O casal de extrativistas Maria do Espírito Santo da Silva e José Cláudio da Silva, integrantes do CNS (Conselho Nacional dos Seringueiros) assassinados segund-feira (24) em Nova Ipixuna (PA), foram sepultados hoje no Cemitério da Saudade, em Marabá, depois de uma noite inteira de vigília por centenas de pessoas no bairro de São Félix Pioneiro.
No início da manhã desta quinta-feira (26) representantes de movimentos sociais, professores do Campus da Universidade Federal do Pará em Marabá, entidades civis organizadas, MST e milhares de trabalhadores rurais e urbanos ocuparam desde as cinco horas a ponte rodo-ferroviária Carajás, sobre o rio Tocantins. Com a interdição das pistas rodoviárias e da ferrovia suspensa, um trem carregado de minério com destino ao Porto de Itaqui (MA) ficou várias horas retido, como resultado do protesto e denuncia dos movimentos camponeses e diversas entidades solidárias à luta por justiça.
Protestos
Em nota divulgada quarta-feira (25), o Regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil recorda que “José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito foram lideranças destacadas na defesa da floresta extrativista e por esse motivo sofriam ameaças constantes. Foram pioneiros na criação da reserva extrativista do Assentamento Praia Alta/Piranheira, onde existe uma das últimas reservas de castanha-do-pará. Essa reserva, em razão da grande riqueza em madeira, era alvo de cobiça de madeireiros e grileiros.”
Adiante, dizem o presidente da entidade, Dom Jesus Maria Cizaurre Berdonces, o vice Dom Bernardo Johannes Bahlmann, e o secretário Dom Flávio Giovenale, que na audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal em Marabá, José Cláudio informou abertamente que estava ameaçado de morte. “Seu depoimento foi dado em muitos jornais, mas o que foi feito por ele e por sua esposa e família enquanto estavam vivos?”
E acrescentam: “Diante desse triste e lamentável episódio, que escancara a deficiência do Estado Brasileiro em defender os filhos da terra que lutam em favor da vida, só nos resta exigir que esse crime não seja mais um impune”.
Diante desse triste e lamentável episódio, que escancara a deficiência do Estado Brasileiro em defender os filhos da terra que lutam em favor da vida, só nos resta exigir que esse crime não seja mais um impune.”
Abaixo, flagrantes da manifestação:
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