sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Porta errada
Vila Cocal é uma comunidade com mais de 150 anos existente na zona rural do hoje município maranhense de São Pedro da Água Branca. Em sua população, paupérrima, as mulheres vivem da quebra de coco babaçu, cuja produção é trocada pela comida escassa que conseguem. É escambo mesmo, troca de produto por mercadoria. Mas as quebradeiras de coco, organizadas em associação, conseguiram apoio de estudantes da UFPA e elaboraram projeto de construção de uma sede, avaliada em R$ 45 mil. Com o projeto em mãos, procuraram a Vale, maior mineradora de ferro do mundo, cuja ferrovia passa praticamente dentro de Vila Cocal, em busca de algum apoio.
Você sabe o que a Vale disse? Que a vila e suas quebradeiras estão fora da área de influência do seu projeto, porquanto que fossem, quem sabe, tocar tambor noutra ilha – como se dizia antigamente sobre atitudes que tais. Por falar em ilha, existe a possibilidade que parte da vila e seus coqueirais acabem no fundo do Tocantins, com a barragem que se vai (fazer o quê, né?) construir e que destruirá a beleza fulgurante do encontro das águas deste com o rio Araguaia.
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5 comentários:
A Vale trabalha com minério e não com babaçu.
É essa a postura socialmente responsável que a VALE diz ter em relação as comunidades pobres que estão no meio de seu caminho. É assim que a empresa realmente age por traz da propaganda oficial: faz apenas parecer que atende aos apelos da sociedade e toma conta dela para fingir um aparente compromisso. Essa é a VALE.
Sim, mano velho anônimo das 06:46. E com trilhos e dormentes e navios gigantescos como seus lucros e os buracos da mineração. Índios, quebradeiras de coco, garimpeiros e bêbados que gostam de dormir sobre a sua ferrovia, que saiam da frente, né?
Meu caro, uma empresa , segunda maior no mundo, que gera lucros fabulosos ao país, não pode se ater com coisas pequenas. Muitos criticam a VALE , mas o que seria do Pará sem a mineradora? A vale é feita de pessoas que trabalham e não cruzam os braços a espera da sorte.
Um abraço
Sim, das 13:34, o Pará é só um detalhe, um acidente de percurso para a Vale, que não paga um centavo de imposto ao Estado (Lei Kandir, né?, benesses do governo com a desdita alheia...)
Agora, acho que tua formulação está de viés. Na verdade, a indagação pertinente é "O que seria da Vale sem o Pará?"
Assim é mais adequado. Porque, para este estado, a contribuição da Vale pelo extrativismo é igual a zero.
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