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terça-feira, 15 de junho de 2010

Menores, crack & programas

Ao longo dos anos praça tem servido para tudo, menos para lazer da família. Lá, se vê de tudo, menos crianças brincando. Prostituição, tráfico de drogas ponto de encontro para muitos marginais à noite e durante o dia a praça São Francisco, inaugurada em abril de 1999 está, ao longo dos anos sendo transformada em abrigo para menores que passam os dias angariando alguns trocados, para à noite comprar drogas. Essa é a conclusão de boa parte dos comerciantes que negociam produtos diversos na Praça São Francisco. A esmola, alguns trocados dados por donos de carros, seguramente é o principal indutor dessa corrente contínua do fiasco social em que se transformou a situação dos menores. São meninos que passam pela vida como uma nuvem cinzenta, sem nenhum horizonte, sem perspectiva, salvo se não houver intervenção do Estado, o que aparentemente é pouco provável. A certeza desses menores é única: no final do dia, ou na madrugada, vão se drogar e, no dia seguinte, começar tudo outra vez. Outra constatação de comerciantes da praça: faltam abrigos para absorver a demanda crescente de menores a perambular nas ruas de Marabá. Ontem à tarde, por exemplo, havia doze menores vadiando na praça da Cidade Nova. Boa parte deles garimpava algumas moedas, que devem ter dois destinos: primeiro, ajudar no orçamento doméstico, o que faz pequena minoria; e o segundo, as drogas destruidoras. Um atento comerciante disse que todos os dias os menores ficam “vigiando” carros e à noite os traficantes, geralmente em motos, lhes vendem crack. O negócio das drogas, vale lembrar, acontece junto à delegacia distrital da Cidade Nova, que só funciona em horário diurno de segunda a sexta-feira. Outro comerciante diz que os traficantes entregam o produto em motos e a qualquer dia ou hora: “Basta ligar que eles aparecem”. Ontem à tarde, seis policiais militares faziam ronda na Praça São Francisco; Mas o trabalho deles se restringe a observar. Caso não flagrem nenhum delito, por lei não podem recolher os menores. E se desejassem tirá-los das ruas, comenta um militar, “não tem para onde levá-los haja vista que não há abrigo em Marabá”. (Edinaldo Sousa, repórter)

2 comentários:

Anônimo disse...

Este problema é crucial nesta cidade não é só na praça São Francisco que esta acontecendo esta situação, aqui na velha Marabá a situação é a mesma coisa com um agravante, que configura na presença de bebados, traficantes, e ainda uma moça doente mental que agora transita como veio ao mundo ou seja nua, e niguem faz nada para coibir estes problemas que já são rotinas neste Municipio.Cade as autoridades?
Carajaense.

Adir Castro disse...

Temos o péssimo hábito de sermos bons samaritanos quando algum menor nos aborda na rua, nos pede um dinheiro e damos algumas moedas. Em nenhum momento pensamos estar criando um ciclo vicioso e nos tornando financiadores, muitas vezes, do consumo de drogas por parte daquele menor. E de certa maneira também estamos o aliciando. O correto seria não dá nada em espécie. Se quer ajudar, faça de outra forma. Existem enes maneiras de se fazer isso. Embora seja mais cômodo distribuir umas moedinhas pra não ser mais incomodado.

Sabemos também que os motoristas dão esses trocados quando estacionam nos logradouros públicos, mais por medo que por dó. Medo de ter a pintura do carro arranhada, por exemplo. Isso sem contar as ameaças das mais variadas que eles sofrem quando não pagam pela "proteção". Então, coagido, só resta a ele dá esses trocados e dá continuidade a essas mazelas em volta desses logradouros, que cresce a cada dia diante da omissão do poder público.

O problema é grave, mas não é de difícil solução. Mas para minimizar esse problema é preciso ter coragem para tomar medidas que podem ser consideradas antipáticas, embora no futuro as pessoas sintam os benefícios das medidas tomadas. Só que o poder público, por enes motivos, se acorvada.

Diante da omissão do poder público, todos ficam refens da situação. O jeito então é fingir que está ajudando alguém, dando alguns trocados pra essa garotada e até adultos que vivem perambulando pelas ruas.