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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Imprensa paraense - Jornais sem grandeza

Por Lúcio Flávio Pinto Agora não há mais dúvida: o Diário do Pará, de Jader Barbalho, do PMDB, faz oposição sistemática ao governo do Estado, do PT, e apóia quase incondicionalmente a prefeitura de Belém, do PTB. Já O Liberal, da família Maiorana, que não tem partido (mas se considera um partido à parte), se tornou governista (e petista) desde criancinha, fazendo as vezes de porta-voz de Ana Júlia Carepa, e abomina Duciomar Costa. Até recentemente as posições estavam invertidas ou embaralhadas. Por que mudaram tanto? Se o leitor for atrás de um esclarecimento nas páginas editoriais dos dois jornais, vai terminar desorientado. Assim como não disseram por que apóiam, as duas folhas também não explicaram por que passaram a desapoiar. Os motivos nada têm a ver com programa de governo, visão de mundo ou quaisquer razões de fundo. São impulsos comerciais e políticos no sentido de usufruto do poder. Além de razões concorrenciais, como os decorrentes da opção de Duciomar Costa de seguir o exemplo de outros políticos com desejos expansionistas, criando seu próprio jornal (embora sem assumir diretamente a criatura). A falta de idéias não é, porém, privilégio das empresas jornalísticas. Na campanha eleitoral que mais tem movimentado os bastidores em todos os tempos, sem se exibir na arena pública, a anemia programática é um mal corrosivo e profundo na pré-campanha eleitoral. O Pará parece que virou uma bacia das almas, ou um açougue de dignidades e coerências. (Jornal Pessoal nº 464, 1ª quinzena/maio 2010)

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