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sábado, 24 de setembro de 2011

Educação? Pra que educação?


Do blog de Waldir Silva, dia 21

Parauapebas figura no Enem com uma
das piores escolas avaliadas

município de Parauapebas figura na lista do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) com uma escola que apresentou o pior desempenho em todo o país em 2010. Trata-se da EMEF Carlos Henrique, localizada no Bairro da Paz, que obteve nota geral de 452,25, bastante inferior à média nacional de 511,21. Entre as escolas que não conseguiram atingir a nota média, 183 são do Pará. As notas do Enem 2010 foram divulgadas semana passada pelo Ministério da Educação.

O Estado do Pará teve somente duas escolas classificadas entre as duzentas que obtiveram melhor desempenho em todo o país no Enem: o Centro de Estudos John Knox, da rede privada, e a escola Tenente Rego Barros, da rede pública, que ficaram na 180ª e 189ª colocações, respectivamente, ambas em Belém.
Em todo o estado, as escolas públicas que se destacaram são colégios de aplicação de universidades, colégios militares, escolas federais e escolas técnicas. Aumentando o universo para as mil escolas com mais de 75% de participação que obtiveram melhor desempenho no exame, o Enem 2010 revela 926 estabelecimentos privados e apenas 74 públicos.
Falta de professores
Procurado pela reportagem, o diretor da escola Carlos Henrique, professor Fábio Henrique Pavão, atribui o baixo rendimento de seus alunos no Enem à constante falta de professores e até de coordenador pedagógico. Segundo o diretor, o estabelecimento de ensino conta hoje com 12 turmas de ensino médio que funcionam no horário noturno, sendo quatro turmas para cada série (1ª, 2ª e 3ª), num total de 527 alunos.
Fábio Henrique enumera que a escola Carlos Henrique não dispõe de professores nas disciplinas de sociologia (80 horas = 8 turmas), de filosofia (120 horas = 12 turmas) e matemática (20 horas = duas turmas); coordenador pedagógico para dar suporte aos professores; e servidor de serviços gerais para cuidar da limpeza das instalações da escola. Até agosto último, o estabelecimento não contava com professor de física.
Além dessas deficiências consideradas por ele como estruturais, o diretor atribui o baixo rendimento dos alunos à falta de preparação de base no ensino fundamental, situação bastante reclamada pelos professores da escola avaliada.
Questionado por que somente 34% dos alunos da referida escola se inscreveram ao exame no ano passado, o diretor explica que em 2010 o estabelecimento de ensino dispunha de sistema de acesso à internet bastante precário e apenas um computador. “Para este ano, nossa expectativa é que o número de estudantes inscritos no Enem dobre ou até triplique, pois estamos melhores estruturados”, almeja Fábio Henrique, sem, no entanto, garantir que a escola melhore o desempenho avaliado pelo governo federal.
Em decorrência da divulgação do resultado do Enem pelo Ministério da Educação, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), de acordo com o diretor, prometeu remanejar ainda esta semana um coordenador pedagógico para a escola Carlos Henrique, ficando ainda as pendências para contratação dos professores de matemática, filosofia e sociologia.
O estudante Divino Leal de Souza ratifica que o baixo índice de desempenho da escola é motivado pela falta de professores nas disciplinas que ele considera muito importantes. Luciana Alves da Silva revela que veio do Maranhão ano passado para Parauapebas na expectativa de concluir o ensino médio mais forte que na cidade onde ela morava (Bacabal), “mas me decepcionei, porque pelo menos não faltava professor nas salas de aula”.
Sem estrutura
Na avaliação da coordenadora da subsede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) em Parauapebas, Luciene Moitinho, o resultado do Enem revela o “descaso do Governo do Estado em políticas públicas voltadas à educação”, deixando a maioria das escolas sem estrutura para os professores repassarem os ensinamentos para os estudantes.
Segundo a coordenadora, o Governo do Estado disponibiliza hoje no município algo em torno de 270 professores para atender cerca de doze mil estudantes do ensino médio, espalhados em oito escolas e seis anexos.
Indagada sobre as constantes reclamações de alunos com relação à falta de professores na sala de aula em Parauapebas, Luciene Moitinho respondeu que isso ocorre porque o quadro de professores ainda é muito pequeno para atender à demanda, principalmente nas áreas de ciências naturais.
A sindicalista credita também esta deficiência de falta de professor ao Governo do Estado, que, segundo ela, ainda não convocou os concorrentes aprovados em recente concurso público estadual. “Para resolver esta pendência, o departamento jurídico do Sintepp está ajuizando na Justiça uma ação para forçar o governo a fazer a contratação dos servidores aprovados no concurso público”, revela Luciene Moitinho.
Postado por Waldyr Silva 

2 comentários:

Anônimo disse...

Demir, é isso aí. Que os jovens permaneçam sem educação. Pra quê ? Principalmente para não adquir consciencia. Outra coisa Demir, não me surpreendí ao ler o Opinião de 24 deste, caderno de esportes, tópico "detalhe", onde cita o Sr. Wagner Mourão como Assessor Especial da 4a. URE (Unidade de Ensino Regional). Citado senhor deve ser uma sumidade, polivalente e com Q.I. acima da média. Que se cuidem os demais funcionarios da 4a. URE. Gostaria de saber o know-haw que detém o Wagner sobre educação/ensino para ocupar tal cargo. Com certeza deve ter segundo grau completo e alguma faculdade, não ? Que bom se assim o fosse. Meu devaneio para por aquí mesmo. Nas ultimas duas décadas o cara passou pela Celpa,Águia, CRAMA e agora, pela URE. É adepto ferrenho, cultuador e praticante do puxa-saquismo explícito de alguem - seja quem for - que lhe possa arrumar uma "boquinha". Marabaense que não honra a origem. Em 25.09.11, Marabá-PA.

Adir Castro disse...

Se os políticos com mandatos, seus filhos e familiares tivessem a obrigatoriamente de estudar na escola pública e usar a saúde pública, o quadro seria bem diferente.

Sugerir isso é ser visto como radical para alguns que acreditam piamente que os filhos dos nobres e os próprios nobres são seres especiais depois de eleitos, e não têm o dever de usar o serviço público que eles gerem e dizem que é bom para nós, e que recebem, não é pouco, para prestar um bom serviço público, principalmente nesses dois quesitos que foram municipalizados sob o pretexto de que ficariam melhor do que era se viesse para suas gerências. Taí o resultado da criminosa gestão da educação e da saúde pública.

Em 2012 temos mais uma oportunidade para mudar. Não venda seu voto por R$ 50,00 ou R$ 100,00, e se aparecer alguns cretinos para lhe comprar o voto, venda e vote noutro. Dê um tombo neles; não o troque por consultas, remédios, cirurgias ou laqueaduras; não o troque por promessas de empregos que nunca passarão de promessas; não prejudique a sua vida, de sua família e a dos outros.

Vamos trocar todos da CMM e do executivo. Se os próximos eleitos nos decepcionar, troquemos novamente na próxima eleição. Façamos assim a cada eleição.

Nós podemos mudar, é só querermos.

Quem não vende o voto e não vota em troca de benesses e favores, conscientize ao próximo.