sexta-feira, 16 de maio de 2008
Regularização de PA’s
O Ministério Público Federal (MPF) no Pará quer que o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tome providências
imediatas para a regularização ambiental dos 473 projetos de
assentamento localizados no sudeste do Estado. O MPF recomendou que não
sejam assentadas mais famílias enquanto tais medidas não forem
realizadas.
O procurador da República Marco Mazzoni, que atua em Marabá,
estabeleceu um prazo de dez dias para que a autarquia informe quais
medidas vêm sendo adotadas e um prazo de 45 dias para que a documentação
seja apresentada. Os prazos começaram a valer a partir da última
terça-feira, 13 de maio, quando a recomendação foi protocolada no
Incra de Marabá.
Na recomendação, Mazzoni adverte que o descumprimento das requisições
resultará em ação judicial contra o Incra e seus dirigentes. Em 2007, o
MPF conseguiu a anulação de 107 assentamentos criados pela autarquia no
oeste do Estado. Os projetos não atendiam à legislação ambiental. A
Justiça Federal bloqueou os bens e quebrou os sigilos bancários, fiscais
e telefônicos dos servidores acusados pelas irregularidades.
"Além da necessidade de atender as normas ambientais, o Incra não pode
financiar, por meio de créditos aos assentados, atividades degradantes
como a pecuária e o extrativismo madeireiro", ressalta Mazzoni. "Quem
financia atividades efetiva ou potencialmente violadoras das normas
ambientais é responsável pelos danos ambientais causados", observa o
procurador.
Para o MPF, ao disponibilizar terra aos assentados sem indicar e
instruir a forma de uso do terreno e sem delimitar as áreas de
preservação e demarcar as reservas legais, o Incra está
estimulando os trabalhadores rurais a utilizarem os lotes da forma que
melhor lhes convier, sem importar se essa exploração implicará em
degradação.
A íntegra do documento enviado pelo MPF ao Incra está no site da
Procuradoria da República no Pará (www.prpa.mpf.gov.br), na seção
Recomendações.
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