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terça-feira, 10 de junho de 2014

O exemplo que vem de fora

Tapajós contaminado: Petição Pública funcionou e UFOPA vai pesquisar durante 2 anos

Em atendimento à Petição Pública contendo quase duas mil assinaturas, encaminhada ao governador Simão Jatene em fevereiro deste ano, o governo do Estado acaba de firmar convênio com a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) para a realização de pesquisa que determinará os níveis de contaminação do Rio Tapajós e de seus principais afluentes, nos quais se pratica a garimpagem mecanizada e artesanal.
Rio Tapajós, na sua foz, desaguando no Rio Amazonas. Em anos passados
a contaminação dos garimpos chegou até aqui

A reitora Raimunda Monteiro, da UFOPA, com sede em Santarém, informou que vai precisar de dois anos para realizar a referida pesquisa. Ao mesmo tempo o estudo indicará se há ou não viabilidade de prosseguimento das atividades de mineração, notadamente os garimpos mecanizados, que hoje utilizam 60 enormes dragas que escavam o leito dos rios durante 24 horas.

O estudo a ser levado a campo por uma equipe de cientistas da universidade paraense é fruto de convênio já assinado com o governo do Estado, e será custeado com verba proveniente da taxa mineral, que é arrecada pela Secretaria Estadual de Comércio, Indústria e Mineração.

A reitora Raimunda Monteiro informou agora à tarde a este blog que até o final de junho "faremos o detalhamento técnico e metodológico, assim como será definida a equipe que irá atuar nos estudos". Por mensagem remetida por email, a reitora confirme as seguintes informações:

"Já estamos finalizando os termos do Plano de Trabalho do Convênio firmada entre a Secretaria Estadual de Comércio, Indústria e Mineração (SEICOM) e a UFOPA para a realização dos estudos.

TERMO DE CONVÊNIO QUE ENTRE SI CELEBRAM A SECRETARIA DE ESTADO DE INDÚSTRIA, COMÉRCIO E MINERAÇÃO – SEICOM, E A UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA, OBJETIVANDO A PESQUISA ACERCA DA VIABILIDADE AMBIENTAL DA MINERAÇÃO NO RIO TAPAJÓS.

O referido convênio se refere ao estudo de viabilidade ambiental das cerca de 60 balsas (dados de cadastro da Secretaria Estadual de Meio Ambiente) que operam na extração de ouro no rio Tapajós. 
A UFOPA terá dois anos para a realização dos estudos, que serão financiados com a Taxa Mineral.
Até final de junho faremos o detalhamento técnico e metodológico, assim como será definida a equipe que irá atuar nos estudos".

Nota oficial
Também na tarde de hoje, a assessoria de imprensa distribuiu a seguinte nota:

"A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) recebe nesta terça-feira, dia 10, a visita do representante da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração do Pará (SEICOM), o geólogo José Maria do Nascimento Pastana. Em reunião com a reitora Raimunda Monteiro e com representantes das unidades acadêmicas da Instituição, foram discutidos ajustes para assinatura de um convênio entre a Secretaria e a Universidade para a realização de pesquisa e elaboração de estudos sobre a viabilidade ambiental da mineração no Rio Tapajós.

As discussões sobre a contratação da UFOPA para realização do estudo foram iniciadas em 2013, por iniciativa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), com vistas ao licenciamento para a operação das cerca de 60 balsas de mineração, que extraem ouro e diamantes do leito do Rio Tapajós, entre Itaituba e Jacareacanga. O trabalho deverá ser desenvolvido por dois anos e os recursos serão provenientes da SEICOM, através da Taxa Mineral.

“O estudo que a UFOPA realizará envolve pesquisadores de diversas áreas de conhecimento. Assim teremos um diagnóstico integrado, uma análise nas dimensões ambiental, social e econômica do impacto dessa atividade no leito do Tapajós. O trabalho que estamos realizando hoje é detalhar as condições em que a Universidade vai realizar esses estudos”, explica a reitora. Participaram da reunião o diretor do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG), Prof. Rodolfo Maduro Almeida; a diretora do Instituto de Biodiversidade e Florestas (IBEF), Profa. Elaine Pacheco de Oliveira; a diretora do Instituto de Ciências da Sociedade (ICS), Profa. Marlene Escher; o diretor do Centro de Formação Interdisciplinar (CFI), Prof. Andrei Morais; o Prof. Bernhard Perehovich (IEG); e o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Recursos Aquáticos Continentais Amazônicos (PPG-RACAM), Prof. Keid Nolan Sousa.

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