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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Cerimonial

Ademir Braz Olho sem ver a bela a aquecer-se na tarde de nuvens enfurecidas. Mal pressinto as mãos pequenas, a cabeça na ternura elíptica dos gestos distraída. Penso que hoje eu a amo e a desejo mais que ontem, quando me vi refletido no lago de chá de seus olhos, primavera. Por encanto, faço-lhe versos, comovido: “Quisera em rosa pura ou lírio transformar-me" e assim pudesses carregar-me, ó deusa dos amores, junto ao seio, aonde fores...” Calo-me, contudo, e parto. Mas trago comigo seu cheiro. E um desejo. (fev08)

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