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sábado, 10 de novembro de 2007

A relação dos submissos

“Companheiro Ademir Braz: Fiquei maravilhado com o conteúdo da tua página no Correio do Tocantins, de número 1.672. Primeiro, por ver como tu estás bem na produção poética, o que precisa ser publicado, e deves continuar publicando. Os lúcidos não sobreviverão com tanta mediocridade que está por aí. Segundo, a realidade de Tucumã e Ourilândia, que nada mais é do que o resultado de uma política nefasta que atinge toda esta região, a Amazônia e os países da América Latina, África e Ásia, onde ainda existem os recursos naturais (minérios, energia, água...) que o centro capitalista procura se apropriar. Mas por fim, gostaria de tecer alguns comentários sobre as perguntas que o seminário promovido pelo Estado do Pará deveria responder, que está na tua matéria denominada “Modelo Mineral questionado”. Como estimular as produções menores, que envolvem um maior número de produtores? Isto não é possível, porque o Estado não define mais políticas, quem as define são as grandes empresas. O Estado se submeteu ao papel de implantar infra-estruturas, financiar e oferecer incentivos fiscais à expansão do capital, reduzindo os investimentos em educação, saúde, cultura e lazer. Como fazer com que a relação com as grandes mineradoras se dê de forma mais ampla, com mais vantagens, por exemplo, para o entorno das áreas de exploração? Ora, não existem grandes mineradoras, só existe uma, a Companhia Vale do Rio Doce. E com esta a relação é de submissão, porque é ela que financia parte das campanhas dos(as) atuais eleitos(as), de deputados a governador. E, por último, como mapear todo o setor, identificar os gargalos e elaborar uma política de Estado que desenvolva todo o setor? Isto, sim, o Estado faz, porque é a sua função diante do que impõe o capital. Usar dinheiro público para possibilitar a intervenção dos interesses privados. Por tudo isto é que devemos procurar compreender e apoiar a iniciativa do MST em desenvolver acampamento ao longo da ferrovia. Porque só a sociedade civil organizada e disposta à luta será capaz de questionar a intervenção capitalista e imperialista nesta região e neste país. Vamos à luta!” (Raimundo Gomes Neto)

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