sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Estudantes, há que se cuidar da vida e do mundo
Prof. Raimundo Pereira Moura Martins[1]
Não haveria mensagem melhor para passar aos estudantes neste dia 11 de agosto de 2007. “Pra que a vida nos dê cor, flor e fruto é preciso cuidar do mundo”. Milton Nascimento e Wagner Tiso, a exemplo de outros artistas populares brasileiros, construíram juntos este belíssimo poema e cantaram num contexto difícil da história brasileira.
Passados 22 anos do fim da ditadura militar no país, quero falar de uma coisa que merece a atenção dos estudantes. É verdade que houve uma mudança no perfil de estudantes e que vivemos um novo momento político no país, todavia os sonhos de uma nova sociedade devem continuar enraizados em nossos corações, sobretudo porque o sistema político globalizado não está cuidando do mundo e nem da vida.
Diante da crise de valores da sociedade e do meio ambiente não há perspectiva de melhoria para as futuras gerações. A tendência de vida da atual sociedade é piorar! E aí? Nós ficaremos apenas sentados, vendo tudo isso acontecendo e dando milho aos pombos?
Apesar de não vivermos mais numa ditadura declarada no Brasil, graças também ao movimento estudantil da época, que foi vanguarda na luta contra essa ditadura, o domínio ideológico do sistema continua, e de forma mais sofisticada.
Hoje, o poderio econômico que se sobrepõe ao estado de direito social, pode ser considerado uma ditadura branca, mascarada numa falsa democracia. Por isso não podemos perder de vista que os tempos são outros, mas o sistema que permanece é o mesmo. Não é por acaso que ainda acontece trabalho escravo nas fazendas, fruto da prática colonialista, agora industrializada e comandada pelo agronegócio.
Os movimentos estudantis não se constituem em movimentos de envergadura e organicidade como os da década de 1960 a 1980, mas ainda assim, não devem ser desprezados. O desafio deste movimento enquanto instrumento de luta da juventude ainda permanece.
Agora é preciso que os próprios estudantes façam uma reflexão e revejam valores no sentido de recuperar a autonomia do movimento estudantil, o qual vem se esfacelando em função da prática de dirigentes mal intencionados que limitam as entidades estudantis em produção de carteirinhas e acordos pessoais com governos e “políticos de plantão”.
Renovemos a esperança. Não deixemos podarem os nossos sonhos e fé de menino.
[1] Pedagogo, graduado pelo Centro de Educação da Universidade Federal do Pará e ex-presidente da União dos Estudantes de Marabá.
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3 comentários:
BRAVO !
EXCELENTE !
Precisamos nos movimentar !
Necessário acordar !
Beijos.
Muito bom!!!
Aliás o unico artigo e de certa forma informação sobre o dia dos estudantes publicado em Marabá.
E o prof. Raimundo sabe das coisas, né? Matou a pau!...
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