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sábado, 29 de setembro de 2012

Sob as aparências, o óbvio

No Parsifal Pontes


A Alpa, as pedras, o Ruy Barata e os bois

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A imprensa publicou ontem (28), com ar de novidade, que a implantação da Aços Laminados do Pará (Alpa), em Marabá-PA, está suspensa "porque o governo federal retirou do orçamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) deste ano uma hidrovia crucial à siderúrgica.".
Se você é leitor usual desse blog já leu mais de uma postagem onde afirmo que a Alpa jamais foi intenção da Vale e que a mineradora usará quaisquer artifícios para se desincumbir da implantação, que só ocorrerá se houver imposição política.
> Esperando Godot
A Vale alega que "aguarda definição da solução logística por parte do governo federal", que seria a conclusão da hidrovia entre Marabá e Belém, que eu já afirmei aqui também, não ser prioridade para o governo federal, que sempre arreda do orçamento da União os recursos ali alocados para detonar as pedras que "impedem" a navegação no trecho citado.
O "impedem" está aspeado porque há controvérsias sobre a inviabilidade das barcaças navegarem entre as pedras: basta saber o caminho das pedras para por elas navegar.
Engasgando-se com mosquito
A Vale alega ainda que interrompeu a terraplenagem para a planta da Alpa por problema na desapropriação de uma área.
Imaginem... Caso a Vale quisesse a Alpa no seu portfolio já teria, ela mesma, resolvido o impasse, ou vocês acham que a Vale, para parafrasear o Ruy Barata, acostumada a montar em cobra grande, vai se escanchar em poraquê?
O certo é que nos estão enrolando há tempos e a bancada federal do Pará está indo tomar cafezinho e bater fotos com o vaqueiro ao invés de ir procurar o dono (quero dizer a dona) dos bois. Assim, como dizia o meu pai, os bois não dançam.

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