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sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Por favor, não chorem por mim...

A namorada que não é minha lembrou-se de mim. Ao pé da poesia que lhe pertence, deixou um recado: “Poeta, Esse blog é público demais... Mas, tá que não resisti. Seus recados, suas poesias, roubam meu coração. São feitiços. Eu os desejo como desejo você. Lua de Jade” Ó Lua de Jade! Luaríssima flor dos meus tormentos! Que bom que falas e sentes... Agora não dirão meus amigos que não existes. Eu só queria era poder sair contigo, de mãos dadas, orgulhoso, e dizer aos amigos: "Esta é Lua de Jade, a minha companheira." Mas, hoje é sexta e estou à margem da sua vida, das suas escolhas. Hoje é sexta e estou à margem do rio pensando afogar-me. Se fosse o mar, me afogaria. Mas é o rio, só o rio, um só rio. À margem dele, ando sob a luz com as poesias de Fernando Pessoa (Álvaro de Campos) e leio - se não posso ter-te - para as águas os versos que leria para ti, se me quisesses sem assombro: “Ah, todo o cais é uma saudade de pedra! E quando o navio larga do cais E se repara de repente que se abriu um espaço Entre o cais e o navio, Vem-me, não sei porquê, uma angústia recente, Uma névoa de sentimentos de tristeza Que brilha ao sol das minhas angústias relvadas Como a primeira janela onde a madrugada bate, E me envolve com uma recordação duma outra pessoa Que fosse misteriosamente minha.” Agora, com um mapa da minha cidadezinha debaixo do braço, para não perder-me de todo, e na mão o livro encardido do maior de todos os poetas, vou partir. Vou ao bar do canto embriagar-me.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ademir, poeta, você perdeu. Como teu amigo sei daquela história do amor de Taguatinga que arruinou tua vida mas pra mim mudou tua vida.
Há uma poesia aí do Álvaro de Campos que diz "Sossega, coração inútil, sossega!/ Sossega, porque nada há que esperar, / E por isso nada que desesperar também.../ Sossega... Por cima do muro da quinta/ Sobe longínquo o olival alheio./ Assim na infân cia vi outro que não era este:/ Não sei se foram os mesmos olhos da mesma alma que o viram./ Adiamos tudo, até que a morte chegue./ Adiamos tudo e o entendimento de tudo, / Com um cansaço antecipado de tudo,/ Como uma saudade prognóstica e vazia./

A ciência jurídica tem remédio contra isso? Não. A poesia ajuda? Não. O amor precário de Lua de Jade corresponde ao teu?
Lua de Jade é sensível, pelo menos parece uma boa escolha do teu coração. Mas, e o coração dela, poeta, não pertencerá antes a outro?
Tua vitalidade aos 60 é um fato de espanto, mas quantos anos tem Lua de Jade, que experiência viveu e vive, de onde veio, para onde vai? E tu, poeta, as estradas já não são as mesmas dos anos 60, há os meninos que amas, teu retorno há quase 30 anos à esta cidade.
Por favor, poeta, recomeçar é difícil, o tempo não volta, talvez Lua de Jade enfim se encante.
Isso não se aprende em loja de aprendiz, entre colunas, e se me pedires a palavra não a sei dizer apenas soletrar.

Anônimo disse...

Pelo amor de Deus, Lua de Jade, cuida deste poeta!
Nem Deus ama desse jeito, pô!

morenocris disse...

Caramba AB...rsrs...o bom de tudo é que você sempre leva na esportiva !

Acho que essa Lua de Jade ainda vai dar muito o que falar !... rsrsr

Só não deixe ela ser brasilianista...rsrs...., sabes, esquizofrênica...o país está cheio de médicos...rsrs...brasileira tá de bom tamanho!

Anônimo disse...

"Poeta, poetinha, camarada.."
cantava Toquinho para Vinícius e eu canto aqui de longe pra você.

Ame a sua Lua de Jade, seja ela quem for, onde estiver ou com quem quer que esteja ela.

Rasgue-se por ela, Poeta, quebre a cara, o peito, o coração.

Rale os joelhos, chegue em casa com as mãos um pouco arranhadas daquela quase queda na esquina, meio trôpego que você estava de tanto embevecer-se pela sua amada.

O amor é o sentimento mais egocêntrico que o diabo pos na terra, e o bom do amor é, na verdade, o prazer de senti-lo.

O objeto do amor, Poeta, é quase secundário.

É horrível passarem os dias, as semanas, os meses, e o coração estar seco, ainda que se tenha companhia.

Sozinho, com um livro debaixo do braço, rumo ao bar para embriagar-se, mas sangrando de amor, aí não se está só.

Deus botou na terra foi a conformação! Esta, não é para os poetas ou para os loucos, que em muitos momentos são irmãos siameses.

Beijo, Poeta.

morenocris disse...

Caramba...AB...o que deu nessa mulher...arre ! rsrs

Falou pouco mais falou bem !

Pouco uma vírgula... rsrs

Beijos.