Se o jornalista Márcio Zonta, do MST Pará, não tivesse abordfado o assunto, praticamente ninguém saberia que à noite de quinta-feira (21/10), a Empresa de Pesquisa Energética - EPE, ligada ao Ministério de Minas e Energia, promoveu certo “Seminário Público” no Itacaiúnas Hotel, para apresentar o que chamou de avaliação ambiental integrada da bacia do Rio Araguaia para a construção da barragem hidrelétrica. Das menos de vinte pessoas que compareceram, a maioria era ligada à própria EPE e à Engevix Engenharia, empresa que assessora o projeto, diz Márcio. Outros raros foram professores da Universidade Federal do Pará, membros do Movimento Atingidos por Barragem, estudantes, e um representante do Ministério Público de Marabá.
“Os milhares de atingidos pelo projeto sequer ficaram sabendo e não debateram sobre seu próprio futuro”, lembrou Rogério Almeida, militante do MAB. Aliás, segundo Zonta, os futuros atingidos (inclusive, claro, os da barragem da futura UHE Marabá, no Tocantins, pouco acima da ponte rodo-ferroviária) foram lembrados apenas quando os slides falavam de atraso na região e da ação predatória do homem, como o desmatamento, as margens do rio Araguaia, se referindo aos ribeirinhos, índios e assentados como responsáveis. Situação essa que seria resolvida com o projeto. Já quando os slides falavam de prosperidade e crescimento econômico, com a efetivação da barragem, ilustravam as argumentações com fotos do gado branco.
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