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quinta-feira, 15 de maio de 2008

“Justiça nos trilhos”

Por iniciativa dos Missionários Combonianos, uma congregação da Igreja Católica que atua em diversas regiões do Estado do Maranhão, foi lançada no final de 2007 a campanha "Justiça nos Trilhos" que obteve a rápida adesão de outros grupos e organizações, que hoje compõem a sua coordenação executiva e/ou a sua rede de ação. Sua prioridade tem sido a defesa do meio-ambiente e das populações ameaçadas na região amazônica, especialmente aquelas situadas às margens da Estrada de Ferro Carajás. Igualmente pretende direcionar sua atenção para os danos causados aos povos indígenas e também aos trabalhadores vítimas de exploração. A Campanha vem trabalhando no sentido de envolver prioritariamente três segmentos da sociedade: os movimentos populares e a base da população, o meio acadêmico e as instituições públicas locais. É que, segundo o padre Dário, a coordenação de Justiça nos Trilhos pretende aproveitar a ocasião do Fórum Social Mundial (Belém – janeiro de 2009), com vista a oferecer maior visibilidade à grave situação da região e contribuir para que sejam estabelecidas alianças mais amplas em níveis nacional e internacional e mostrada que a experiência de pressão sobre a Vale, no contexto de Carajás, pode se tornar modelo para outras regiões também. “Os objetivos da nossa ação são principalmente os seguintes: a) avaliar o impacto real das atividades da Companhia Vale do Rio Doce (Vale) ao longo da denominada área de influência da Estrada de Ferro Carajás; e b) propor o debate sobre a construção de mecanismos que possibilitem a internalização de recursos da Vale, de forma a alavancar o desenvolvimento sustentado das comunidades que vivem na área de influência da EFC”, diz o sacerdote. Para exemplificar sua tese, padre Dário garante que a população de Açailândia (MA) tem sido em sua grande maioria vítima de várias formas de degradação do meio-ambiente. “Entre todos os municípios cortados pela EFC, Açailândia constitui-se em um caso bastante emblemático, pois condensa em uma só área vários tipos de situações que comprometem o bem estar da população (mineração, desflorestamento, monocultura de eucalipto, poluição provocada pelas siderúrgicas e carvoarias, trabalho escravo, miséria, desnutrição, exploração sexual infantil). Trata-se de um contexto expressivo de toda uma região (Carajás) onde os problemas são muito parecidos e a força do povo é bastante desproporcional àquela das grandes empresas atuantes na região”, conclui em e-mail remetido à página P&D.

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