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sábado, 10 de março de 2007

Justiça acata Ação Popular O juiz Marcelo Andrei Simão Santos, da 3ª. Vara Cível, determinou nessa terça-feira (27), a citação pessoal de cada um dos doze vereadores de Marabá, assim como dos representantes legais da Câmara Municipal, para apresentarem contestação no prazo de vinte dias à Ação Popular proposta pelo advogado e jornalista responsável por esta página. Serão intimados pessoalmente os seguintes edis: Maurino Magalhães, Leodato Marques, Miguel Gomes Filho, Júlia Maria Rosa, Vanda Américo Gomes, Adelmo Azevedo, Elton Mamoré, Ademar de Alencar, Sebastião Neto, Zezito, Antônio Dias (Bibi) e Ronaldo da 33. A prefeitura também deverá ser citada. Em seu despacho, o magistrado deferiu o pedido de exibição de centenas de documentos referentes à gestão 2005-2006, inclusive declaração de bens e prestação de contas dos vereadores, estas relativas à rubrica “verba de gabinete” no período, com os quais o autor da ação pretende demonstrar a malversação de quase 2,5 milhões de reais com supostas diárias, locação de veículos, empréstimos a terceiros e pagamento de fretes. Adverte o juiz que devem ser juntados aos autos todos (sic) os documentos indicados, porque “são públicos, não sigilosos”, e o descumprimento da sua imediata apresentação resulta em pena de crime de desobediência. Quanto ao pedido de liminar para a suspensão dos atos “reputados ilegais e imorais”, lesivos ao patrimônio público e suportados pelos contribuintes, Dr. Andrei Santos reserva-se a apreciá-lo após as contestações. Amargo regresso Ex-prefeito de Marabá (de 1989 a 1992, quando foi cassado um mês antes do término do mandato), o médico Nagib Mutran Neto ensaia voltar à política. Primeiro teria cogitado candidatar-se à prefeitura de São Domingos das Latas. Agora, segundo uma fonte, ele já se contentaria em concorrer a uma vaga na Câmara de Marabá, com apoio do PMDB local. Há também quem garanta que a ex-vereadora e ex-deputada estadual Elza Miranda também sonha aventurar-se na tentativa de eleger-se vereadora por Marabá em 2008. Enchente “Diário do Pará” de ontem diz, em matéria de Rosângela Gusmão, que a enchente em Marabá já chegou aos 16 metros acima do nível e atingiu 644 famílias, totalizando 3.220 pessoas. Desse total, 253 famílias ou 1.265 pessoas estão desabrigadas, ou seja, não têm para onde ir e estão em abrigos. O temor agora é com as águas de março, quando Itacaiúnas, Tocantins e Araguaia voltam a subir. Faltou acrescentar que a água que inundou bairros em Imperatriz (MA) virá para cá, e que o Itacaiúnas, a maior bacia fluvial do interior do Pará, está com todos os seus afluentes passando pela maior enchente dos últimos tempos. Enquanto isso, segundo o chefe da assessoria de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros, major Augusto Lima, o município ainda não decretou situação de emergência, o que já deveria ter ocorrido na marca dos 12,10 m. Lima explicou que sequer conseguiu contato com o prefeito Sebastião Miranda Filho. Em função disso, o Estado não pode entrar com a ajuda suplementar, como fornecimento de cestas básicas, levantamento da situação dos atingidos e dos desabrigados. Sinceramente, não sei o que as pessoas ainda esperam da solidariedade humana e vontade política do prefeito Sebastião Miranda, que parece jamais ter ido a um único bairro da periferia carente, e que desde o ano passado mandou murar a feirinha desativada da Velha Marabá e a área ao lado do colégio Gaspar Viana, que até então serviam de abrigos aos flagelados de todos os anos. Atrocidade O garoto não aparentava mais que 12 anos, se tanto. Uma criança. Pedalava a bicicleta vermelha com os olhos esbugalhados e sua pele negra esbranquiçava-se de terror. Atrás dele, motorista e passageiros de uma caminhonete cabine dupla, cor de prata, manobravam para atingi-lo. O objetivo claro era atropelar o menino, passar com o carro por cima dele e da bicicleta. Bem em frente ao colégio Plínio Pinheiro, ao meio-dia de domingo, o negrinho desesperado sentiu que não alcançaria o sinal da Antônio Maia e deu uma guinada à direita, subiu na calçada, passou entre o muro da escola e um automóvel estacionado, e escapou por um triz quando os cidadãos da cabine dupla tentaram esmagá-lo contra a parede. Visivelmente sem fôlego, o garoto entrou pela 5 de abril, no rumo do destruído Clube de Mães. Para continuar a caçada, as pessoas de bem atravessaram o veículo em toda a largura da rua, obrigaram outros carros a freadas bruscas, e quase atropelavam uma mulher que andava sobre a calçada do CTA. Como loucos, saíram queimando pneus até que todos, indignados e aterrorizados com tanta atrocidade e disposição homicida, os perderam de vista. Pelo visto, Marabá deve absolutamente nada aos psicopatas que arrastaram por sete quilômetros e até à morte um menino de seis anos, dia 7 de fevereiro em São Paulo.

2 comentários:

Antonio Carlos Monteiro disse...

Caro Ademir,

Aqui em Belém não é diferente. A malversação é grande tb. Nosso Prefeito DucioGás está, ao que me parece, com o dias contados. Como deve ser de sua ciência, a carta bomba do ex secretário veio pra carbonizar sua gestão de vez. O sedizente está na linha de tiro, Graças a alguns blog's que não deixaram de noticiar os fatos degradantes a população internauta. Pois de nossos jornais, não esperamos mais nada.
Parabenizo-o pela ação popular.
Abraços.

Ademir Braz disse...

Monteiro, seja bem vindo!
Eu não conheço vosso alcaide, mas alguma coisa no nome dele me faz lembrar um negócio escabroso de falso médico. É o mesmo?
Por aqui, já se começa a passar a limpo esses tempos modernos: o Ministério Público acusa o prefeito Tião Miranda de improbidade administrativa. Desde 2003 o desgoverno dele libera R$ 5 mil por baixo dos panos para o 4BPM, através do Depto de Trânsito e da Secretaria de Meio Ambiente, que seriam para cestas básicas - o que nenhum PM jamais recebeu. Também são acusados pelo MP os dois ex-comandantes do (BPM e CPR-2), um dos quais teria sido já afastado aí em Nova Deli.
Quem também está na alça de mira do MP é nossa douta Câmara.
Quem sabe um dia Deus se lembre de nós.