estavam com Barbosa, que não tinha dado previsão de quando os levaria ao plenário.
Em razão da ausência de previsão, o advogado Luiz Fernando Pacheco, subiu à tribuna do Supremo na semana passada para pedir o julgamento do pedido de prisão domiciliar do ex-deputado José Genoino. Ele acabou discutindo com Barbosa, que mandou retirá-lo do plenário.
Nesta terça, ao anunciar que deixava a relatoria do processo do mensalão,  Barbosa justificoureclamando da suposta atuação política de advogados dos réus e de "insultos" que diz ter recebido. Ele entrou com representação criminal contra o advogado de Genoino e poderia estar "impedido" de julgar o caso.
Os recursos
Os recursos pendentes de julgamento no processo do mensalão do PT dizem respeito a pedidos de transferência para prisão domiciliar, autorização para trabalho externo a presos que estão em regime semiaberto e a supostas infrações cometidas por condenados durante o cumprimento da pena.
Barroso afirmou que estudará os recursos no fim de semana. Quando foi escolhido relator, ele estava em viagem para Nova York, onde discursou sobre o acesso à Justiça como uma das metas do milênio da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Eu acabei de chegar de viagem, tive essa notícia de que fui sorteado, ganhei esse prêmio. E vou passar o fim de semana estudando, preciso estudar. [...] Semana que vem terei uma opinião sobre as principais questões envolvidas: trabalho externo, prisão domiciliar e ocorrência ou não de falta grave. Neste momento eu ainda não tenho", disse.
Cadáver do elefante
O ministro destacou também que há urgência para tratar dos recursos porque se referem a pedidos de réus presos.
"Quem está preso, tem pressa. Preciso analisar como as coisas podem ser feitas. São muitos recursos, ainda não estudei, mas são 24 execuções e aparentemente há mais de uma dezena de recursos."
Barroso afirmou que é preciso resolver o "saldo" do processo do mensalão do PT, cujo julgamento se encerrou em novembro do ano passado. Depois das prisões, porém, foram abertas novas ações de execução, uma para cada réu.
"Quando a gente imaginava que a ação penal 470 tinha acabado, ela ainda tem essa sobrevida inevitável. Quando recebi a notícia me lembrei de uma frase famosa de [Mikhail] Gorbachev [político russo] que diz assim: 'Matar o elefante é fácil. Difícil é remover o cadáver'. Portanto, ainda temos aí um saldo da ação penal 470 para ser resolvido."
Perguntado sobre a suposta pressão dos advogados alegada por Joaquim Barbosa, o ministro Barroso afirmou que não se sente "pressionado por nada".
"Eu ouço todo mundo com prazer e interesse, trato todo mundo com respeito e consideração, e faço o que eu acho certo. Portanto, ninguém me pauta: nem governo, nem advogado de defesa, nem imprensa. Eu farei o que eu acho certo."

4 comentários:

Carumbé disse...

É a coisa caminha para o abismo,o roteiro tá escrito,o final todos nós sabemos,a canalhada será solta,o Brasil tende a "venezuelização"as aves de rapina continuarão dilapidando os cofres públicos,o povão feliz da vida pintando as ruas de verde amarelo,contando o dinheirinho das bolsas esmolas...
O Brasil tem a capacidade de se reinventar na prática de absurdos.

Anônimo disse...

Que Venezuela coisa nenhuma, inocente sem argumento.

Anônimo disse...

A arte da Prudência

De fato, é no âmbito público que a luz se intensifica. No caso de Marabá, avolumam-se os boatos – por enquanto só boatos, frise-se -, de certas benesses concedidas a integrantes do primeiro escalão do governo municipal. Existem pessoas e empresas privilegiadas no governo municipal; de resto, como em todo governo, mas em nosso caso os boatos assemelham-se aos do governo passado em determinado período. Quem não tem a memória curta é capaz de se lembrar da imensidão de comentários a respeito de todo tipo de situação esdrúxula e em desacordo com as regras de finanças públicas no governo da “árvore que cai”.... Não se pode esquecer que a mulher de César deve parecer honesta, além de sê-la. A transparência é o modelo adequado para evitar dúvidas a respeito da lisura que caracteriza o homem público. Não se pode esquecer, também, de quem está neste espaço por excelência sujeito aos holofotes deve comportar-se com o decoro que o cargo merece. Os fofoqueiros de plantão estão sempre satisfeitos, de um jeito ou de outro; quando não existe com o que se deleitar, se inventa. Escondem o que é essencial e dão importância a algum traço físico, de caráter e até mesmo o modo de andar, gesticular e falar. O que importa é a maledicência. Por vezes essa maledicência costuma voltar-se contra quem a apregoa, principalmente no campo político, quando de pedra se transforma em telhado. Aqui e ali, porém, surgem evidências já mais concretas do modo de governar do atual prefeito municipal, o seu estilo pessoal, as pessoas que o cercam, suas preferências gastronômicas, os locais que anda a frequentar – alguns com mais intensidade que outros; os veículos que costuma viajar; os seus guarda-costas, seus problemas pessoais e familiares; sabe-se de tudo. Alguns prefeitos anteriores costumavam viajar com frequência, para fugir do vis-à-vis diuturno; outros preferiam suas fazendas, onde pudessem ficar isolados. Ninguém suporta, de fato, esse contato diário com os problemas constantes de uma administração municipal. E é aqui que a porca morde o rabo, pois por este ângulo é onde a população costuma testar o apetite para administrar do governante de plantão. Principalmente no Executivo Municipal, onde a maioria costuma se refestelar após conseguir o posto máximo, esquecendo que aí é quando aumentam a responsabilidade e as cobranças. Esse tipo de governante, o mais corriqueiro, é o que a gente pode chamar de deslumbrado com o poder – constituem-se a maioria hoje, num tempo de escassez de verdadeiros homens públicos. Alimentados pelo prazer efêmero e orgíaco que o poder proporciona, esquecem-se do julgamento da história. Não possuem a visão futura, preferem correr o risco do presente, satisfazer suas vaidades mais comezinhas. Marabá, coitada, parece que só encontra esse tipo de governante, reflexo do seu povo, e não um que cuide da cidade como se fosse sua; que rebata essa visão triste de que é terra apenas de enricar e depois ir-se embora. Que planeje o futuro da cidade: asfalte as vias onde o tráfego é mais intenso, criando corredores viários de boa qualidade; depois passe a asfaltar aquelas que sejam as secundárias, mas importantes; estabeleça de fato uma política de arborização intensa, rápida a diminuir o calor dos transeuntes; crie calçadas pelo menos nos locais onde há comércio, como na Antônio Maia e na VP-08; passe a multar os terrenos que não constroem e estão em locais no centro da cidade; tire a mania dos comerciantes se apossarem das calçadas (aqui toda e qualquer loja que é aberta toma logo conta da calçada), etc e etc. Tem-se muito com o que se ocupar, do que dedicar-se à atividades que apenas ensejam o descrédito e a perda da confiabilidade e cair na vala-comum da mesmice – no caso de Marabá, as diferenças entre o atual e o anterior, estão cada vez mais diminuindo, como certamente demonstrará as eleições estaduais que se avizinham...
ass: Antônio Carlos

Anônimo disse...

Muito bem, xará. Muito bem mesmo, endosso cada uma das suas palavras. Marabá continua seguindo seu destino de índia enjeitada: enjeitada pela seriedade, enjeitada pela honestidade, enjeitada pelas boas intenções, enjeitada pela vergonha na cara, na nossa, que os elegemos; e na deles, não honram a nossa confiança.
Ass.: Antônio Carlos II