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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Volta às aulas no Pronera Mais de 800 estudantes do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) estão retornando às aulas no Sul e no Sudeste do Pará. São filhos de assentados que cursam desde o Ensino Fundamental até a graduação, direcionando seus conhecimentos para a aplicação prática da agricultura familiar. Em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e os movimentos sociais, o Pronera mantém sete turmas de alunos: uma de Educação de Jovens e Adultos (EJA), duas de Ensino Médio (com ênfase à Técnica Agropecuária ou Magistério) e outras três em nível superior (Ciências Agrárias, Letras e Pedagogia), além de uma turma de especialização em Residência Agrária. Informa o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que desde 30 de janeiro a Escola Família Agrícola (EFA) de Marabá (PA) – que também tem convênio com o Pronera – retomou o ano letivo, com apresentação da nova equipe de direção, balanço das atividades de 2006 e integração entre os parceiros. A escola possui em torno de 200 alunos, todos ligados a Projetos de Assentamento (PA) do Incra. Hoje, a EFA atende estudantes de 16 assentamentos de nove municípios da região. O ensino é baseado na metodologia de EJA (onde o nível fundamental é concluído em dois anos) e na pedagogia da alternância (as aulas são divididas em quinzenas, entre a escola e o campo). Tanto o Ensino Fundamental quanto o Ensino Médio visam trabalhar áreas de conhecimentos específicos, mas de forma interdisciplinar. “A partir do que aprende na escola, o aluno se familiariza com a realidade que vive no lote. O campo de pesquisa vai desde a reflexão familiar até a compreensão social do movimento de reforma agrária”, explica a educadora da Escola, Zélia Vanuza Marques. Segundo ela, o método de ensino da EFA acaba se tornando uma avaliação da agricultura familiar desenvolvida nos assentamentos da região, uma vez que o aluno traz para a sala de aula as experiências vividas no campo. “No terceiro ciclo, por exemplo, o estudante analisa o assentamento como comunidade produtiva, refletindo sobre o impacto das políticas públicas e a função da assistência técnica social no lote”, acrescenta Zélia. A proposta da EFA – de formação com qualificação profissional, com noções em técnicas agropecuárias e ênfase em Agroecologia – também se tornou exemplo para o Saberes da Terra, um programa do Ministério da Educação. Em dois anos, o projeto oferece Ensino Fundamental a jovens e adultos, entre 15 e 29 anos, que trabalham na agricultura familiar. Hoje, o Pará é um dos 12 estados brasileiros que desenvolvem a iniciativa. Na EFA funciona uma das turmas, composta de 30 alunos. Além de Marabá, também há outra turma em andamento em Xinguara. A média de idade dos estudantes é de 17 anos e todos buscam, além da educação regular, uma oportunidade de melhoria de vida no campo.

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