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segunda-feira, 17 de março de 2008

“Inoperância”

Segundo as entidades, o processo que apura o assassinato de Dezinho é “um exemplo claro da inoperância da segurança pública, do Ministério Pùblico e do Poder Judiciário (reservadas as exceções), quando se trata de punir os responsáveis pelos assassinatos no campo, principalmente se os acusados são fazendeiros e detêm alto poder econômico. Basta ver a trajetória do processo: O pistoleiro só foi preso porque a própria vítima o segurou no momento do crime; a investigação da polícia civil na fase do inquérito ficou pela metade; a polícia civil do Estado nunca moveu uma palha para prender dois intermediários do crime que estão há 07 (sete) anos com prisão preventiva decretada; Otávio Marcelino Maciel, desembargador do Tribunal de Justiça do Pará à época do crime, pôs o fazendeiro Delsão em liberdade sem sequer solicitar informações para a Juíza da Comarca de Rondon que tinha decretado sua prisão, destacando-se que ele recebeu o pedido dia 13.12.2000, e concedeu a liminar no dia seguinte; a promotora Lucinery Helena requereu a absolvição de Delsão ignorando todas as provas existentes no processo contra ele e, estranhamente, saiu da comarca logo após; o Juiz da Comarca de Rondon, Haroldo Fonseca, praticamente, “rasgou o processo” ao impronunciar os dois fazendeiros acusados de serem mandantes do crime e um intermediário (contra essas decisões há recursos no Tribunal aguardando julgamento); o pistoleiro Wellington, que não tinha onde cair morto foi defendido no tribunal do júri pelo escritório do advogado Américo Leal, um dos mais caros do Estado, e nada se apurou sobre quem pagou essa conta; o pistoleiro condenado a 29 (vinte e nove) anos de reclusão, foge da penitenciária. Será que alguma autoridade vai fazer alguma coisa? Esse triste retrospecto, que não é um caso isolado, mas uma prática recorrente no Estado do Pará em relação aos crimes no campo, deixa claro a conivência de muitas autoridades responsáveis pela segurança pública e pela administração da justiça, com o crime organizado no campo”, conclui a nota.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ademir, isto é cerne do espírito da democracia pregada por estas plagas. Justiça para todos. Democracia para todos. Mais para uns do que para outros, é Claro!E ainda falam mal de Fidel. Vê se pode!
ZéPedro.

Ademir Braz disse...

Professor Zé, cadê o senhor?
Colocado assim, "Justiça para todos, democracia para todos", parece coisa de palanqueiro, né?
Eu não sabia que isso aplicava-se também a nossos esforçados e comprometidos políticos nacionais...