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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Vaqueiro

______________________ Ademir Braz Seu moço, a minha história não é de mais nem de menos: nasci na barra do vento, filho do deus sem memória. Mas não me queixo, seu moço: eu tanjo aquilo que posso; entre patrões e a boiada, sou bem melhor na laçada. Se assim viver não é vitória, que me importa a glória, essa novilha arredia? Tenho por lar e sustento o lombo da montaria, e sobre o chapéu de palha a luz de Deus me alumia. Eu não conheço outro mundo além dessas pradarias; e desses campos, seu moço, desse verde verdejante que não se farta de grande, visto a minha fantasia: eu não conheço outro mundo além dessas pradarias.

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