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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Marabá é isso Por falar em educação, desde 2005 o tema virou aqui um calo político-bestialógico principalmente em torno do professor Dionísio Gonçalves, aquele jovem rapaz que teve a coragem de rastrear e denunciar vestígios de desvio de verba do Pronaf na Casa-da-mãe-Joana. Enquanto as apurações e a Justiça, para variar, demoram nas providências, a turma envolvida no escândalo especializa-se em espalhar nas escolas (e em certa imprensa calhorda) uma espessa cortina de fumaça tentando mudar o foco da questão. Agora a bulha sarapantada ganhou densidade promíscua ao agregar políticos de ideologia supostamente contrária à esbórnia mas, no fundo, iguais na mesma desfaçatez e na busca oportunista de uma representatividade que jamais possuíram, nem terão. Alguns, como numa escandalosa confraria comadres, foram em magote à Casa Grande dar conta de fuxicos da Senzala em que se fazem de vítimas de uma trama que quer despejá-los da mamata de anos e anos de mordomia. Como Salomés sem qualquer originalidade, chegaram a pedir (a quem não lhes pode dar) a cabeça daquele Dionísio herege que não os deixa dormir em paz. Fora de escantilhão Desde sua promulgação, a Constituição Municipal – vulgo Lei Orgânica de Marabá – determina que o ensino no município será ministrado com base na gestão democrática de ensino público, assegurando a participação de professores, funcionários, pais de alunos e alunos com idade superior a doze anos no processo de eleição direta para a escola da direção da escola. Direito coletivo, previsto no art. 252, VI, da LOM, que aliás nunca saiu do papel nem interessou aos detentores do poder, por ser bem mais fácil traficar influência e apadrinhar cupinchas naquelas funções. Agora, contudo, vereadores, alguns professores, deputados, gente do Sintepp e da assim chamada “assessoria jurídica” da Semed vão em caravana a Belém exigir da Seduc a permanência de diretores não eleitos pela comunidade escolar, sob pena de fecharem escolas e jogarem todos contra o governo do Estado. Não, nenhum da troupe tinha a cara pintada nem usava aquele nariz vermelho, postiço e hilariante, que alguns profissionais usam em certa instituição.

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