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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Vale pra quem?

E por falar em saudade, segundo a (harram!) “grande imprensa”, a Vale anunciou reajuste de 71% para a venda do ferro de Carajás a seus clientes internacionais. Diz André Reis, gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), que isso elevará o valor exportado pelo Estado só com essa commodity mineral para cerca de US$ 4,1 bilhões, isto é, US$ 1,8 bilhão a mais em relação ao obtido em 2006. Esse reajuste, acrescenta, vai fazer com que as exportações paraenses de todos os minérios juntos representem 84% do total das exportações, ou mais de US$ 8 bilhões de dólares de exportações de produtos minerais em 2008. No ano passado essa participação ficou em 80,49%, atingindo o valor de US$ 6,3 bilhões. Lúcio Flávio Pinto (Jornal Pessoal n. 411, 2ª. quinzena deste mês) não vê motivo para festa: “... só o minério de ferro de Carajás representou, no ano passado, 13 bilhões de dólares. Quanto desse valor ficou para o estado do Pará? Se foram incluídos na avaliação itens como a massa de salários, a compensação financeira, o royalty e compras locais, a percentagem pode ir a algo próximo de 10%, se tanto. (...) O que a Vale está deixando em território paraense é uma pequeníssima parte da riqueza que o Pará lhe possibilita alcançar.” E acrescenta: “O Pará é uma das bases do enriquecimento da Vale do Rio Doce e do seu futuro. Mas não consegue partilhar os benefícios da empresa. Ela cresce cada vez mais, enquanto o estado segue em rota oposta. Há como conciliar os dois sentidos ou estamos condenados a ser um detalha na grandeza da corporação?”

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