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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Bandido com Ficha Limpa

Há três eleições, José Geraldo Riva é o deputado estadual mais votado do Mato Grosso. Em 2002, proporcionalmente, ele liderou essa estatística em todo o país. Riva responde a mais de cem processos na Justica, entre dezenas de ações de improbidade administrativa, processos penais e acusações de crime eleitoral. Mas nenhuma dessas ações deve impedir que ele tente o quinto mandato consecutivo na Assembleia Legislativa. 
Apesar de já ter sido condenado quatro vezes na primeira instância, sob acusação de liderar um esquema milionário de desvios de recursos da Assembleia, o deputado está livre para concorrer nas eleições de outubro. Isso porque a Lei da Ficha Limpa, aprovada recentemente pelo Congresso, veta a candidatura de políticos condenados por órgão colegiado (a partir da segunda instância).
Riva aguarda o julgamento de recursos no TJ-MT (Tribunal de Justiça do Mato Grosso), que atualmente enfrenta uma greve de servidores e está com 10 desembargadores a menos. Quatro deles foram aposentados compulsoriamente pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), acusados de desvio de recursos do Tribunal, dois foram afastados por suspeita de venda de sentenças e outros quatro se aposentaram por idade.
Segundo o Ministério Público do Mato Grosso, José Geraldo Riva é o principal responsável pela montagem de um esquema de desvio de recursos que provocou um prejuízo aos cofres públicos que passa de meio bilhão de reais, em valores atualizados.
Ele está afastado das funções administrativas e financeiras da Assembleia, o que na prática, significa que ele não pode assinar cheques, mas continua presidindo as sessões da Casa. por decisão judicial e teve seus direitos políticos cassados por cinco anos. Ontem (29/6), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou o bloqueio de seus bens.
Autoridades locais chegam a qualificá-lo como o “comendador institucionalizado”, em referência a João Arcanjo Ribeiro, o “comendador”, apontado como chefe do crime organizado no Mato Grosso, que foi preso pela Polícia Federal em 2003. Arcanjo ganhou este apelido justamente por ter recebido uma comenda da Assembleia, que na época já era presidida por Riva. 
De acordo com o MP, na factoring Confiança, braço financeiro do grupo de Arcanjo, foram descontados centenas de cheques da Assembléia destinados a empresas fantasmas. O poder acumulado por Riva nas últimas duas décadas, quando sempre esteve na mesa diretora da Assembleia —ora como presidente (quatro vezes), ora como primeiro secretário— o alçou à figura central na política matogrossense.
Apesar das denúncias e de estar formalmente afastado do comando da Casa, seu apoio é considerado fundamental na sucessão de Blairo Maggi (PR). O deputado cogitou entrar na corrida para o Senado, mas deve concorrer a uma nova reeleição.
A reportagem de Última Instância entrou novamente em contato com a assessoria de José Geraldo Riva na terça-feira (30/6), mas ainda não houve retorno. A assessoria do TCE-MT informou que o conselheiro Humberto Bosaipo está em férias e que ele prefere não se manifestar. (William Maia, de Última Instância)

PODEROSO:Presidente da Assembleia do Mato Grosso pela 4ª vez, José Geraldo Riva é chamado de "comendador institucionalizado"

Riva aguarda o julgamento de recursos no TJ-MT (Tribunal de Justiça do Mato Grosso), que atualmente enfrenta uma greve de servidores e está com 10 desembargadores a menos. Quatro deles foram aposentados compulsoriamente pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), acusados de desvio de recursos do Tribunal, dois foram afastados por suspeita de venda de sentenças e outros quatro se aposentaram por idade.
Segundo o Ministério Público do Mato Grosso, José Geraldo Riva é o principal responsável pela montagem de um esquema de desvio de recursos que provocou um prejuízo aos cofres públicos que passa de meio bilhão de reais, em valores atualizados.
Ele está afastado das funções administrativas e financeiras da Assembleia, o que na prática, significa que ele não pode assinar cheques, mas continua presidindo as sessões da Casa. por decisão judicial e teve seus direitos políticos cassados por cinco anos. Ontem (29/6), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou o bloqueio de seus bens.
Autoridades locais chegam a qualificá-lo como o “comendador institucionalizado”, em referência a João Arcanjo Ribeiro, o “comendador”, apontado como chefe do crime organizado no Mato Grosso, que foi preso pela Polícia Federal em 2003. Arcanjo ganhou este apelido justamente por ter recebido uma comenda da Assembleia, que na época já era presidida por Riva. 
De acordo com o MP, na factoring Confiança, braço financeiro do grupo de Arcanjo, foram descontados centenas de cheques da Assembléia destinados a empresas fantasmas. O poder acumulado por Riva nas últimas duas décadas, quando sempre esteve na mesa diretora da Assembleia —ora como presidente (quatro vezes), ora como primeiro secretário— o alçou à figura central na política matogrossense.
Apesar das denúncias e de estar formalmente afastado do comando da Casa, seu apoio é considerado fundamental na sucessão de Blairo Maggi (PR). O deputado cogitou entrar na corrida para o Senado, mas deve concorrer a uma nova reeleição.
A reportagem de Última Instância entrou novamente em contato com a assessoria de José Geraldo Riva na terça-feira (30/6), mas ainda não houve retorno. A assessoria do TCE-MT informou que o conselheiro Humberto Bosaipo está em férias e que ele prefere não se manifestar. (William Maia, de Última Instância)

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