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sexta-feira, 21 de março de 2014

A pior telefonia do mundo. E a mais cara

Pesquisa divulgada pelo Procon nesta semana informa que os grupos Claro, Itaú-Unibanco e Telefônica-Vivo lideraram pelo segundo ano consecutivo o ranking das empresas com mais reclamações da população de São Paulo em 2013. O grupo América Móvil - formado por Claro, Net e Embratel - ocupou a primeira posição da lista, com 2.246 reclamações fundamentadas (que não são solucionadas na etapa inicial do atendimento). Já o banco Itaú recebeu 1.897 queixas e a Telefônica/Vivo teve 1.536 reclamações. Em 2012, estas três companhias ocuparam exatamente as mesmas posições. Diante das inúmeras irregularidades constatadas, fica a pergunta do consumidor lesado: será que estas empresas, que obtêm lucros estratosféricos, serão punidas pelo governo?
Como diz o blogueiro Altamiro Borges, de São Paulo, bancos e empresas de telefonia lideram o ranking das reclamações: 9 das 10 empresas mais reclamadas pertencem a esses segmentos bilionários. Nas instituições financeiras, os principais problemas estão relacionados à cobrança de tarifas, ao financiamento de veículos e às dificuldades para liquidação antecipada de crédito consignado. Já entre as teles, a telefonia fixa é a principal vilã, apesar do seu crescimento quase residual, com queixas dos usuários sobre queda das ligações e cobrança abusiva, principalmente no interior de São Paulo. Os pacotes “combos”, que reúnem diversos serviços, também são outro foco de reclamações. De acordo com o Procon-SP, as ofertas não são claras e há muitas dificuldades no cancelamento dos contratos. “Enquanto penalizam seus clientes com péssimos serviços, os bancos e as teles continuam liderando também o ranking dos lucros no Brasil.”
Ano passado, a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública em novembro para discutir as tarifas da telefonia no Brasil. Os deputados questionaram as operadoras a respeito de um dado alarmante para o bolso do brasileiro: o preço alto das ligações feitas pelo celular. O valor da tarifa por minuto no Brasil é o mais caro do mundo. Na mesma oportunidade, o deputado César Halum (PRB-TO) chegou a propor a instalação da CPI da Telefonia para investigar relação entre Ministério das Comunicações, Anatel e operadoras de telefonia móvel no Brasil, proposta que, naturalmente, não foi adiante.
Em Marabá, a Associação Nacional de Consumidores de Energia Elétrica e Telecomunicações (Anacel) informa ter notificado nessa quinta-feira (20) a Vivo para prestar esclarecimentos sobre a falta de comunicação dos telefones de Marabá no período de dez da manhã às três da tarde.
A Anacel tem sede à Travessa Lauro Sodré com Avenida Antônio Maia, na Marabá Pioneira, possui personalidade jurídica e é presidida pelo Sr. Jadwilson Sousa dos Santos. Ele fundamenta sua petição no art. 22, parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor, que obriga os órgãos públicos, por si ou suas empresas concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, a fornecer serviços adequados eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
O prazo da Vivo para responder é de apenas cinco dias.
O pedido de explicações deveria ser também levado à Tim, que passou grande parte da tarde e noite quarta-feira completamente muda: no visor do celular aparecia chamada em andamento, mas não se ouvia sinal algum porque não se completava a ligação.
As empresas de telefonia costumam estar entre as campeãs de reclamação nas instituições de proteção ao consumidor.

Em todo o país multiplicam-se manifestações de protesto contra a má qualidade desses serviços.

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