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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Bodes

Houve um tempo, em Serra Pelada, onde no começo eram proibidas mulheres e bebidas, dois prazeres definitivos, a cabroeira comprou o bode mais fedorento que encontrou e o confinou num cercado com pouco mais de um metro quadrado sob o sol escaldante. A diversão era apostar quem ficaria mais tempo preso suportando o cheiro insuportável do bodão. Todos os que tentaram, perderam. Ninguém agüentava trinta segundos sem sufocar dentro do cercado. Até que chegou a vez de cidadão originário daquele estado e topou a parada. Cinco segundo depois de entrar no curral, o bode saltou desesperado a cerca e caiu no mundo: não suportou a catinga do cidadão. Lembrei-me do causo por causa do nosso Águia. Irregular na campanha da Série C deste ano, na qual se iniciou bem com três vitórias, mas depois acertou a ladeira (dois empates e uma derrota sucessivos) o Águia anda desgostando a torcida. Agora há apreensão quanto as próximas rodadas: o time precisa de qualquer maneira vencer o Sampaio Correia e depois enfrentar o perigoso Rio Branco – 9 pontos, 2 jogos a menos - para folgar na competição. Até porque na quinta-feira o Paysandu (agora líder, mas com apenas 11 dos possíveis 21 pontos em 7 jogos) empatou desastrosamente com o Luverdense na Curuzu. Em Marabá, a torcida já definiu o goleiro Adriano como um bode respiratório, como dizia outro goleiro, o Manga, do Botafogo. “No Remo, Adriano tomou uma lavagem do São Raimundo e no Águia contabiliza já onze gols em cinco partidas. Assim não dá!”, afirmavam vários torcedores ontem na Marabá Pioneira. Se é verdade, não sei. Resta saber quem sobreviverá ao cheiro do bode.

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