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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Advogado

Alto funcionário da corte do rei Akbar, há muito tempo Amit nutria o desejo incontrolável de beijar até se fartar os voluptuosos seios da rainha. Todas as vezes que tentou, porém, deu-se mal. Um dia, ele revelou seu desejo a Birbal, principal conselheiro e advogado do rei, e pediu-lhe ajuda. Birbal, depois de muito pensar, concordou, sob a condição de Amit lhe pagar mil moedas de ouro. Feito o acordo, no dia seguinte Birbal preparou um líquido que causava comichões e derramou no sutiã da rainha, que o deixara fora enquanto tomava banho. Logo a coceira começou, intensificou-se, deixando o rei preocupado. Médicos de todo o reino foram chamados, inutilmente. Birbal então disse ao Rei que apenas uma saliva especial, se aplicada por quatro horas, curaria aquela espécie de coceira. Birbal também disse que essa saliva bendita só poderia ser encontrada na boca de Amit. Então, Akbar chamou Amit que, pelas quatro horas seguintes, fartou-se como pinto em lixo, ó felicidade!, nos peitões da rainha. Ora, vai que, satisfeito, Amit encontrou-se mais tarde com Birbal, que lhe foi cobrar os seus, digamos, honorários. Velhaco e zombeteiro, Amit mandou o advogado ir à baixa da égua, sabedor que Birbal jamais contaria a verdade ao rei Akbar. Como a vingança é um direito sagrado e um néctar nem sempre exclusivo dos deuses, Birbal engoliu a humilhação, mas deu o troco: derramou o líquido da coceira nojenta na porção dianteira da cueca do rei. O resto dessa história, mandada pelo advogado e meu compadre Sílvio Damasceno, você pode imaginar. E como quem avisa amigo é, a m0ral da história é a seguinte: “Você pode ficar devendo pro mundo inteiro, mas nunca, nunca mesmo, pense em dever para um advogado.”

Um comentário:

morenocris disse...

Adorei...rsrsrsrs ...muito legal!

Beijos.