Sopa de pedras
O Planalto continua seguindo o script de “enrolar” os parlamentares que, com razão, pressionam o Governo Federal pela continuidade das obras da Hidrovia Araguaia-Tocantins, mais especificamente, mas não é somente isto, o derrocamento do Pedral do Lourenço.
Mas o Governo precisa combinar o prato para que todos cozinhem as mesmas desculpas, ou a comida azeda.
> Desencontros
Quando o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), mês passado, saiu do gabinete da Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, dando tiros de confete (ele acreditou mesmo nela...) a conversa era uma.
Ontem (11) a bancada federal do Pará ouviu do Ministro dos Transportes, Paulo Passos, que o projeto executivo da obra já estava em andamento.
Os jornais de hoje (12) fazem chamadas anunciado que a Vale irá contratar o projeto executivo do derrocamento (por um valor de R$ 9 milhões: isto é muito e tem empresa que faz por menos, mas a Vale é rica e pode pagar 90).
Ou os jornais estão cozinhando pedra ou o Ministro Passos pedras cozinha, ou ambos estão na beira do fogão, pois se o projeto executivo já está em andamento como é que a Vale ainda vai contratá-lo?
> O fato
Volto a minha previdência: seja quem for que faça o projeto executivo, seja quem for que faça a obra, se quisermos vê-la em 2014, que a nossa gloriosa bancada federal se vire para colocá-la no Orçamento Geral de 2013 e cuide para que o valor não seja contingenciado.
Neste ínterim, não há problema algum em ir bebendo cafezinhos com toda a Esplanada dos Ministérios, para que eles não se esqueçam das pedras.
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É por causa de coisas assim, enrolações como essa, que está causando surtos de riso a história de que no encontro com a Vale, no Rio de Janeiro na quarta-feira, os parlamentares do Pará vetaram a proposta da mineradora de escoar o aço da Alpa por ferrovia até o Maranhão.
Quem disse que os políticos paraenses possuem alguma ascendência sobre a Vale?
Quem disse que alguém manda na Vale?
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