sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Coopserviços denunciou desvio no Pronaf
Mais um nome vem à tona no caso da fraude nos recursos do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), cuja quadrilha foi parcialmente desarticulada esta semana pela Polícia Federal. Trata-se de Murilo Costa de Oliveira, denunciado a pelo menos ano e meio pela Copserviços, a cooperativa que há mais de onze anos trabalha junto ao Incra no sul do Pará, em atendimento aos projetos de assentados da reforma agrária.
Conforme Emmanuel Wambergue, presidente da cooperativa, no último trimestre de 2007 foi detectado desvio de dinheiro do Pronaf por Murilo Costa em Itupiranga. Chamado a explicar-se, ele “sumiu do mapa no mesmo dia deixando inclusive a família preocupada com sua fuga.” Comprovado o crime, que lesou vários assentados, a Copserviços instalou comissão interna de inquérito e ofereceu denuncia no Ministério Publico Federal e no CREA, se colocando à disposição da justiça para qualquer informação e/ou documentação que julgasse necessária. Os agricultores comprovadamente lesados foram ressarcidos pela Copserviços, que ficou aguardando a decisão da justiça para que seja ressarcida pelos prejuízos, e punidos os culpados.
“Depois de mais de um ano e meio da nossa denuncia, prossegue Wambergue em carta ao jornalista, não foi surpresa para nós o desencadeamento da operação “Severina”. Já se tinha comentário circulando de que no caso do Murilo ele era apenas a ponta do iceberg de uma situação muito mais grave. No dia 28 desse mês, equipe da Policia Federal chefiada pelo delegado Cunha, se apresentou na Copserviços e, reunido com a coordenação, esclareceu que diante da nossa denuncia ao Ministério Público a cooperativa era parceira da investigação e quem estava sendo denunciado era o Murilo. Ato contínuo, oferecemos toda a documentação que tínhamos sobre o Pronaf da região de Itupiranga, ficando a disposição da PF para qualquer informação complementar.”
Wambergue toca, inclusive, num questão até hoje não esclarecida: o assassinato do cooperado Israel Moraes de Oliveira, assassinado no dia 25 de novembro de 2008. “Na época, ele estava de licença por concorrer como vereador nas eleições do município de Itupiranga. O inquérito concluiu que o assassinato foi fruto de latrocínio. Mas, quem sabe, ele filho de Itupiranga, poderá ter sido vítima de queima de arquivo”, diz o presidente da Copserviços. “Já não tínhamos esperança de uma resposta à nossa denuncia de mais de um ano e meio. Contudo, a justiça tarda, mas vem”, concluiu.
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Um comentário:
Caro Ademir,
Realmente é so a ponta do iceberg. Eu gostaria de saber porque não dão nomes aos bois e as empresas envolvidas que prestavam ou prestam serviços ao Incra.
Já andei nos assentamentos a serem beneficiados com moradia ou habitação e abertura ou conservação de estradas vicinais e te digo que tem algumas empresas favorecidas com autorizações do Incra para estas modalidades de serviços. A unidade do INcra de Tucuruí é mais viciososa.
Pergunte ao comercio de material de construção que empresas de construção que tem descredito junto ao comercio local?
Aos assentados quem é beneficiado com tal recurso?
Todos sabem, todos comentam. Basta ir ao Incra de marabá e ouvir alguns presidentes de associações.
A MADEIRA é outro fator fundamental nesta investigação. Alguns presidentes de associações são escoltados por donos de madereiras para "convencer" os demais moradores de associações a explorar o produto.
Lá em tucuruí em um assentamento tem um empresário apelidade por CHICO da COINMA - acho se escreve assim que comanda a derrubada da madeira na região.
Quanto a fiscalização em itupiranga não lembro nos jornais em mencionar o nome do posto de combustivel a ser lacrado.
Tenho pena dos assentados que realmente precisam dos beneficios. É por estas e outras que a reforma agraria não anda no país. A corrupção vem desde o presidente da associação, federações dos trabalhadores, sindicatos e fiscais do INCRA.
Desculpe o desabafo.
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