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terça-feira, 8 de novembro de 2011

De quem é a culpa?

Em O Liberal de segunda-feira, 7 de novembro:

Pará tem trânsito mais mortal do País
O Pará registrou a maior variação de morte no trânsito dentre todos os estados brasileiros entre 2009 e 2010, segundo levantamento feito pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.  O crescimento de 29,41% do número de vítimas fatais em acidentes de trânsito dentro das fronteiras paraenses coloca o Estado no topo do ranking nacional de tragédias rodoviárias.  Em termos nominais, o volume saltou de 1.044, em 2009, para 1.351, em 2010.  O número de óbitos provocados por transporte terrestre na região Norte (22,34%) cresceu abaixo do índice paraense entre 2009 e 2010.  Ao todo, no ano passado, foram registradas 3.340 mortes em toda a região, sendo que 40% delas aconteceram no Pará.  O Estado também apresentou um índice de 3,3% de todos os sinistros com falecimentos ocorridos no ano passado, em todo o território nacional (40.610).
A expansão dos índices de morte por acidente de trânsito está relacionada ao aumento da frota de veículos - fator comum às grandes cidades -, segundo avalia o diretor de Trânsito da Companhia de Transporte de Belém (CTBel), Elias Jardim.  "A quantidade de veículos da capital paraense cresce anualmente cerca de 20%.  Nos últimos sete anos, a frota dobrou em Belém", afirma.  Jardim discorda dos números divulgados pelo Ministério da Saúde, pois, segundo ele, não é considerada a regra da proporcionalidade.  Ainda assim, ele admite que os indicadores de óbitos provocados por transportes terrestres são crescentes.  "Temos atualmente uma frota de 315 mil veículos, da qual 25% são motocicletas.  E é justamente no transporte de duas rodas que estão os maiores agravantes.  Reduzir este número é uma questão de comportamento", destaca, enfatizando que também é preciso ampliar a fiscalização, nas esferas municipal, estadual e federal.  Segundo Jardim, em Belém, a cada dez motociclistas, três não têm a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). (Evandro Flexa Jr., O Liberal)

Um comentário:

Adir Castro disse...

Considerando que de cada 10 motoristas 3 não tem carteira e que os 7 restantes (novos motoristas) tiraram a carteira pegando aulas em auto-escolas, pode-se dizer que o estrago está sendo pequeno.

Na maior parte dos casos os acidentes acontecem por imperícia dos condutores. Hoje no Brasil está muito fácil tirar uma Carta de Motorista. Basta fazer umas horas de Direção Defensiva nalguma auto-escola e pronto.

Porém não ensinam regras de trânsito que são bem simples, básicas e que podem ajudar enormemente no fluxo do trânsito, evitando também essa quantidade de acidentes e óbitos.

Motorista atualmente não sabe qual a distância mínima que ele deve estacionar seu veículo a partir da esquina de uma rua; não sabe que existe uma regra que não lhe permite ultrapassar pela direita, principalmente os motociclistas; não sabe usar o pisca para indicar se vai virar para direita ou esquerda, como não sabe usar os sinais das mãos e dos braços para esse mesmo fim; a grande maioria não sabe ler as placas de sinalização; quase todos não sabem das gentilezas que existem no trânsito, alguns acreditam que o “umbigo” deles tem que passar primeiro e dane-se o outro... E por aí vai.

Uma coisa que notei e achei bastante estranho quando fui tirar minha carta, foi durante o teste de estacionamento. Fui colocado pra fazer o estacionamento pela mão contrária, como se estivesse na Inglaterra. Achei graça pela facilidade que o motorista, nesse caso, tem para fazer o tal do balizamento e golpe de vista.

Qualquer candidato a uma Carta de Motorista deveria obrigatoriamente ter primeira mente noção de mecânica - não ser exatamente um mecânico, entendam -, primeiros socorros. Depois teria que estudar bastante sobre legislação, sinalização e regras de trânsito. Depois teriam que fazer uma extensa prova escrita e finalmente as provas de saúde e de trânsito.

No restante dos casos se deve a irresponsabilidade de certos condutores e de pais que entregam a chave do carro pro filho menor; muito álcool e pó no cérebro; e principalmente por saberem que não serão punidos se matarem alguém enquanto dirigem.

Corrigindo essas falhas, iremos diminuir em muito esses assassinatos sobre quatro e duas rodas.