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sexta-feira, 19 de março de 2010

Culpa da arbitragem

Na medida em que vira às costa à torcida, provoca a debandada de diretores e mantém João Galvão como treinador do Águia de Marabá, lanterna da primeira fase do Parazão, o presidente Sebastião Ferreirinha acaba optando preferencialmente por um inequívoco abraço de afogados: vai para o brejo com o time, o quase-técnico, e sua pretensão de eleger-se à Assembléia Legislativa. Acuado, diz que ele atribui o furor da torcida decepcionada a ex-diretor igualmente decepcionado que resolveu alimentar a discórdia. A situação do time vem lembrando a alguns a história do pesquisador que, certo dia, andando no campo, chegou à casa de um lavrador que criava muitas galinhas e, entre elas, um pássaro enorme, de garras longas, que passava os dias a ciscar no terreiro e à noite dormia no poleiro. Depois de certificar-se que era uma águia real, o cientista comprou-a e levou-a para a montanha mais alta que encontrou, e de onde a lançou ao espaço dizendo “Vai, dona dos ares, teu lugar é nas alturas!” Mas ao retornar à cidade, passou ele no sítio do lavrador e para sua surpresa lá estava a águia real ciscando feliz entre as penosas e flertando com o galo. Então o pesquisador compreendeu que quem nasce para galinha jamais se torna águia verdadeira para ocupar os grandes espaços celestes.

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