quarta-feira, 26 de março de 2008
Síndrome de Tucuruí
A reunião do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) com a Eletronorte, dia 19, para discutir os impasses gerados pela invasão da hidrelétrica do Rio Madeira, foi um grande fiasco: não apareceu ninguém do governo federal nem da empresa de eletricidade.
Segundo Josivaldo de Oliveira, que faz parte da coordenação nacional do MAB, a reunião foi ruim. "Esperávamos a participação de diretores da Eletronorte e representantes do governo. Além disso, os estudos de nossa pauta são muito extensos e as reivindicações não andaram em três ou quatro horas de debate" comenta Josivaldo. Outro entrave para a discussão, segundo ele, foi a postura da empresa "que se fazia de inocente, alegando que as exigências são medidas governamentais e fogem de suas atribuições".
Devido à falta de encaminhamentos práticos, está agendada uma nova reunião no dia 31, na qual são esperados representantes de órgãos do governo como o Ministério do Meio Ambiente, Ministério de Minas e Energia, Departamento Nacional de Infra-estrutura, dentre outros. Nesta reunião será debatida a execução de projetos de geração de renda destinados aos grupos assentados.
Entre as reivindicações estavam o assentamento de 650 famílias desabrigadas na década de 1980 pela construção da Hidrelétrica de Samuel e melhorias na infra-estrutura dos existentes. A situação de abandono dos desalojados, a ver navios a quase três décadas, deveria servir de alerta para as comunidades ribeirinhas desta região – São João do Araguaia, por exemplo, que vai perder quase 70% do seu território com a hidrelétrica do Tocantins acima da ponte rodoferroviária, e onde os proprietários de terra estão achando que serão indenizados pela Eletronorte. Eles deveriam mirar-se também no exemplo que vem de Tucuruí.
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