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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Separatismo já é marca da campanha 2014 no Pará

Manuel Dutra

 Uma das marcas da presente campanha eleitoral, no Pará, talvez seja a questão do separatismo, com o Carajás marcando presença mais ativa do que o Tapajós. Nas campanhas passadas o assunto não aflorou com a força deste ano.


Há duas razões, entre outras, para o fenômeno: 1) A participação explícita do governador Simão Jatene (PSDB+) na campanha do plebiscito, com as atuais consequências de seu gesto, de vez que ele passou a ser considerado tanto no Oeste quanto no Sudeste do Estado como um dos, se não o principal, responsável pela vitória do Não no plebiscito de 2011; 2) A escolha do deputado Lira Maia (DEM) para vice, pelo candidato da oposição, Helder Barbalho (PMDB+); Maia apresentou-se, de última hora, como líder da campanha separatista de três anos atrás.
Os dois candidatos que concorrem no segundo turno ao governo do Pará evitam falar de modo explícito nas reivindicações separatistas de Marabá e Santarém. Mas seus discursos já não escondem a realidade que já é tratada nos jornais impressos de ambos os grupos, especialmente O Liberal, que apoia Jatene.
Por exemplo, desde o primeiro turno, nessa forma de discurso, o Pará vem deixando de ter um "interior" para ter "regiões". Em tempos passados referiam-se os políticos ao "interior" e aos municípios, com mais frequência. Na TV e no rádio Jatene e Helder dizem coisas mais ou menos assim: "melhor atenção àquela região"; "no meu governo, as diversas regiões do Estado serão atendidas", etc. Em alguns casos fica claro que o termo "região", tal como colocado pelos dois candidatos, refere-se tanto ao Oeste quando ao Sudeste paraense separatistas. Mas, para não focar nessas duas "regiões", essa palavra também vem significando outras áreas do Estado.
Isso está quase nítido na proposta apresentada hoje na TV pelo candidato-governador Simão Jatene: criar, se eleito, seis Centros de Governos Regionais, obviamente aí incluídas as duas "regiões" que desejam separar-se do Pará. Independente dessa interpretação semântica, a ideia é interessante, mas Jatene a apresenta já fora de hora e como recurso desesperado para agradar aos eleitores que lhe negaram maciçamente o voto no Oeste e no Sudeste.
Aliás, nos programas de Jatene, o termo Oeste do Pará foi substituído pela tradicional designação de Baixo Amazonas, denominação anterior à existência de vários municípios ao longo das duas grandes rodovias, distantes da vida ribeirinha. Na segunda metade do século 19, Domingos Ferreira Pena usou a expressão "região ocidental da Província do Pará" e, nos últimos 30 anos consagrou-se o termo Oeste do Pará justamente pelas transformações sócio-econômicas verificadas naquela parte do Estado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Soube que vc operou, espero que esteja bem.
Mas gostaria de aproveitar seu espaço e expor uma indignação, visto que vivemos numa cidade Infernal com este calor insuportável e gostaria de questionar o que justifica o corte de tres arvores ao lado do Jornal opinião, considero um absurdo, tbm informar que soube que o Plano de Arborização do Município de Marabá, simplesmente evaporou, SUMIU...
Quero respostas do Prefeito.