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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Amat: de rerum novarum ao dejà-vu da bola de meia


Aos 53 dias do seu governo, o prefeito João 23 já amargou uma derrota que qualquer observador político dava como certa. Até os buracos de olaria sabem que desde sua fundação por Haroldo Bezerra, na década de 90 do século passado, o eleitorado da Amat vota em quem lhe assegura privilégios, vantagens, quaisquer compensações.
No “quem dá mais?” da maioria dos prefeitos-eleitores Jatene e sua máquina estatal prometeu asfalto – a panaceia com que prefeitos liliputianos pensam assegurar a sobrevivência política. Salame, sem cacife, tentou reanimar – em vão - a fantasia da emancipação de Carajás – apenas um sonho que a sensatez arquivou até que condições objetivas nos permitam desarquivá-lo. 
Salame perdeu. E perdeu feio: 11 votos a 25. Um solitário voto em branco assinalou o protesto anônimo contra todos os arranjos.
No dia seguinte João 23 sacou a metralhadora e disparou suas balas de festim no vencedor, (Sancler Ferreira, que encabeçava chapa única, manipulada por Jatene); nos que o elegeram; em Simão Jatene; e, por que não?, na Amat que antes não queria e depois mudou de ideia.
“O prefeito de Tucuruí , diz em nota João 23, não moveu uma palha na luta pela criação do Estado de Carajás, disse Salame em nota depois da derrota. Não participou de um comício, de uma reunião sequer. Nem mesmo no seu município. Não por acaso foi justamente em Tucuruí que tivemos a menor votação no plebiscito. Cerca de 66% dos votos, contra mais de 95% na maioria dos municípios da região. Não seria justo que exatamente esse prefeito se tornasse presidente da Amat, que tem no seu estatuto a luta pela criação do Estado de Carajás como prioridade.
Mais grave ainda é que sua candidatura passou a ser articulada diretamente pelo governo do estado, que liberou secretários para montar acampamento em Marabá oferecendo asfalto para os prefeitos votarem na sua chapa. Vários prefeitos confessaram este fato. Um outro chegou a dizer que sua fazenda foi invadida e se não votasse no candidato do Governo, a polícia não iria retirar os ocupantes de sua propriedade”.
Nem a Amat escapou: “perdeu importância. Deixou de unir os prefeitos para lutar pelo Carajás, pela hidrovia do Araguaia Tocantins, pela pavimentação de nossas estradas, para se impor diante do Governo do Estado e exigir tratamento igual ao que é dado à prefeitura de Belém. Só na data da eleição da Amat ela volta a ter alguma importância como moeda de troca para migalhas, para promessas na maioria das vezes não cumpridas”.
Como se vê, as trombetas de Jericó não deixaram pedra sobre pedra. Mas faltava o grand-finale: imediatamente João 23 retirou Marabá da Amat que ele não queria, mas queria.
Dessas coisas novas, eu fiquei com uma sensação de dejà-vu. Deve ser coisa de idoso, fustigado por lembranças despertadas pelo centenário da cidade. Eu me lembrei com insistência dos tempos de infância, quando os peladeiros de rua j0gavam em qualquer pedaço de chão disponível e usando até bola de pano, confeccionada com meia velha e mulambos. Dividiam-se em grupos proporcionais à quantidade da turma na grade de espera, colocavam pedras demarcatórias do gol e tinham regras que dispensavam a intervenção de juiz. Macaca não valia, acabava em briga, rixa, fim de amizades.
Um gol na partida, e o grupo perdedor saía, entravam outros “times” por ordem de chegada, e o negócio rendia até que o sol esfriasse, quando quase todos corriam para o banho no rio.
Isso acontecia todo santo dia no Granito, Granitim, e no buraco onde construíram mais tarde o Armazém Paraíba, na Praça Duque de Caxias, e ali depois da ponte atrás da igreja do São Félix onde havia no meio da rua um cajueiro deitado no chão e copa acima das casas, e na frente da casa Amim Zalouth, perto do Tocantins, onde inventaram de  construir a Conab, fechando a janela para o rio.
Então começaram a surgir os “granfos”, como chamavam os peladeiros àqueles filhos de comerciantes endinheirados que chegavam ao campinho com jogo de camisas no ombro, bola oficial debaixo do braço, devidamente equipados com a camisa 10, tornozeleira e calções caríssimos.
Autossuficientes, escolhiam a dedo os que achavam os melhores, uniformizavam-nos e tomavam conta da pelada. Ruins de bola, não demoravam muito estavam sentadinhos fora do campo, esquecidos, empacotados e reluzentes, a olhar os craques e suas jogadas fantásticas. Quando se davam conta que não eram mais sequer lembrados e não faziam falta alguma, pediam as camisas de volta, tomavam a bola e acabavam com a brincadeira. Até que voltasse a pelota de pano a circular entre algazarras e descamisados.
Pensando bem, talvez não tenha nada a ver uma coisa com a outra, as peladas de antigamente e os sucessos políticos da atualidade. Mas que parece, parece.






11 comentários:

Anônimo disse...

Concordo que os emancipacionistas devem permanecer unidos e, no momento oportuno, lutar pela divisão do estado. O que não dá pra aceitar e ficar levando tudo pro lado pessoal. O plebiscito já passou... acabou... a maioria venceu. Em nova oportunidade, quem sabe, surja o tão sonhado estado de Carajás. Mas eu acho que essa rixa entre Salame e Jatene só vai prejudicar o povo e a cidade de Marabá. Embora muitas riquezas saiam desta região, infelizmente, o município precisa de investimentos estaduais. Se essa rivalidade não terminar o povo será o único prejudicado. O momento atual é de parcerias e acordos... vamos deixar a luta pela criação do estado de Carajás para o momento oportuno. Vamos unir forças para asfalta a cidade, para tapas os buracos das ruas, para levar merenda para as escolas, para melhorar o atendimento médico etc. Isso sim é prioridade neste momento, na minha opinião.

Anônimo disse...

Muito bom esse texto, que reflete o viés dessa eleição na AMAT. Tinha aqueles que eram donos da bola, que quando se magoavam tomavam a bola e deixavam todos submissos a ele, já que os peladeiros sem dinheiro e acostumados a chutar uma bola de verdade, não queriam mais jogar com bola de pano. E acabavam o chamando de volta para que ele ditasse as regras.

Anônimo disse...

O Sr. João Salame está se achando muito importante. Sinceramente, acho que o poder subiu à cabeça.

Ednaldo Folha 16 disse...

Ademir não esta parecendo intica de menino perdedor eu estou triste com este governo que votei para ver se mudava Marabá mais parece que tudo vai continuar como estava eu sei te dizer que a velha politica fo toma la da ca continua pelo menos vamos ter muitos shows de primeira linha me parece o imperio romano pão e circo para o povão e isso ai Marabá não muda a esperança parece que foi engolida pelos golosos politicos e empresarios de Marabá Ednaldo Folha 16

Anônimo disse...

É Ednaldo vc tem razão, vc teve a chance na mão e jogou fora, vc e os 55.000 que votaram nesse mentiroso do Salame...e olha que não precisava ser muito inteligente para saber que ele estava mentindo né..faça favor, 500 km de alfalto, kkkkkkk só um bobo pra acreditar...central de ar em todos os colégio?kkkkkk nem merenda ta dando conta de colocar nas escolas...notebook para todos os alunos? pelo amor de Deus, oque se ve muito são os parentes dele e da mulher dele mamando...né isso?

Anônimo disse...

O texto não mostrou a relação do salame com os Barbalhos.Que representado pelo filho Helder presidente da FAMEP fez campanha pro João 23. Tambem pensado em usar a entidade pra próxima eleição.

Anônimo disse...

Sr. Ademir, não resisto à tentação de lhe perguntar: São só os eleitores da AMAT que votam em quem lhes promete e/ou confere, vantagens,privilégios ou quaisquer compensações ? Só eles seu Ademir ?Aquí nessa terra Brasil ?

Anônimo disse...

Tem gente que não se manca mesmo.A paródia pagana, tem um viés de sacanagem.O blog é bom por causa disso. O dono é muito sacana.Deve ter chutado muitas bolas de pano.Aliás, chutou não. Era grosso. Mas escreve como só os ressentidos sabem fazer.Agora, que esse apelido, João 23 é duca, não tenha dúvida.Mas se esqueceram de dizer uma coisa: o Tião do Não, se fizerem uma investigação no seu telefone, o 9132-2640, está lá, os telefonemas gravados. Ele esquentou a orelha pedindo voto pro Sanclér. Sabe como é, Sancler e Tião+Jatene= presidência da merda da Amat. Chora cavaco..

Anônimo disse...

Vingança sem efeito prático nenhum. O João quando denunciou os veradores da CMM pelo "mensalinho" e depois desdisse o que falou, arrebanhou fama de falastrão.Agora, com essa impensada atitude de retirar Marabá da AMAT, se revela, tambem, egocêntrico.Em 27.02.13, Mrabá-PA.

Anônimo disse...

Quem foi contra que continue contra.quem foi a favor que continue a favor é isso que esperamos dos nosso governantes locais .não existe esse negócio de mudar agora só pra agradar jatene por um miseros mt de asfalto que todos sabem que jatene não vai cumprir nada como nunca cumpriu os compromisso com marabá .jatene colocou de propósito o prefeito traira do contra sópra mostrar sua força em cima dos fracotes .mas a história já mostra quem foi aliado dos governos do estado não tem vida longa na política paraense por que as urnas bota eles pra fora.viva carajás

Anônimo disse...

Amigo Ademir lendo hoje o facebook da amiga Ludimilia Martins vi o apelo que ela pede, aos Marabaense e principalmente aqueles que tem algums cursos academicos e se acham os bambams da criticas ao prefeito João Salame, acontece amigo que minha tia não tem curso superior mora ainda no cabelo seco e votou no João Salame por acreditar em dias melhores, mais eles de la ate achão que faltar remedio no posto medico, faltar emfermeiros, professor reclamando nos cortes de seu salarios, e o pior de tudo que eles achão foi lamçarem blocos de carnaval financiados pela prefeitura na cidade enquanto falta MERENDA pra crianças nos colegios. Amiga algum sobrinho seu estuda em algum colegio do MUNICIPIO?